Arthur . . .
Acordo com alguém se mexendo e abro meus olhos ainda “dormindo”, vendo Eloísa nua do meu lado. Flashes da noite passada invadem minha mente, e sorrio. Dos muleques, sou o mais na minha, penso com a cabeça de cima antes de pensar com a de baixo.
Sempre gostei da Eloísa. Lembro que, quando éramos crianças, minha mãe disse que eu fiz um garoto levar um ponto na testa depois de empurrá-lo. O motivo? Ele estava puxando o cabelo dela e eu fui defendê-la.
Sei que ela não quer nenhum relacionamento sério e acho que também não teria muita maturidade para isso. É um bagulho estranho, ainda mais morando em morro, com aquelas Marias Fuzis atrás da gente o tempo todo.
Olho para o relógio: eram 13:30. Depois do que fizemos ontem, precisávamos descansar.
Eloísa – Seu rosto vai doer se continuar sorrindo assim.
Olho assutado para ela, que me olha com cara de sono. Como consegue ser linda até quando acorda?
Eu – Já está acordada há muito tempo?
Ela n**a, abraçando minha cintura e roçando aquele par de s***s em mim.
Eu – Já quer me tirar do juízo?
Eloísa – Jamais. – Ela ri safada, e era impossível olhar aquele corpo e meu p*u não criar vida. – Que horas são?
Eu – 13:30.
Ela arregala os olhos e pula da cama.
Eloísa – p**a que pariu! Meu pai deve estar louco! – Percorro meu olhar por todo o corpo nu dela, e ela me encara. – Que foi, garoto? Eu tô morta, entendeu? Morta! Meu Deusinho sagrado, eu sou nova demais para morrer!
Eu – Calma, Carol deve ter inventado alguma mentira. Tu sabe que ela sempre te cobre. – Falo vestindo a cueca, e ela pega a calcinha, coloca, e veste uma blusa minha.
Eu – Prefiro você sem.
Eloísa – Garoto, tu não era santo? Que pouca vergonha é essa? – Ela cruza os braços, fazendo seus s***s ficarem mais juntos e levantados. p***a, mano, essa menina é um perigo.
Eu – Só revelo esse lado para quem merece.
Ela sorri safada, e abraço sua cintura, beijando seu pescoço. Sorri ao ver que ela se arrepia.
Eu – Tá arrepiada, é? Acho que descobri seu ponto fraco. – Mordi de leve seu ombro.
Eloísa – Pa...para! Tua mãe tá em casa!
Amanda – Liga não, querida. Aliás, tua mãe tá aí!
Demos um pulo com ela entrando no quarto, e Eloísa se esconde atrás de mim.
Eu – MÃE!
Eloísa – Meu Deus, Arthur! Você não tinha fechado a porta? – sussurra, e eu assinto. Que bruxaria é essa?
Amanda – Que foi, garoto? Acha que eu não sei que vocês estavam fazendo a dança do acasalamento? Já tive a idade de vocês e vi vocês saindo do baile juntos. Sorte de vocês que eu e Alice existimos, viu?
Eu – Como a senhora entrou aqui? Eu fechei a porta.
Amanda – Teu irmão pegou a chave dele para pegar seu fone e viu vocês juntos. Aliás, espero que tenham usado camisinha, pois só tenho 31 anos, muito nova para ser avó. – Ela ri. Tinha esquecido que o filho da p**a do Heitor tem a chave do quarto igual à minha.
Eu – Mãe, manda aquele garoto ficar longe da merda do meu quarto! Que saco, não tem nem mais privacidade nessa casa.
Heitor – Privacidade tem, como ia saber que tu tava fudendo com a Eloísa aqui?
Se fudeu! Minha mãe deu um tapa no ombro dele, que se assustou.
Heitor – Aí, mãe!
Amanda – Se tu falar mais uma vez esses palavrões, vou colocar pimenta na tua língua, filho da mulher bonita. Agora rala desse quarto você também, e Elo se arruma que sua mãe tá te esperando! – Ela tacou uma roupa para mim. Peguei e vi que era da Eloísa. Não era a mesma do baile; aposto que tia Alice trouxe.
Eloísa – Pode deixar, tia.
Minha mãe sai carregando Arthur pela orelha, e eu n**o rindo, fechando o quarto novamente.
Eloísa – Que vergonha! – Ela se joga na cama, e eu rio, deitando ao lado dela.
Eu – Foi m*l, tinha esquecido que a chave é igual.
Eloísa – Como eu vou olhar para tia Amanda de novo? Meu Deus, minha mãe sabe que eu já transo! – Juro que tentei segurar o riso, mas não consegui. – ARTHUR!
