O CORVO

Capítulo 9.Henrique Romano

No dia seguinte, Christopher chegou ao local combinado, um prédio antigo no centro da cidade. Ele foi recebido por um dos homens de Marco, que o levou até o escritório do chefe.

Marco estava sentado atrás da mesa, com uma expressão séria. Ele fez um gesto para que Christopher se sentasse.

—Obrigado por vir—,disse Marco, sua voz rouca.

Christopher se sentou, sua expressão neutra.

—Você disse que havia algo importante para discutir.

Marco assentiu.

—Sim, a morte de Virginia Mancini. Você provavelmente já sabe quem é ela.

Christopher não respondeu, mas seu olhar não mudou.

— Eu não sei quem encomendou a morte dela— continuou Marco,—Mas eu sei que é alguém que tem muito dinheiro e recursos. A quantia é...generosa.

Christopher levantou uma sobrancelha.

— Não me interessa o valor total, só a minha parte.

Marco hesitou por um momento antes de responder.

— Se fizer seu trabalho bem feito, 550 milhões de dólares.

Christopher solta um assobio baixo.

— Não esperava menos, afinal é uma Mancini— continuou Marco— família Mancini é poderosa e não vai deixar isso passar em branco. E eu sei que você é competente o suficiente para sair ileso.

Christopher sorriu, um sorriso frio e calculista.

— Ótimo.

— Bom, eu já sei por onde começar o resto é com você.

— Continue.

— Vou ligar para um conhecido que me deve um favor, vou garantir que você seja coloca dentro do covil. Observe e faça o serviço quando tiver oportunidade.

Christopher assentiu.

— Mais alguma coisa, Marco?

— Só isso por hora. Espero que não me decepcione.

— Não faço meu serviço para agradar ninguém além de mim.— Christopher se levanta para ir embora.

Marco sorri sem humor.

— Te ligo para passar informações.

Christopher sai e Marco pega o telefone discando para seu conhecido.

Marco pegou o celular, discando o número de Roberto, um ex funcionário que lhe devia um favor.

—Roberto, disse Marco, tentando soar tranquilo —Preciso de um favor, ou melhor, chegou a hora de pagar o favor que me deve.

— O que é Marco?—respondeu Roberto, sua voz era arrastada, irritada.

— Preciso que coloque um homem meu para trabalhar para a família Mancini, sei que está trabalhando de segurança para eles.

Roberto solta um suspiro irritado do outro lado da linha.

— Está louco ? Se eu colocar um de seus homens aqui e acontecer algo eu morro.

— Se não fizer o que estou mandando, vai morrer também. Você tem até amanhã as 10h para me dar uma resposta.— Marco desliga o telefone tranquilamente.Roberto ficou indeciso, ele sabia que precisava pagar o favor que devia a Marco, mas, também estaria arriscando sua vida, se Antônio Mancini descobrisse que ele colocou alguém que não é de confiança no meio da sua familia, o mataria sem hesitar. Mas ele não tinha escolha, ou morreria por Marco ou por Antônio.

No dia seguinte ligou para Marco disposto a lhe ceder o favor.

— Roberto, estava esperando sua ligação. E então ?

— Eu..vou colocar seu homem aqui. Qual o nome dele ?

— Henrique Romano — mentiu Marco, afinal, ele jamais entregaria o nome ou muito menos o codinome de Christopher.

Roberto franze o cenho, ele não reconhece o nome.

— Por que quer ele aqui ?

— Não te interessa. Preciso ir, até.— Marco desliga o telefone.

O sorriso que surge em seu rosto é mínino, carregado de satisfação.

Ele pega seu celular e liga para Christopher.

— Corvo— a voz do outro lado é gélida, sem emoção.

— Consegui te colocar lá dentro, agora é contigo, não se esqueça...sem erros.

— Nunca cometi um.

— Lá te tratarão por Henrique Romano, já vou preparar seus documentos falsos e uma ficha antiga para as pesquisas que irão fazer. Você será um antigo policial corrupto e está entrando na máfia pedindo proteção e oferecendo seus serviços.

— Que linda história de vida— Christopher debocha.

— Amanhã passa aqui pegar seus documentos as 14h, vou deixar um celular aqui para usar lá.

— Ok.— Christopher desliga o celular e o sorriso que surge e seu rosto é de pura satisfação, um trabalho novo, exigia dele todo talento que adquiriu nos últimos anos e ele adorava isso.