capítulo 01
Rafaela on . . .
Acordo com três brutamontes em cima de mim. Povo chato que fica entrando na casa dos outros só pra acordar.
Eu – Se não saírem de cima de mim agora, eu vou quebrar a cara de vocês! – foi só eu falar pra elas pularem mais ainda. – SUAS DESGRAÇAS, EU QUERO DORMIIIR!
Lívia – Desgraça é tu, garota! Já são 12:30 e tu ainda tá dormindo.
Eu – Vai procurar meu irmão e me deixa dormir logo. – Lívia e Erick acham que ninguém percebe os olhares deles. Até o Gui e a Lu, que estão no Canadá, já sacaram. Escuto Eloísa e Carol rindo e me viro vendo a cara da Lívia. – Tá vendo? Assume logo, boba. Ia adorar você como minha cunhada.
Lívia – Tô fora, Rafa. Teu irmão pega mais que arrastão, quero ser usada não.
Carolina – Ela tá certa. Teu irmão é um gato... com todo respeito, Liv. – Lívia mostra o dedo e nós rimos. – Mas ele passa vara em todas do morro, aí não dá.
Eu – Eu sei, mas não n**o que queria a Lívia como cunhada. – me levanto indo pro banheiro. – Aliás, e dona Eloísa? Como anda com o Arthur, hein? Já rolou alguma coisa?
Eloísa – Um quase beijo, mas não rolou. Não sei se quero algo sério. Eu gosto dele, mas não quero me apegar ainda, tenho muito pra viver. – ela é toda enrolada. Podendo pegar meu primo, fica nessa. Quem dera eu ter um Arthur na minha vida... Ele é romântico, na dele, não pega ninguém. – Além do mais, seria estranho eu pegar o primo da minha prima.
Eu – Eu pegaria ele se não fosse meu primo. Agora, vocês ralam do meu quarto que eu vou tomar banho! – falo colocando a cabeça pra fora do banheiro, vendo elas todas jogadas na minha cama.
Carolina – p***a, Rafa, deixa a gente aqui. Tua cama é maravilhosa.
Eu – Nada disso, abusadas, rala vocês três! – vou batendo a almofada nelas, que saem correndo rindo. Vou pro banheiro, faço minhas higienes matinais, tomo banho e coloco uma roupa.
Prendo o cabelo em um r**o de cavalo, deixo umas mechas soltas e faço uma maquiagem básica. Uma coisa que eu nunca esqueço é maquiagem de manhã, nem que seja só rímel e batom.
Desço e encontro as três doidas, meus pais e meu irmão caçula na cozinha.
Eu – Bom dia, família. – beijo a testa dos meus pais e esmago o Tavinho.
Otávio – Aí, Rafaaa! – fala rindo. Ah, como eu amo esse menino.
Terror – Tá toda arrumada pra quem, Rafaela? – começou. Não posso nem me arrumar que ele já acha que tô atrás de macho.
Eu – Ih, pai, tô arrumada pra mim. – me sento e coloco café na xícara.
Valentina – Deixa de ser chato, homem. A menina só quer se arrumar. – minha mãe é a melhor de todas, parece mais adolescente que mãe. Ela e minhas tias, na verdade, parecem mais nossas amigas.
Eloísa – Ô tio, sabia que os meninos querem fazer uma competição de futebol na quadra?
Terror – Tô ligado já. Tô até pensando em b*******a bolinha lá também.
Lívia – Eita que o tio mata as velhas com esse tanquinho! – rimos, e minha mãe olha pro meu pai com aquele olhar matador.
Valentina – Deixa só ele ficar se mostrando pras barangas pra ver se não fica sem o p*u dele!
Terror – Ô minha veia, só tu tem esse corpinho aqui. – abraça minha mãe por trás e ela morde ele, fazendo a gente rir. – Aí, p***a!
Valentina – Véia é teu cu, desgraçado. – pega o Tavinho, que olhava divertido sem entender nada, e sai da cozinha.
Terror – OOH VALENTINA! – corre atrás dela. Meu pai parece um grão de arroz do lado da minha mãe, fica até pequeno perto dela.
Lívia – Seus pais continuam os mesmos. – fala rindo.
Carolina – Bora na praça tomar um açaí?
Eu – Nem almocei, mas vamos. Tô afim de comida de verdade não. – pego meu celular, tiro o dinheiro da capinha e saio com elas atrás.
Eloísa – Mas açaí também é comida de verdade. Acha que é o quê? Poeira mágica com sabor de lavanda? – fala sarcástica.
Eu – Comida de verdade é arroz, feijão, frango. Açaí pra mim é sobremesa... e vida também, mas não importa. – dou de ombros e Liv e Carol riem.
Chegamos na dona Geralda e os meninos já estavam lá.
Eu – Não tem mais casa não, Erick?
Erick – Tenho, mas não gosto dela não. Que que tu tá fazendo aqui, filhote de cruz credo? – olha pra Lívia.
Lívia – Teu cu! Isso aqui é público, meu bem. Tu não manda em nada não. – fala se sentando. Arthur levanta e me abraça.
Arthur – Tá bonita, baixinha. Tá assim pra quem, hein?
Eu – Credo, gente, eu me arrumei pra mim! Por que eu me arrumaria pra alguém? – bufo sentando ao lado das meninas.
Heitor – Pra arrumar macho, ué. – esse menino tem 13 anos, mas fala cada coisa. Não julgo, porque eu na idade dele era pior. Ainda sou kkkk.
