capítulo 05

2117 Words
Arthur . . . Acordo com alguém se mexendo e abro meus olhos ainda “dormindo”, vendo Eloísa nua do meu lado. Flashes da noite passada invadem minha mente, e sorrio. Dos muleques, sou o mais na minha, penso com a cabeça de cima antes de pensar com a de baixo. Sempre gostei da Eloísa. Lembro que, quando éramos crianças, minha mãe disse que eu fiz um garoto levar um ponto na testa depois de empurrá-lo. O motivo? Ele estava puxando o cabelo dela e eu fui defendê-la. Sei que ela não quer nenhum relacionamento sério e acho que também não teria muita maturidade para isso. É um bagulho estranho, ainda mais morando em morro, com aquelas Marias Fuzis atrás da gente o tempo todo. Olho para o relógio: eram 13:30. Depois do que fizemos ontem, precisávamos descansar. Eloísa – Seu rosto vai doer se continuar sorrindo assim. Olho assutado para ela, que me olha com cara de sono. Como consegue ser linda até quando acorda? Eu – Já está acordada há muito tempo? Ela n**a, abraçando minha cintura e roçando aquele par de s***s em mim. Eu – Já quer me tirar do juízo? Eloísa – Jamais. – Ela ri safada, e era impossível olhar aquele corpo e meu p*u não criar vida. – Que horas são? Eu – 13:30. Ela arregala os olhos e pula da cama. Eloísa – p**a que pariu! Meu pai deve estar louco! – Percorro meu olhar por todo o corpo nu dela, e ela me encara. – Que foi, garoto? Eu tô morta, entendeu? Morta! Meu Deusinho sagrado, eu sou nova demais para morrer! Eu – Calma, Carol deve ter inventado alguma mentira. Tu sabe que ela sempre te cobre. – Falo vestindo a cueca, e ela pega a calcinha, coloca, e veste uma blusa minha. Eu – Prefiro você sem. Eloísa – Garoto, tu não era santo? Que pouca vergonha é essa? – Ela cruza os braços, fazendo seus s***s ficarem mais juntos e levantados. p***a, mano, essa menina é um perigo. Eu – Só revelo esse lado para quem merece. Ela sorri safada, e abraço sua cintura, beijando seu pescoço. Sorri ao ver que ela se arrepia. Eu – Tá arrepiada, é? Acho que descobri seu ponto fraco. – Mordi de leve seu ombro. Eloísa – Pa...para! Tua mãe tá em casa! Amanda – Liga não, querida. Aliás, tua mãe tá aí! Demos um pulo com ela entrando no quarto, e Eloísa se esconde atrás de mim. Eu – MÃE! Eloísa – Meu Deus, Arthur! Você não tinha fechado a porta? – sussurra, e eu assinto. Que bruxaria é essa? Amanda – Que foi, garoto? Acha que eu não sei que vocês estavam fazendo a dança do acasalamento? Já tive a idade de vocês e vi vocês saindo do baile juntos. Sorte de vocês que eu e Alice existimos, viu? Eu – Como a senhora entrou aqui? Eu fechei a porta. Amanda – Teu irmão pegou a chave dele para pegar seu fone e viu vocês juntos. Aliás, espero que tenham usado camisinha, pois só tenho 31 anos, muito nova para ser avó. – Ela ri. Tinha esquecido que o filho da p**a do Heitor tem a chave do quarto igual à minha. Eu – Mãe, manda aquele garoto ficar longe da merda do meu quarto! Que saco, não tem nem mais privacidade nessa casa. Heitor – Privacidade tem, como ia saber que tu tava fudendo com a Eloísa aqui? Se fudeu! Minha mãe deu um tapa no ombro dele, que se assustou. Heitor – Aí, mãe! Amanda – Se tu falar mais uma vez esses palavrões, vou colocar pimenta na tua língua, filho da mulher bonita. Agora rala desse quarto você também, e Elo se arruma que sua mãe tá te esperando! – Ela tacou uma roupa para mim. Peguei e vi que era da Eloísa. Não era a mesma do baile; aposto que tia Alice trouxe. Eloísa – Pode deixar, tia. Minha mãe sai carregando Arthur pela orelha, e eu n**o rindo, fechando o quarto novamente. Eloísa – Que vergonha! – Ela se joga na cama, e eu rio, deitando ao lado dela. Eu – Foi m*l, tinha esquecido que a chave é igual. Eloísa – Como eu vou olhar para tia Amanda de novo? Meu Deus, minha mãe sabe que eu já