Eu – Desculpa, loira. Tu fica muito linda com essa bochecha vermelha de vergonha. – Ela sorri de lado, e seguro seu rosto beijando-a.
Eloísa – Hum... eu preciso... trocar de roupa. – Sorri entre o beijo, me soltando. – Tá com bafo, hein.
Eu – Falou a senhora boca cheirosa.
Eloísa – Eu tenho, tá, meu bem? Minha boca tem cheiro de menta. – Joga o cabelo, pegando a roupa que minha mãe deu, e entra no meu banho. n**o rindo, pego minha toalha e vou para o banheiro do corredor. Que noite, meus amigos…
Luiza . . .
Aeroporto/Rio de Janeiro
Acabamos de chegar no Rio, e eu já podia sentir aquele calor que tanto amo. Que saudade dos cariocas! Bom, resumindo a viagem: eu virei o candelabro do avião. Tinha gente se beijando na fileira da frente, atrás e ainda por cima os humanos do meu lado que não pararam um minuto.
Guilherme – p***a, que saudade daqui.
Assinto sorrindo. Morar no Canadá é maravilhoso, mas não tem nada igual à nossa cidadezinha.
Eu – Nem me fala, tô doida para ver todo mundo, principalmente o pai e a mãe.
Taiane – Eu não conheço ninguém daqui, então tudo é novidade. – Taiane é de MG e nunca veio para o Rio; ela também estuda no Canadá. – Deus, eu tô nervosa, nunca tive sogros!
Guilherme – Fica calma, amor. Vai dar tudo certo. – Eles se beijam, e eu faço careta. Amo eles dois juntos, mas tô até diabética com tanto love.
Eu – Queridos, lindos do meu coração, a tiazinha aqui já estava diabética nível máximo. Vamos maneirar um pouquinho! – Chamo atenção dos dois, que riem se separando.
Guilherme – Tá falando igual a Rafa.
Eu – Ahh, não vejo a hora de encontrar minha moreninha e abraçá-la. Acho que, de todos os irmãos, eu e Rafa somos inseparáveis. Não que Erick, Tavinho e Gui não sejam, mas somos as únicas meninas, então sabemos tudo uma da outra.
Taiane – Ela fala tudo que pensa?
Assentimos.
Eu – Morre não, cunha. Rafa e você são igualzinhas: adoram maquiagem, roupas, mesmas séries. Vocês vão se dar super bem.
Guilherme – No começo ela pode até ficar com ciúmes, mas é de boa.
Eu – Ok, meu povo, agora vamos, que eu tô morrendo de fome!
Chamamos um Uber, que chegou em cinco minutos. Problema: já eram 12:20 e o engarrafamento não ajudava.
Taiane – Seria falta de educação chegar na casa dos meus sogros com fome?
Guilherme – Claro que não. Minha mãe até faria você comer, mesmo sem fome. – Verdade. Dona Valentina faz comermos tudo que ela coloca, e se não comermos, bate a colher de p*u na nossa testa.
Acho que passamos mais tempo no Uber que na própria viagem: literalmente 1h no engarrafamento. Quando chegamos no morro, já eram 13:40.
Não mudou nada durante esses cinco meses. Eu já estava morrendo de saudades daqui. Pagamos o Uber, que nos ajudou com as malas, e logo na barreira já estava meu tio DT.
Me aproximei dele sorrindo, e alguns vapores nos olharam, mas fizemos sinal para que não falassem nada. Pulei nas costas do meu tio, que se assustou.
DT – Que p***a é essa?
Saio das costas dele rindo.
DT – p**a que pariu! Seis não tavam fora do Brasil?
Eu – Férias de uma semana. Aí que saudade, tio! – Pulo nele de novo, e dessa vez ele me abraça rindo.
DT – Como tu cresceu, garota. Nem parece mais aquela que peguei no colo!
Fingiu enxugar lágrimas, e rimos.
Guilherme – De boa, tio. – Eles fizeram um toque, e Gui puxa Taiane para frente dele, já que a mesma estava escondida. – Essa daqui é minha namorada, Taiane.
DT – Opa, satisfação.
Taiane – Satisfação? – Ela o cumprimenta meio perdida, e nós rimos.
Eu – Cadê meu pai, tio?
DT – Ih, teu pai tá lá no asfalto, resolvendo umas paradas.
Guilherme – Mas ele tá com a ficha limpa?
