Sayuri caminha em direção à porta do apartamento de Hideo, descalça, determinada a não ficar mais nenhum segundo naquele lugar. Ele não poderia comprá-la com apenas um beijo, não depois do que tinha feito. Quando a mão dela alcança a maçaneta da porta, Hideo a detém.
— Onde pensa que vai? — pergunta ele, olhando-a com raiva pela forma como tinha saído.
— Para casa. — diz, dando de ombros.
— Descalça? — pergunta ele, divertido.
— Eu não ligo, tenho outros sapatos. — diz, abrindo a porta.
Hideo resmunga com a teimosia de Sayuri. Sem esperar que ela dissesse algo, ele a pega nos seus braços, caminhando até o elevador.
— Me solta, Hideo! Eu sei andar! — diz ela, esperneando nos seus braços.
Hideo sorri com aquilo. Se Sayuri queria jogar, ele podia jogar com ela. Ele a coloca no chão por um segundo, a suas mãos alcançam a b***a de Sayuri e ele a ergue, prendendo-a contra a parede do elevador. Por instinto, ela envolve as suas pernas na cintura dele, os olhos assustados ao olhar para ele.
— Você fica linda irritada. — diz ele, enquanto admira as bochechas rosadas dela.
— Você é um i****a, e eu...
Ela não termina de falar, Hideo a cala com um beijo forte e duro, o seu corpo a pressionando contra a parede do elevador. Ele sente quando as mãos de Sayuri se emaranham em seus cabelos, enquanto os lábios dela se tornam urgentes sobre os dele. Os pequenos gemidos de Sayuri eram puro combustível para Hideo. Ele sentia a sua ereção pressionando aquele ponto sensível dela, arrancando-lhe suspiros.
— Sei que você gosta de mim, Sayuri. — diz ele, deslizando a sua boca sobre o pescoço dela. — Só é teimosa demais para admitir isso.
Sayuri olha para Hideo, tentando entender o que ele queria dizer. Ela sempre tinha corrido atrás dele, mas nunca tinha parado para pensar mais a sério no sentimento que a envolvia. Mas, olhando nos olhos dele, ela sabia que ele estava certo. Ela gostava dele, talvez até o amasse.
— E daí? — pergunta ela, agarrando os cabelos de Hideo e puxando com força, enquanto aproximava mais o rosto do dele. — Vai fazer algo a respeito?
Os olhos de Sayuri eram como duas chamas de fogo, e Hideo nunca a tinha visto daquela forma antes. A maneira como ela o dominava, mesmo quando ele estava com a vantagem, o deixava em êxtase, desejando mais daquele controle que ela possuía sobre o seu corpo e mente.
Hideo não podia acreditar que havia fugido de Sayuri por tanto tempo. Ela era seu oposto e, de alguma forma, ela o completava completamente.
— Vou colocar um anel no seu dedo, é isso que vou fazer. — diz ele, com olhos sérios, encarando os dela.
— E se eu não quiser? — diz ela, desafiando-o.
— Não vai querer saber. — diz ele, dando um tapa em sua b***a, fazendo-a saltar em seu colo.
— Solte minha irmã, agora. — Ao som daquela voz, Sayuri leva um susto e se afasta de Hideo, descendo do seu colo. Eles estavam tão perdidos um no outro que não haviam percebido que o elevador tinha parado.
— O que faz aqui? — pergunta Sayuri, indo até ele.
— Vim te buscar. Não quero ninguém falando m*l da minha irmã. — diz ele de forma ríspida, olhando para Hideo.
— Não vai ter que se preocupar com isso. — diz ele, dando um passo em direção a Yuki. — Podem marcar o noivado.
Yuki olhava para Hideo, buscando algum sinal de brincadeira, mas não via nada em seu rosto. Ele estava falando sério.
— Vai ter que resolver isso com ela. — diz ele, com um sorriso de canto. Yuki sabia que a sua irmã não cederia tão fácil a Hideo.
— Sayuri. — diz ele, com a sobrancelha arqueada.
— Eu não sei, ainda estou pensando no pedido de Matteo.
Ao som do nome de Matteo, o corpo de Hideo esquenta na mesma hora. Ele vai até Sayuri e a puxa para si, pressionando-a contra o seu corpo. A sua mão se fecha sobre o queixo dela, obrigando-a a olhar para ele.
— Você só se casa com aquele maldito no dia em que eu estiver morto! Está me ouvindo?
Yuki olhava, chocado, a mudança de personalidade de Hideo. Via o mais puro ódio queimando em seus olhos, enquanto observava a sua irmã.
— Eu posso resolver isso. — diz Yuki, puxando a sua arma e apontando para a cabeça de Hideo.
— Você mais que ninguém devia saber que não se puxa uma arma se não vai usá-la. — diz Hideo, com os olhos fixos em Sayuri, sem se preocupar com a ameaça de Yuki.
— E quem disse que eu não vou atirar? — pergunta ele.
— Você está me dizendo isso com a sua postura. — Em um movimento rápido, Hideo larga Sayuri e arranca a pistola da mão de Yuki, imobilizando-o no chão. — Não brinque comigo se não pode suportar as consequências, Yuki. Você não sabe quem eu sou nem o que posso fazer. Agradeça à sua irmã por não levar um tiro hoje.
Hideo solta Yuki e joga a pistola para ele. Se vira e toma Sayuri em seus braços, dando-lhe um beijo ardente, a sua língua explorando a boca dela sem nenhum pudor.
— E você, minha noiva, — diz ele, passando os dedos pelos lábios dela. — Fique longe de Matteo se não quiser enfrentar a minha fúria.
— Eu...
Ele a puxa novamente para si, lhe dando um beijo rápido. Então a solta e, com uma piscadinha, entra no elevador.
Sayuri estava de pé, tentando entender o que tinha acontecido. Sentia a suas pernas bambas e se perguntava onde estava escondido aquele lado de Hideo durante todos aqueles anos.
— Filho da mãe! — diz Yuki, se levantando do chão com uma carranca no rosto. Sayuri olha para ele e começa a rir. Quando ele se vira, ela se joga nas suas costas, montando nele.
— Sayuri! — ralha ele.
— Me leva, estou descalça. — diz ela. Ele apenas suspira, ajeitando-a em suas costas.
— Minha irmãzinha está ficando muito levada. — diz ele, rindo. Gostava daquelas brincadeiras com Sayuri.
— Isso porque tenho você para cuidar de mim. — responde ela.
— Vamos, querida, vamos para casa. — diz ele, partindo com ela em suas costas.