— Desista dessa ideia, j**a. Vai ter que entrar na disputa como todos nós — diz Yuri, entrando no galpão.
Hideo abre um largo sorriso ao ver o russo entrando. Ele não havia mudado nada desde a última vez que tinham se visto: o mesmo brinco na orelha e o mesmo sorriso.
— Está atrasado — diz Ricardo.
— Mas, ao que parece, cheguei na melhor parte — diz ele, sorrindo.
— Chega desse papo. Vamos tirar na moeda para ver quem pega o nosso cara primeiro — diz Aurélio, entrando no meio e tirando uma moeda do bolso.
— Eu espero. Não tenho pressa — diz o líder dos Kurogane, chamando a atenção deles para si.
— Cale a p***a da boca! Ninguém pediu a sua opinião — diz Hideo, dando um soco no estômago do homem.
— Isso é culpa de vocês. Se tivesse me dado o que eu queria, não teria que ouvir esse escroto falando — diz Aurélio, desferindo um soco no rosto do homem.
Nico olhava para aquela conversa com um sorriso no rosto. Ele via como o líder dos Kurogane estava sofrendo nas mãos dos seus amigos. Para eles, aquilo era apenas mais um jogo, e o homem amarrado à sua frente era o grande prêmio.
— Chega. Vamos resolver isso logo. Quero voltar para casa — diz Ricardo, se aproximando de Tetsuya.
— Sabe o que vai acontecer com vocês? E, já que ousaram tocar em algo que me pertence, eu vou varrer a existência de vocês deste planeta — diz Hideo, com um sorriso no rosto.
Os olhos do homem se arregalam, assim como os dos outros que observavam aquilo, o desespero tomando conta de cada pessoa ali. Era o fim. Não tinham para onde fugir ou pedir ajuda, e, ao observar os olhos de Hideo, sabiam que ele não os deixaria ir.
— Nada sairá da minha boca, Shinoda — diz Tetsuya, cuspindo no chão ao falar.
— Ele é todo seu, Aurélio — diz Hideo, com um sorriso de canto.
— Era isso que eu queria ouvir! — diz ele, dando um beijo na bochecha de Hideo e se aproximando, sorrindo, do homem à frente. — Vamos começar a diversão, princesa.
Os gritos que enchiam o lugar se espalhavam ao redor deles como uma melodia caótica que representava o que havia de mais c***l naquelas pessoas. Algo que não os incomodava, mas lhes dava satisfação. Eram movidos pela amizade e amor às suas famílias, e aqueles homens tinham justamente mexido com alguém que faria parte da família deles um dia. Precisavam pagar por sua ousadia.
Minutos depois, eles saem do galpão com um largo sorriso no rosto. As roupas sujas de sangue eram um lembrete de tudo o que seus inimigos tinham passado em suas mãos — o que, na visão deles, era pouco perto do que mereciam de verdade —, mas ao menos tinham se acalmado um pouco.
— Tudo foi feito como pediu, Hideo — diz Jin, caminhando até ele.
— Então isso significa que os Kurogane não existem mais — diz ele, sorrindo.
— Sim, foram totalmente eliminados. — Jin havia ficado surpreso com o pedido que Hideo tinha feito, mas, depois que descobriu que os Kurogane tinham tentado matar Sayuri, entendeu bem a raiva do seu amigo.
— Que a notícia se espalhe. Acabarei com qualquer um que tocar em Sayuri — diz ele, enquanto deixa o lugar.
— Isso já foi feito. Ninguém quer problemas com o futuro líder da Yakuza — responde Jin, com um sorriso no rosto.
— Olha só para ele! — diz Aurélio, abraçando Hideo. — Nosso j**a está agindo como adulto, finalmente.
— Quer parar com isso? — diz ele, se esquivando de Aurélio, enquanto ele ria.
— Sabe do que estou me lembrando? — pergunta Klaus, com um sorriso no rosto.
— Fale — diz Hideo.
— Vai ter que admitir que o buquê não mente, Hideo. — Hideo trava com as palavras de Klaus. Ele se vira e encontra os amigos o olhando de forma questionadora. Eles não o deixariam escapar daquilo.
— Fala sério, isso é apenas um mito — responde ele, continuando a andar.
— Não é, e você sabe disso — diz Nico, correndo para acompanhá-lo.
— Admita logo, j**a. Evite maiores dores de cabeça — diz Charles, rindo.
Hideo apenas os ignora e continua andando.
A cabeça de Hideo parecia que iria explodir quando finalmente chegou ao seu prédio. A van em que tinham embarcado tinha sido como uma sala de tortura para ele. Os membros da Fênix eram muito insistentes quando queriam, e ele sabia que não esqueceriam aquilo tão fácil.
No momento em que ele abre a porta do seu apartamento, se depara com os olhos sombrios de Sayuri sobre ele. Hideo engole em seco ao notar que não era apenas ela que estava brava. Oksana, Síria e Alícia tinham a mesma expressão no rosto.
— Foge — diz Aurélio no ouvido de Hideo. Ele apenas suspira, dá de ombros e entra. — p*u-mandado.
— Vai se f***r, Aurélio — diz Hideo, mostrando-lhe o dedo do meio.
— Não precisamos perguntar o que estavam fazendo. As roupas de vocês já dizem tudo — diz Síria.
— Foi algo rápido, baixinha. Não fizemos por m*l — diz Klaus, indo até ela e a abraçando.
— Exatamente. Era algo urgente — diz Aurélio, caminhando até Oksana.
— Acreditaria nisso quem não te conhece, moreno — diz ela, com a sobrancelha arqueada.
— Olha para você, loira — diz ele, apontando para a barriga dela. — Não vou arriscar a vida das minhas filhas e da mulher que amo. Pode brigar comigo depois.
Oksana revira os olhos e permite que ele a abrace. O espírito protetor de Aurélio tinha ficado mais forte desde que descobriu que teriam meninas dessa vez, então Oksana tentava não pegar tanto no pé dele.
— Precisávamos cuidar disso e não queríamos deixar vocês preocupadas — diz Nico.
— Ninguém mais vai tocar em você, Sayuri. Ao menos não os Kurogane — diz Hideo, com um sorriso sombrio no rosto.