transo! – Juro que tentei segurar o riso, mas não consegui. – ARTHUR! Eu – Desculpa, loira. Tu fica muito linda com essa bochecha vermelha de vergonha. – Ela sorri de lado, e seguro seu rosto beijando-a. Eloísa – Hum... eu preciso... trocar de roupa. – Sorri entre o beijo, me soltando. – Tá com bafo, hein. Eu – Falou a senhora boca cheirosa. Eloísa – Eu tenho, tá, meu bem? Minha boca tem cheiro de menta. – Joga o cabelo, pegando a roupa que minha mãe deu, e entra no meu banho. n**o rindo, pego minha toalha e vou para o banheiro do corredor. Que noite, meus amigos… Luiza . . . Aeroporto/Rio de Janeiro Acabamos de chegar no Rio, e eu já podia sentir aquele calor que tanto amo. Que saudade dos cariocas! Bom, resumindo a viagem: eu virei o candelabro do avião. Tinha gente se beijando na fileira da frente, atrás e ainda por cima os humanos do meu lado que não pararam um minuto. Guilherme – p***a, que saudade daqui. Assinto sorrindo. Morar no Canadá é maravilhoso, mas não tem nada igual à nossa cidadezinha. Eu – Nem me fala, tô doida para ver todo mundo, principalmente o pai e a mãe. Taiane – Eu não conheço ninguém daqui, então tudo é novidade. – Taiane é de MG e nunca veio para o Rio; ela também estuda no Canadá. – Deus, eu tô nervosa, nunca tive sogros! Guilherme – Fica calma, amor. Vai dar tudo certo. – Eles se beijam, e eu faço careta. Amo eles dois juntos, mas tô até diabética com tanto love. Eu – Queridos, lindos do meu coração, a tiazinha aqui já estava diabética nível máximo. Vamos maneirar um pouquinho! – Chamo atenção dos dois, que riem se separando. Guilherme – Tá falando igual a Rafa. Eu – Ahh, não vejo a hora de encontrar minha moreninha e abraçá-la. Acho que, de todos os irmãos, eu e Rafa somos inseparáveis. Não que Erick, Tavinho e Gui não sejam, mas somos as únicas meninas, então sabemos tudo uma da outra. Taiane – Ela fala tudo que pensa? Assentimos. Eu – Morre não, cunha. Rafa e você são igualzinhas: adoram maquiagem, roupas, mesmas séries. Vocês vão se dar super bem. Guilherme – No começo ela pode até ficar com ciúmes, mas é de boa. Eu – Ok, meu povo, agora vamos, que eu tô morrendo de fome! Chamamos um Uber, que chegou em cinco minutos. Problema: já eram 12:20 e o engarrafamento não ajudava. Taiane – Seria falta de educação chegar na casa dos meus sogros com fome? Guilherme – Claro que não. Minha mãe até faria você comer, mesmo sem fome. – Verdade. Dona Valentina faz comermos tudo que ela coloca, e se não comermos, bate a colher de p*u na nossa testa. Acho que passamos mais tempo no Uber que na própria viagem: literalmente 1h no engarrafamento. Quando chegamos no morro, já eram 13:40. Não mudou nada durante esses cinco meses. Eu já estava morrendo de saudades daqui. Pagamos o Uber, que nos ajudou com as malas, e logo na barreira já estava meu tio DT. Me aproximei dele sorrindo, e alguns vapores nos olharam, mas fizemos sinal para que não falassem nada. Pulei nas costas do meu tio, que se assustou. DT – Que p***a é essa? Saio das costas dele rindo. DT – p**a que pariu! Seis não tavam fora do Brasil? Eu – Férias de uma semana. Aí que saudade, tio! – Pulo nele de novo, e dessa vez ele me abraça rindo. DT – Como tu cresceu, garota. Nem parece mais aquela que peguei no colo! Fingiu enxugar lágrimas, e rimos. Guilherme – De boa, tio. – Eles fizeram um toque, e Gui puxa Taiane para frente dele, já que a mesma estava escondida. – Essa daqui é minha namorada, Taiane. DT – Opa, satisfação. Taiane – Satisfação? – Ela o cumprimenta meio perdida, e nós rimos. Eu – Cadê meu pai, tio? DT – Ih, teu pai tá lá no asfalto, resolvendo umas paradas. Guilherme – Mas ele tá com a ficha limpa? DT – Tá, pô. Não é nada demais. Só foi contar um noia do asfalto que tá devendo alguns meses. Tua mãe e tuas tias tão lá em casa, as