Matteo examinava os anéis diante de si com expressão desdenhosa. Após alguns minutos, escolheu um conjunto de joias que parecia digno de Sayuri: um anel, um colar e brincos, todos com diamantes grandes e incrivelmente brilhantes. Mesmo assim, o seu olhar não escondia a insatisfação.
— É o melhor que têm? — perguntou, cruzando os braços.
— Sim, senhor. É o que temos de mais exclusivo no momento — respondeu a atendente, encolhendo-se diante dele.
Matteo soltou um suspiro irritado.
— Lamentável. A dama da futura geração da máfia mexicana merece muito mais. É uma vergonha! — exclamou, alto o suficiente para que todos na loja ouvissem.
Pagou pelas joias, ignorando os olhares curiosos e murmurinhos que surgiam à volta. Sayuri apenas o acompanhava, fingindo embaraço, mas no fundo se divertia com a situação.
Assim que saíram da loja, Matteo puxou Sayuri pela mão.
— Agora vamos equipá-la para o próximo passeio, minha princesa — disse com um sorriso travesso. Sayuri ria da animação dele com o seu plano maluco, e vendo aquilo sabia que tinha escolhido a pessoa certa para a ajudar.
Eles foram até uma loja especializada em roupas de motoqueiro. Matteo fazia questão de chamar a atenção: caminhava de maneira segura, como se dominasse o espaço, e a cada olhar curioso ou assustado, retribuía com um meio sorriso perigoso. Os seus braços permaneciam sobre os ombros de Sayuri demonstrando a todos que ela era sua posse.
Escolheu para Sayuri uma jaqueta de couro preta, calças justas e botas de salto baixo. Ele mesmo provou um novo par de luvas e uma jaqueta que acentuava ainda mais a sua imagem de "homem perigoso".
— Agora sim, está perfeita — elogiou, observando Sayuri com um brilho de aprovação. Ele iria se divertir muito ao ver Hideo enfartar de ciúmes ao ver Sayuri com aquela roupa.
Quando eles deixam a loja e saem para o estacionamento Sayuri se assusta ao ver a moto parada diante dela.
— Me diga que não tem medo. — Diz ele com a sobrancelha arqueada
— Não tenho, mas estou surpresa. Não sabei que tinha uma moto. — Diz ela aceitando o capacete que ele lhe oferecia.
— E não tinha, acabei de comprar. — Diz dando de ombros. Sayuri apenas ri daquilo e monta na sua garupa.
A sensação de liberdade que ela sentia era maravilhosa, e a cada curva que Matteo fazia o riso de Sayuri enchia o ar a suas volta. Ela mantinha os seus braços apertados fortemente sobre a cintura de Matteo e apenas desfruta daquele passeio.
Montados na potente Harley-Davidson de Matteo, eles cortaram a cidade até chegarem a um dos restaurantes mais famosos da região. No local, Matteo continuou a interpretação: abriu a porta para Sayuri, puxou a sua cadeira, ajudou-a a se servir, sempre atento às suas necessidades.
Os clientes não demoraram a notar o casal exuberante. Cochichos surgiam por onde passavam, exatamente como Matteo planejara. Sayuri, fingindo naturalidade, sorria para ele como se estivesse realmente apaixonada.
Durante o almoço, Matteo não tirava os olhos dela, tratava-a com toda a dedicação que um verdadeiro noivo teria. A cada toque, a cada gesto, as pessoas pareciam mais convencidas de que testemunhavam um amor proibido e escandaloso.
Ao final, Matteo pagou a conta e levou Sayuri de volta para casa na garupa da sua moto.
Ao entrarem na casa dela, os dois explodiram em gargalhadas.
— Você viu a cara daquelas mulheres? — perguntou Sayuri, secando uma lágrima de tanto rir.
— Inacreditável! Já devem estar espalhando a história por toda a cidade — respondeu Matteo, largando-se no sofá.
Sayuri sentou-se ao lado dele, ainda sorrindo.
— Espero que o Hideo fique sabendo logo — disse, com um brilho malicioso nos olhos.
Matteo piscou para ela.
— Se depender de hoje, ele já está fervendo de raiva.
Eles continuaram a rir, saboreando o sucesso do plano que parecia ter funcionado perfeitamente.
— Que barulho é esse? — Pergunta Yuki descendo as escadas.
— Parece que o nosso plano não foi tão bom Matteo, o Yuki ainda não sabe. — Diz ela jogando uma almofada no seu irmão.
— Já devia saber que vocês estavam aprontando. — Diz ele pegando a almofada e se sentando ao lado de Sayuri. — Me digam o que andaram aprontando?
— Apenas nos divertindo as custas de algumas pessoas fofoqueiras. — Diz Matteo dando de ombros.
— Com coisa que vou acreditar nisso. — Diz ele.
— Você realmente é muito lento meu filho. — Diz Hana entrando na sala e entregando o celular para Yuki.
Quando Yuki vê as fotos os seus olhos se arregalam e ele olha para sua irmã como se ela tivesse enlouquecido. Havia fotos de Sayuri no restaurante, andando de moto com Matteo e comprnado joias.
— O que significa isso Sayuri? — Pergunta bravo devolvendo o telefone a sua mãe.
— Matteo esta me ajudando com algo. — Diz ela de forma tranquila, mas o olhar de seu irmão não concordava com aquilo.
— Você enlouqueceu! Isso pode prejudicar sua imagem! — Yuki passava a mão pelos cabelos de forma frustrada com a brincadeira de sua irmã.
— Eles já falam irmão, ou se esqueceu que eu sou a mulher que ninguém quer. — Diz ela com a sobrancelha arqueada.
Ao ver a expressão de Sayuri, Yuki relaxa na mesma hora, ele agarra a sua irmã pelos ombros e a puxa para seus braços. Naqueles momentos ele se sentia um fracasso por não poder a proteger como gostaria.
— Me desculpe. — Diz dando um beijo na sua testa.
— Não se preocupe com ela Yuki, — Diz Hana se sentando de frente para eles. — E a essa hora o seu plano já deve ter dado resultado, minha filha.
— Nos esforçamos por isso Tia Hana, espero que aquele i****a enfarte quando ver as fotos. — Diz Matteo rindo.
— Planejou isso? — Pergunta Yuki surpreso.
— Só estou forçando um certo alguém a ver a verdade que ele se recusa a enxergar. — Diz ela. Yuki olha para sua irmã e começa a rir, ele a tinha subestimado uma vez mais.