Capítulo 72

1039 Words
O alívio percorreu a sala como uma brisa depois de uma tempestade. Quando Sayuri atravessou as portas do apartamento de Hideo viva, embora visivelmente abalada, os olhares se voltaram para ela com uma mistura de espanto e emoção contida. Alicia foi a primeira a correr até a jovem, envolvendo-a num abraço apertado. Os demais olhavam para ela com alivia o ver que estava bem. Mas havia uma sombra que cruzava o olhar de Ricardo ao ver que Sayuri quase tinha sido morta mesmo após ele declarar a sua proteção a ela. — Você nos deu um susto garota, não sabíamos mais o que fazer com o Hideo. — Diz Oksana a abraçando. — Ele sabe que não sou indestrutível, mas também não sou vulnerável quanto pensa. — Diz ela com a sobrancelha arqueada, mas Hideo apenas resmunga em seu lugar. Apesar da brincadeira os olhos de Hideo eram sombrios, alguém tinha cruzado a linha naquela noite e não era apenas Masato. Ele apenas a observa com olhos sombrios. Não sorriu. Não chorou. Apenas permaneceu imóvel, os punhos cerrados ao lado do corpo, enquanto os seus olhos diziam o que a boca ainda não podia: “Você está viva. E eu vou fazer com que nunca mais corra esse risco.” — Hideo... — Sayuri sussurrou ao se aproximar dele, tocando o seu rosto com a palma da mão. — Eu estou bem. De verdade. Ele levou a mão dela aos lábios, beijando-a com delicadeza, mas seus olhos mantinham a fúria trancada atrás de um muro de disciplina. — Vá para o quarto — disse suavemente. — O banho quente vai ajudar. Depois conversamos. Sayuri assentiu, exausta, e desapareceu pelo corredor que levava aos aposentos de Hideo. Assim que a porta se fechou atrás dela, a máscara caiu. — Alícia — chamou ele com a voz firme. — As câmeras. Agora. Ricardo sorri ao ouvir as palavras de Hideo, o j**a continuava tão forte como ele se lembrava. Alícia olha para Ricardo buscando confirmação, ele apenas assente e ela começa a trabalhar. Minutos depois, estavam todos reunidos diante das gravações recuperadas. As imagens de segurança tremiam em preto e branco, mostrando o momento em que Sayuri fora cercada. Os agressores usavam roupas escuras, rostos parcialmente cobertos. Mas não era isso que chamou atenção de Hideo. — Para o vídeo. Agora. — A imagem congelou. Alicia olhou para ele, confusa. — O que foi? — Aquele ali — disse Hideo, apontando um dos homens, que parecia dar ordens. — Eu conheço. Silêncio. — Tetsuya. Líder da Kurogane. Um nome que fez os demais membros da Fênix se entreolharem, eles conheciam aquele nome, mas como outros ele não representava perigo para eles. A Kurogane era uma gangue violenta, conhecida por trair alianças por dinheiro — mas atacar alguém sob proteção da Yakuza era cruzar uma linha que poucos ousariam. — Eles sabiam que ela era intocável — murmurou Hideo. — E agora vão aprender o que acontece quando se ignora uma ordem da Yakuza. — O que uer fazer Hideo? — Pergunta Ricardo dando um passo em sua direção. Ele se levantou, os olhos acesos. — Reúnam todos. Eles vão pagar por cada segundo de terror que ela viveu. A caçada começou ao cair da noite. Usando informantes, drones e contatos infiltrados, os membros da Fênix localizaram um por um os integrantes da Kurogane envolvidos no ataque. Alguns tentaram fugir. Outros reagiram. Nenhum escapou. Horas depois, sete homens estavam amarrados em cadeiras de metal, em um velho galpão nos arredores da cidade. O local estava escuro, m*l iluminado por uma única lâmpada pendurada no teto. O cheiro de ferrugem e óleo queimado se misturava ao suor do medo. Aqueles eram os responsáveis pelos outros membros da gangue que agora estavam em uma cela no velho galpão esperando a sua sentença. Algo que não demoraria a acontecer. Hideo caminhava lentamente entre eles, as mãos cruzadas atrás das costas, como um general diante de prisioneiros de guerra. — Vocês sabiam quem ela era — disse calmamente, parando diante de Tetsuya, cujo rosto estava machucado, mas ainda carregava um sorriso de escárnio. — E ainda assim tocaram nela. — Ordens são ordens — cuspiu Tetsuya. — E Masato pagou bem. Klaus se aproximou e desferiu um soco no rosto do homem por sua ousadia, fazendo-o se curvar de dor. Sayuri era da família e o que aqueles homens fizeram foi uma violação as regras da máfia, não se tocava em alguém que era protegido. — Por que ajudar um traidor? — perguntou Hideo, a voz baixa e ameaçadora. — Por que ir contra a Yakuza? Você assinou a sua sentença de morte, Tetsuya. — Vocês não entendem... — ele riu, cuspindo sangue. — Masato pagou pelo serviço, e todos sabem que a única coisa que nos importa é o dinheiro.— ele olhou para Hideo com um brilho de provocação nos olhos. Hideo se aproximou e, sem aviso, puxou uma faca curta do cinto. — Então comece a falar, ou vai sangrar mais do que já falou. — Não tenho nada a te dizer. — Diz ele. — Me deixe cuidar dele Hideo, faz tempo que não tenho uma diversão. — Diz Aurélio com um sorriso de canto. — Isso eu duvido Aurélio. — Diz Hideo com a sobrancelha arqueada. — Verdade, pode perguntar a loira. Uma que agora preciso cuidar dela e das minhas filhas, e outra é que Nerone tem cuidado de tudo. Fala sério! Eu me sinto como um velho aposentado. — Diz ele de forma dramática passando a mão pelos cabelos. — Velho você está mesmo. — Diz Charles rindo atrás dele. — Cala a boca. — Diz Aurélio a ele. — Vou poder ser padrinho das suas filhas? — Pergunta Hideo com um sorriso de canto. Já que Aurélio estava tão desesperado, porque não tirar proveito daquilo. — Pode parar! Isso não é justo com os outros. — Diz Nico entrando na conversa. — Verdade, não pode usar as filhas dele como recompensa Hideo. — Diz Ricardo com a sobrancelha arqueada. Ainda sentado na cadeira o líder dos Kurogane olhava para eles abismado com aquela conversa, a sua tortura sendo relegada a segundo plano enquanto eles decidiam sobre aquela questão.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD