Dois dias se passaram, e aquele quarto ao longo deles, foi ficando cada vez menor, eu já me senti bem melhor, mas William só me deixaria ir quando eu estava 100%. Com o curto tempo, a gente foi se aproximando bem mais, ele com certeza é bem diferente do que eu pensava, é imaturo, brincalhão, e sorridente, pelo menos comigo. Lembra da garota de short? Até agora eu não sei o nome dela, mas eu escutei ela e o Medo brigando uma vez, não era por minha causa, já que pra ela eu praticamente nem existia
Eu definitivamente, não queria admitir que estava me encantando por ele, mas estava, sendo bem sincero. Cada toque dele em mim, tomar meu corpo todo esquentar e se arrepiar, e apesar de não ter quase nenhuma experiência nisso, eu sabia o que significava
William também me dá muitos sinais, de coisas diferentes, ontem tiva o maior deles
Ele terminava de tratar uma ferida minha, a única que precisa de tratamento ainda, foi a mais grave e fica nas costas
Quando terminou, ele prepara, enquanto ainda caminhava pela porta, algum sentimento me invadiu, algo como uma carência, mas não tão banal, uma falta de algo que nem eu sabia dizer o que era
- William - Eu o chamei, ainda de costas pra ele, estava com vergonha demais para olhar pra trás -
- Pode falar, Augusto, você quer alguma coisa? - Sua voz era séria, só que também mostrava curiosidade -
- É que ... você, pode ficar mais um pouco?
O silêncio me matava, escutei os passos dele, devagar e pesados, vindo até mim, e meu coração acelerou. O mais velho parou na minha frente, me mantive imóvel, enquanto ele estendia sua mão até meu rosto, começando um carinho lento, gostoso ....
O quarto estava escuro, quase não dava pra ver seu rosto, mas sentir cada toque dele em mim, e quando as vezes levava sua mão para a minha nuca, e puxava muito de levinho o meu cabelo
De repente, ele parou, tirou a mão do meu rosto e começou a caminhar para a porta
- William..
- Boa noite, Augusto ...
Ele se foi e fechou a porta, sem nem olhar pra mim. Me veio um aperto, uma saudade da casa dos meus pais. Eu só cheguei nessa cidade a uma semana e olha o que aconteceu ...
No dia seguinte, acordei com um susto, um menino entrou no quarto deixou uma bandeja com o café, quem sempre fazia isso era o William
- Oi - digo pro garoto, que se vira aparentemente estressado -
- Que é?
- O William... - sou interrompido -
- Tá ocupado
- É que eu queria falar com ele...
- Ele tá ocupado - voltou a afirmar - E disse que se tu quiser vazar já pode ir
- Ah...tudo bem - Respondo, encolhendo as pernas na cama, mas foi como falar sozinho, porque o menino já tinha virado as costas e ido -
Mais tarde, eu já estava decidido, eu iria embora, estava ficando humilhante eu ficar ali, e como ele claramente estava me evitando, eu não ia ficar implorando pra ninguém me querer
Desci as escadas, nunca tinha andado por aquela casa antes no máximo até o banheiro, e nossa, era mais linda ainda do que eu imaginava. Ao chegar perto da porta, sou surpreendido, ao escutar a voz dele do topo da escada
- Augusto!
Me viro pra ele, o vendo descer e vindo até mim
- Você já tá indo?
- Já, resolvi ir, já que você tá nesse joguinho de me evitar
- Não é isso, eu só... - por mias que tentasse, ele não tinha justificativa pra isso -
- Tá tudo bem, eu já entendi tudo, e tô indo
Tentei me virar mais uma vez, mas ele me segurou no braço.
- Eu sei o que dei a entender, mas foi m*l, é só meio novo pra mim, tá ligado, isso?
Eu não respondi
- Aquilo que rolou ontem..... posso, sei lá, fazer de novo?
Apesar de exitar um pouco, sinalizei que sim, então, ele levou a mão no meu rosto, acariciando meu rosto novamente, aquilo era inexplicavelmente bom. Fechei meus olhos, sentindo ele cada vez mais perto de mim, quando menos esperei, senti os lábios dele tocando nos meus, quase não acreditei que aquilo estava acontecendo. Seus braços foram para a minha cintura, e uma de suas mãos para minha b***a, gemi baixinho ainda colado com o corpo dele. quando separamos nossas bocas, sorrimos nos olhando
- Meu Deus... o que eu estou fazendo? - Perguntei parar mim mesmo -
- Eu tô me perguntando a mesma coisa... - Ele respondeu sorrindo - É loucura!
- Com certeza...
- Quer ir pro meu quarto pra continuar essa loucura?
Sua pergunta me tirou o fôlego
- Quero muito!
1 ano e alguns meses se passaram...
Eu estava em casa, basicamente, agora a casa do William é minha também, ele me convenceu a vir morar aqui. Eu mostraria pra vocês o nosso namoro, mas, não vale a pena, e não tem nada muito memorável mesmo
Estava na sala, após acabar com todo o serviço doméstico, fui até o sofá e fiquei usando o celular. Demorou umas três horas mas ele chegou, eram quase 13:00 da tarde quando escutei a porta bater, e ele entrar
- oi William - digo - como foi no trabalho?
Se é que se pode chamar isso de trabalho. Pensei
- Cansativo pra c*****o - ele colocou uma pistola sobre a mezinha de centro e tirou a camisa - me ajuda aqui
Ele se sentou de costas pra mim na beira do sofá
- oque? - Perguntei -
- Faz a p***a de uma massagem no seu marido, caralho
Com o tempo, o William ficou mais seco, menos sorridente mas igualmente imaturo, não só comigo, antigamente, ele sabia como ser ele mesmo perto de quem ele ama, e para os outros ser assustador, ele só é assustador agora. Ele definitivamente não é mais o mesmo
Me levantei revirando os olhos e fiz a massagem, apertando seus ombros
- ah, eu adoro a sua massagem, você tem tanto com as mãos - disse ele com os olhos fechados -
- é mesmo? - digo querendo que ele saísse logo de casa, como sempre fazia. Ele quase nunca para aqui -
- é, eu lembro no inicio do nosso namoro, quando eu te levei pro cinema e você bateu uma pra mim - disse sorrindo -
- Legal...
- fez o almoço?
- fiz
- ótimo, to com fome, vai pro nosso quarto
- por que?
- ta afim do seu macho não? - disse me agarrando na cintura-
-Agora não William
- Aff, beleza, se tu não quer, tem quem...deixa pra lá
Sim, ele me traía, e eu sabia que era com uma Katianne, lembram dela? a menina do short jeans que me estranhou. Pois é. Isso já não me abalava tanto quanto no dia em que eu descobri, mas ainda machucava, e eu ainda chorava porque, apesar de tudo, eu ainda lembro daquele dia, e ainda dói na alma saber que ele não era o que eu pensei que fosse , mesmo depois de um ano
Ele saiu e foi pra cozinha, mexia no celular, eu tinha certeza que ele estava falando com ela, e isso dói, toda vez que eu o vejo sorrindo falando com ela, de uma forma que ele nunca sorriu mais pra mim ..