malucas também. Já os muleques, sei não; devem tá comendo alguma p**a por aí. Guilherme – Vou falar primeiro com minhas mulheres e depois vejo eles. DT – Vai lá. Deixa as malas aqui que mando um vapor levar depois. Assentimos, nos despedimos do meu tio e subimos. Taiane – Eles sempre ficam olhando assim? Eu – Sempre, ainda mais quando se é filho de dono, sub ou amigo próximo. Ela faz careta, e eu rio. Eu tinha desacostumado a subir esse morro. Guilherme – Também já cansei. Cansou, amor? Taiane n**a. Ela faz corrida, então andar alguns minutos não faz diferença. Assim que chegamos em casa, bateu uma ansiedade. Estava morrendo de saudades, e não havíamos avisado ninguém. Taiane – Ai, Deus, eu não quero entrar. Ela se esconde atrás do Gui, que ri puxando-a para frente, segurando sua cintura. Guilherme – Amor, agora já estamos aqui. Elas estão atrás dessa porta. Vai dar tudo certo. Abro a porta de casa: não tinha ninguém na sala, e as vozes vinham do quintal. Fomos sem fazer barulho e olhamos para fora, vendo todo mundo: minhas tias, as meninas e Tavinho, que foi o primeiro a nos ver e ficar de boquinha aberta. Faço sinal para que ele fique em silêncio, e ele sorri sapeca. Que saudade desse menino! Olho para Gui com um sorriso cúmplice e saímos indo para o quintal. Como todas estavam de costas, não nos viram. Fernanda – Tá rindo do que, menino? Tá doido é? Tia Nanda pergunta para Tavinho, que n**a, soltando uma gargalhada. Lívia – Que isso, menino? Oh, tia, a senhora colocou algo na comida dele, foi? Seguro a risada, assim como Gui. Que saudade dessas piranhas! Eu – Que bonito, né? Reunião de família e nem chamam a gente. Minha mãe deu um pulo do sofá nos olhando incrédula. Valentina – Meus filhos! – Ela sorri, puxando eu e Gui para um abraço. Como minha mãe é manteiga derretida, já estava chorando. – Que saudades de vocês, meus bebês! Como vocês fazem isso comigo, hein? Esperei a ligação de vocês de manhã e vocês me aparecem assim! Rimos. Guilherme – Era surpresa, né, mãe? Rafaela – LUUUU! – Me assustei com uma doida pulando em mim, e caímos sentadas. – Que saudadeeee! Sua maluca, aparece assim do nada. Eu – Também estava com saudade, maninha. – Ri, abraçando ela, e um pingo de gente pula em nós duas. – Ai que saudade de você, meu pequeno! Tá um gato, hein. Falo enchendo-o de beijos, e ele gargalha segurando meu rosto. Otávio – Também tava com saudade. Tem que tá gato pras novinhas, né? Guilherme – Iih, muleque, já tá assim é? Tavinho sorri todo se sentindo e pula nele, que o abraça. Esse menino tá tão grande, gente! Alice – Nem imagina, menino. Esse daí com as meninas é uma loucura; já até beijou na boca, acredita? Ri e abraço minhas tias e as meninas, matando um pouco da saudade. Gui sorri, segurando a mão de Taiane, que até então estava “escondida”. Eloísa – Por que eu tô sentindo cheiro de casal no ar, hein? Ela se pronuncia, chamando a atenção de todos para Taiane, que estava completamente vermelha. Guilherme – Gente, essa é minha namorada, Taiane. Amor, essa é minha mãe, Valentina; minhas tias, Fernanda, Alice, Amanda; e essas são minhas primas chatas. As meninas dão dedo do meio, e rimos. Guilherme – Eloísa, Carol, Lívia e minha maluca que pulou na Luíza é Rafaela, e esse muleque pegador aqui é o Otávio, meu irmão mais novo. Valentina – Ai, meu Deus! Eu tenho uma nora! Aaah, eu tenho uma nora! Minha mãe puxa Taiane abraçando-a, e nós rimos. Valentina – Seja bem-vinda, querida! Somos todos bem loucos, mas nos amamos. Taiane – É um prazer conhecê-la. Valentina – O prazer é meu, querida. Agora você é da família e não precisa de tanta formalidade. Taiane assente rindo. Valentina – Estão com fome? Eu/Gui – Morrendo! Minha mãe sorri. Finalmente, estávamos em casa…
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