DT – Tá, pô. Não é nada demais. Só foi contar um noia do asfalto que tá devendo alguns meses. Tua mãe e tuas tias tão lá em casa, as malucas também. Já os muleques, sei não; devem tá comendo alguma p**a por aí.
Guilherme – Vou falar primeiro com minhas mulheres e depois vejo eles.
DT – Vai lá. Deixa as malas aqui que mando um vapor levar depois.
Assentimos, nos despedimos do meu tio e subimos.
Taiane – Eles sempre ficam olhando assim?
Eu – Sempre, ainda mais quando se é filho de dono, sub ou amigo próximo.
Ela faz careta, e eu rio. Eu tinha desacostumado a subir esse morro.
Guilherme – Também já cansei. Cansou, amor?
Taiane n**a. Ela faz corrida, então andar alguns minutos não faz diferença.
Assim que chegamos em casa, bateu uma ansiedade. Estava morrendo de saudades, e não havíamos avisado ninguém.
Taiane – Ai, Deus, eu não quero entrar.
Ela se esconde atrás do Gui, que ri puxando-a para frente, segurando sua cintura.
Guilherme – Amor, agora já estamos aqui. Elas estão atrás dessa porta. Vai dar tudo certo.
Abro a porta de casa: não tinha ninguém na sala, e as vozes vinham do quintal. Fomos sem fazer barulho e olhamos para fora, vendo todo mundo: minhas tias, as meninas e Tavinho, que foi o primeiro a nos ver e ficar de boquinha aberta.
Faço sinal para que ele fique em silêncio, e ele sorri sapeca. Que saudade desse menino! Olho para Gui com um sorriso cúmplice e saímos indo para o quintal. Como todas estavam de costas, não nos viram.
Fernanda – Tá rindo do que, menino? Tá doido é?
Tia Nanda pergunta para Tavinho, que n**a, soltando uma gargalhada.
Lívia – Que isso, menino? Oh, tia, a senhora colocou algo na comida dele, foi?
Seguro a risada, assim como Gui. Que saudade dessas piranhas!
Eu – Que bonito, né? Reunião de família e nem chamam a gente.
Minha mãe deu um pulo do sofá nos olhando incrédula.
Valentina – Meus filhos! – Ela sorri, puxando eu e Gui para um abraço. Como minha mãe é manteiga derretida, já estava chorando. – Que saudades de vocês, meus bebês! Como vocês fazem isso comigo, hein? Esperei a ligação de vocês de manhã e vocês me aparecem assim!
Rimos.
Guilherme – Era surpresa, né, mãe?
Rafaela – LUUUU! – Me assustei com uma doida pulando em mim, e caímos sentadas. – Que saudadeeee! Sua maluca, aparece assim do nada.
Eu – Também estava com saudade, maninha. – Ri, abraçando ela, e um pingo de gente pula em nós duas. – Ai que saudade de você, meu pequeno! Tá um gato, hein.
Falo enchendo-o de beijos, e ele gargalha segurando meu rosto.
Otávio – Também tava com saudade. Tem que tá gato pras novinhas, né?
Guilherme – Iih, muleque, já tá assim é?
Tavinho sorri todo se sentindo e pula nele, que o abraça. Esse menino tá tão grande, gente!
Alice – Nem imagina, menino. Esse daí com as meninas é uma loucura; já até beijou na boca, acredita?
Ri e abraço minhas tias e as meninas, matando um pouco da saudade. Gui sorri, segurando a mão de Taiane, que até então estava “escondida”.
Eloísa – Por que eu tô sentindo cheiro de casal no ar, hein?
Ela se pronuncia, chamando a atenção de todos para Taiane, que estava completamente vermelha.
Guilherme – Gente, essa é minha namorada, Taiane. Amor, essa é minha mãe, Valentina; minhas tias, Fernanda, Alice, Amanda; e essas são minhas primas chatas.
As meninas dão dedo do meio, e rimos.
Guilherme – Eloísa, Carol, Lívia e minha maluca que pulou na Luíza é Rafaela, e esse muleque pegador aqui é o Otávio, meu irmão mais novo.
Valentina – Ai, meu Deus! Eu tenho uma nora! Aaah, eu tenho uma nora!
Minha mãe puxa Taiane abraçando-a, e nós rimos.
Valentina – Seja bem-vinda, querida! Somos todos bem loucos, mas nos amamos.
Taiane – É um prazer conhecê-la.
Valentina – O prazer é meu, querida. Agora você é da família e não precisa de tanta formalidade.
Taiane assente rindo.
Valentina – Estão com fome?
Eu/Gui – Morrendo!
Minha mãe sorri. Finalmente, estávamos em casa…