Gabriel – E essa daí pega alguém? Só se for dengue. – pego um palito da mesa e jogo nele, acertando o olho. – p***a, Rafaela!
Eu – Continua me zoando pra ver se eu não enfio isso tudo no teu cu.
Eloísa – Iiiih, vai ver o cuzinho dele! – me zoa e todo mundo ri.
Dona Geralda – Oi, crianças. Vão querer o quê? – dona Geralda sempre esconde a gente na cozinha quando mata aula e ainda dá açaí de graça se a gente passa de ano direto. Melhor pessoa.
Eu/Liv/Carol/Eloísa – O de sempre! – falamos juntas.
(...)
Já em casa, todo mundo escolhendo filme e eu na cozinha com o Tavinho, fazendo pipoca. Meus pais? Foram fazer o que existe de melhor na vida: t*****r em algum canto e deixaram o menino comigo.
Otávio – O que é isso, Rafa? – pergunta esticando o saco de suco de uva.
Eu – Suco. Quer? – ele assente. Faço na garrafinha e entrego. – Bebe devagar, se tu sujar essa blusa, mamãe me arrebenta e eu te levo junto.
Otávio – Vai nada. Eu sou um anjo, cê vai apanhar sozinha. – fala rindo e eu olho indignada.
Eu – Olha aqui, pingo de gente, me respeita! – faço cócegas nele e ele sai correndo pra sala.
Gabriel – COMO É QUE É, RAFAELA, FOI FABRICAR A PIPOCA p***a? – menino chato, meu Deus. Pego as pipocas e MEU refrigerante. Já tô fazendo demais trazendo isso, não vou pegar refri também.
Eu – Toma, seus abusados. – entrego a pipoca. Eles já olham pro meu refrigerante. – Tirem os olhos do meu refri, já fiz demais trazendo a pipoca.
Erick – c*****o, mas tu é lesada ou o quê? Trazia logo a garrafa.
Eu – Lesada o c*****o! Sou empregada não, meu anjo. Levanta o cu e pega. – ele bufa se levantando. – Eu, hein.
Otávio – Dá um pouquinho? – não tem como negar nada pra ele.
Eu – Toma, mas é só um pouco. Tu já tem teu suco. – dou a ele.
Erick volta, eles dão play no filme: Atividade Paranormal.
Carolina – Deus me defenderai! Se isso voa na minha frente, eu já me matriculava na escola de freira só pra conversar com Deus.
Arthur – Mas é nessas escolas que as merda do m*l acontece, ué.
Eu – Papo! Todo filme tem isso. – a p***a da porta bate e todo mundo grita.
Todos – AAAAAH! – olhamos pra trás e vemos meus pais se pegando. Eles param quando percebem.
Gabriel – Meu Deus. – se vira rindo. Minha mãe fica vermelha.
Valentina – Vocês não iam pra Amanda não?
Erick – Mãe, a gente avisou que seria aqui.
Terror – f**a-se. Duvido que vocês já não transaram! Menos vocês meninas. Se eu souber, eu mato os filhos da p**a. – m*l sabe ele... Eu ainda sou virgem, mas quase não sou, graças ao Gabriel. O menino se assustou e foi embora, aff.
Eloísa – Tio, desnecessário. – fala rindo. Minha mãe puxa meu pai escada acima.
Valentina – SE COMPORTEM! E EU QUERO AS LOUÇAS LAVADAS!
Heitor – PODEIXA, TIA! BOA TRANSA! – grita, fazendo a gente rir e ouvir minha mãe mandar ele se fuder kkk.
Otávio – Rafa, tô com sono. – esfrega o olho e sobe em mim.
Eu – Dorme aí, depois eu te levo pro quarto. – ele deita agarrado na minha cintura. Amo roubar ele do quarto, dormindo parece um bichinho.
Heitor – Se eu sair daqui, vocês vão contar pra minha mãe?
Arthur – O que tu quer fazer, hein?
Heitor – Pô, a mina da escola tá querendo ficar comigo. Deixa eu ir lá. – menino avançado, isso que dá andar com esses doidos adoradores de xereca.
Erick – Vai lá, moleque. Mão na b***a e dá uma apertada, elas gostam. – pisca.
Lívia – Para de ensinar isso, Erick! Respeita as meninas. Vai lá, Heitor. – ele sai sorridente.
Eu – Vamos ver logo essa merda de filme.
Gabriel – A baixinha tá estressada, tá. – me provoca passando o dedo no meu rosto. Eu mordo o dedo dele.
Gabriel – AI, c*****o!
Eu – Para de gritar, meu irmão tá dormindo. Ninguém mandou ficar me perturbando. – escuto a risada das meninas.
Eloísa – Assume logo vocês! Muito chato isso.
Erick – Assume o c*****o! Minha irmã vai morrer virgem.
Eu – Sonha, meu filho. Só sonha, porque a realidade tá longe disso. – a cara de cu dele aumenta, mas eu ligo o f**a-se e volto pro filme. Misturado com os gemidos dos meus pais, só espero que disso não saia outra criança.
O filme tava chatão e eu já com sono. Olhei pros lados: meu irmão deitado com a Liv, Arthur com a Eloísa, Carol no chão falando com alguém no celular... Ou seja, virei vela. Só restou o insuportável do Gabriel do meu lado, vendo o filme sério. Abracei o Tavinho e dormi ali mesmo...