Capítulo 31

1003 Words
O sol m*l havia nascido quando Lyo foi acordada bruscamente. O pai invadiu o quarto como uma tempestade, puxando-a pela mão com força. Ela cai da cama gemendo contra o chão frio, ao olhar para cima encontra os olhos sombrios do seu pai, ele ainda não havia perdoado o seu comportamento no dia anterior. — Levanta. Agora. — Diz ele com o maxilar trincado ao olhar para Lyo. Encarar a sua filha era como encarar a vergonha que ela tinha exposto o seu nome. — O quê...? Pai? O que está acontecendo? — Pergunta Lyo ainda atordoada se levantando do chão frio. — Chega de perguntas. Anda. Vamos resolver o que você causou. — Diz o Sr. Takahashi a deixando. Lyo corre para o banheiro sem querer deixar o seu pai mais bravo do que ele já estava, ela ainda não havia desistido de conquistar a sua confiança novamente e faria tudo o que ele pedisse para que isso acontecesse. Ela observa a sua imagem no espelho sorrindo com o que via. Lyo tinha colocado uma roupa mais reservada e feito uma maquiagem leve, queria que o seu pai se lembrasse dela como a sua filha frágil que ele sempre defendia. Quando desce o pai dela não diz nada, apenas abre a porta do carro para que ela entrase e entra em seguida. O silêncio dentro do carro era sufocante, mas Lyo se recusava a estresar ainda mais o seu pai, então apenas aguarda que ele dissesse algo, mas ele permanece em silêncio todo o caminho se recusando a dar qualquer pista do seu destino. Apenas quando o carro para em frente a residência da família Matsumoto é que ela percebe o que estava acontecendo e se lembra das palavras do pai no dia anterior. O portão da luxuosa residência se abre lentamente. Lyo tenta manter a postura, mas seu coração bate descompassado. Os seus passos hesitam ao entrar na casa da família que mais desprezava. E que ela jamais pensou pisar novamente, as lembranças do dia anterior ainda estavam frescas na sua memória e tudo o que ela não desejava era ver a cara de Sayuri novamente. Eles são guiados por um soldado pela entrada da propriedade até onde a família de Sayuri estava os esperando. A cada passo que dava Lyo sentia os seus pés vacilar e mesmo quando ela tropeça na calçada o seu pai não a olha e permanece no seu caminho. — Olhe por onde anda e não me envergonhe ainda mais. — Grunhe ele m*l humorado. No salão principal, os pais de Sayuri já os aguardavam. O Sr. Matsumoto estava sentado com os braços cruzados, e a Sra. Matsumoto tinha um olhar cortante. Sayuri e o seu irmão Yuki estavam de pé ao lado, silenciosos. — Estou aqui para me desculpar em nome da minha filha... pelo comportamento inaceitável que ela teve dias atrás. — Diz o Sr. Takahashi curvando-se diante deles em sinal de respeito. — Aceitam-se desculpas... quando são sinceras. Diz a mãe de Sayuri, Hana com frieza. — Ajoelha-te. — Sr. Ronin Takahashi olhando para Lyo. — Pai... por favor... — Diz Lyo sussurrando, horrorizada. Ela não podia acreditar que o seu pai, aquele que a tratava como uma princesa estava disposto a jogá-la aos lobos. — AJOELHA. Ou esta será a última vez que te trato como a minha filha. — Diz Ronin a segurando pelo ombro, os seus olhos não deixando margem a dúvidas sobre o que ele esperava do comportamento da sua filha. Com os olhos marejados e o rosto em fogo, Lyo se ajoelha lentamente diante de Sayuri. Cada movimento é um corte na sua dignidade. O chão frio toca os seus joelhos enquanto o silêncio da sala se torna ensurdecedor. Ela observava os rostos das pessoas a sua frente com ódio, ao ter que se submeter aquele tipo de coisa. — Me desculpa... pelo que eu disse... e pelo que causei. — Diz Lyo em voz baixa, mantendo os seus olhos no chão. Sayuri observa em silêncio. O desconforto é visível em seu rosto. Ela não gostava de Lyo — longe disso —, mas aquilo era algo que não desejava. A rivalidade entre elas sempre foi marcada por provocações afiadas e Sayuri sempre tinha ignorado o que ela fazia. Observando Lyo a sua frente ela percebia que ela estava apenas colhendo o que tinha plantado com ela ao longo daqueles anos em que ela vivia lhe atormentando. — Já basta. Consigo sentir a sua falsidade a quilómetros de distância, e sei que estava fazendo isso apenas por que esta sendo obrigada, não por se arrepender de verdade. — Responde Sayuri olhando fixamente para Lyo. — Sayuri? — Diz Kyota surpreso com as palavras da filha. — Eu não preciso disso. Não quero ela de joelhos. Não é assim que se resolve, e já que ela não se arrepende do que fez estamos apenas perdendo o nosso tempo aqui. — Diz Sayuri com firmeza. — Isso pode acabar aqui... mas que fique claro: se houver uma próxima vez, não aceitaremos desculpas. A honra da nossa família não será manchada novamente.— Yuki intervindo, frio, os seus olhos olhando as pessoas a sua frente com evidente desprezo. Lyo ergue lentamente o rosto, os olhos vermelhos, encarando Sayuri por um instante. Uma mistura de dor, ódio e humilhação queimava dentro dela. — Um dia... vocês vão me respeitar. Não por medo. Mas por não terem outra escolha. — Diz Lyo em pensamento. — Obrigado pela compreensão, e lhes garanto que isso jamais voltará a acontecer, vou disciplinar a minha filha. — Diz Ronin fazendo uma reverência a eles. — Vamos. Enquanto saem da casa dos Matsumoto, Lyo sente-se menor do que nunca. Mas dentro dela, uma nova chama começava a acender — uma que não se apagaria com lágrimas, nem com o chão sob os seus joelhos. Ela seguia o seu pai sem olhar para trás grata por ele não a ter feito fazer mais nada que a humilhasse ainda mais.
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