Habib's

1061 Words
Tubarão Narrando... Eu não sei explicar o que aconteceu comigo quando botei os meus olhos na Laís. Ela parecia não fazer parte desse planeta, como um anjo que veio do céu para embelezar esse mundo. E ela tava tão constrangida na festa, que eu não pude deixá-la sozinha. Depois de beijá-la, soltei-a e disse que já voltava. Eu não tô nessa festa para diversão, eu tô a trabalho. Preciso conseguir três mil com venda de droga e o negócio tá difícil. Cheguei em Lucas, meu amigo, e entreguei toda a droga que eu tinha. – Preciso que você venda. Eu te dou todo o lucro, não cobro comissão. – Lucas arregalou os olhos. Ele é meu único contato dentro da faculdade. – Tá me zoando? p***a, é claro que eu vendo! – Dei um tapa nas costas do cara e voltei ao encontro da Laís. Nunca conheci uma moça como ela que não fosse um porre. Cheguei em Laís, e ela bebia uma Coca-Cola. É mais a cara dela, de qualquer forma. – Voltei. Trouxe dois copos de cerveja. Você quer? – Ela negou com a cabeça. – Não costumo beber. – Dei os ombros. Nós continuamos a conversa, e eu percebi que Laís além de linda, é extremamente inteligente e interessante. – Veterinária, então? – Ela concordou com a cabeça. Sinto que jamais teria chance com ela se não a encontrasse aqui. – Sim. E você? – Não estudo. O que eu respondo pra ela? – Eu administro alguns dos negócios do meu pai. – Ela sorriu ao me ouvir. – Que bacana. Seu pai é empresário? – Concordei de forma lenta, e ela deu os ombros. – Que legal. O trabalho do meu pai é um saco. Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, uma garota esbarrou na gente e sorriu. – Linda, parece que você se deu bem! – Laís arregalou os olhos. – Cala a boca, Isa! – A garota, pelo visto, é amiga da Laís. Não deu pra reconhecer porque a vi de longe, beijando outro cara. – Relaxa, Laís! Divirta-se com o boy, ele é um gato. – Laís passou as duas mãos no próprio rosto e quando as tirou, vi como estava vermelha. – Acho que alguém tá constrangida. – Falei. Ela riu sem graça, e eu a puxei para um abraço. – Relaxa, você não tá acostumada com essas bobagens, mas isso é normal. Já foi em algum pancadão? – Pancadão, tipo, baile funk? – Ela perguntou. – Isso. – Não, nunca fui. Na verdade, eu nunca nem chego perto dessas coisas porque meus pais são rígidos, como falei. – Eu a olhava. Ela parecia um passarinho louco para sair da gaiola, e eu sou do tipo que gosta de libertar pessoas. – Vou te mostrar o mundo se você quiser, Laís. – Ela deu risada de uma forma doce. – Meu pai já te odeia. Ele nem te conhece e te odeia. – Ergui as sobrancelhas. – Você tem tatuagens, meus pais detestam. E ainda tá querendo me apresentar o mundo... – Ah, qual é, Laís. É só eu ir de manga comprida na tua casa que eu conquisto teu velho na lábia. – Nós dois demos risada dessa vez. – Com um piercing na sobrancelha e outro no nariz? E esse alargador... – Dei os ombros. – Tiro tudo. Até faço cara de bom moço. – Laís se aproximou de mim e apoiou as duas mãos em meu peito. – Difícil vai ser disfarçar esse sorriso safado que você tem. – Meus braços estavam ao redor da cintura dela. Eu me inclinei novamente, e a beijei. O beijo de Laís tem uma doçura que nunca senti em outras bocas. É como se a boca dela fosse feita para encontrar a minha, e eu juro me viciei na boca dela como uma p***a de um drogado se vicia em cocaína nos primeiros gramas. Quando encerrei o beijo, beijei o maxilar da garota e alcancei seu pescoço. Foram só beijos carinhosos, a fim de conquistá-la. – Como é seu sobrenome, Laís? – Questionei, quando afastei o rosto do pescoço dela. – Laís Silva. E o seu? – Meu nome é Vitor Santos. Quero que você me passe seu contato. – Tirei meu telefone do bolso e entreguei a ela, aberto. Ela digitou o número e me devolveu o telefone. – Pronto. – Por que a gente não vaza daqui, Laís? Você parece incomodada com a música alta. – Ela concordou com a cabeça. – Tá pensando em ir aonde? – Entrelacei nossos dedos, e comecei a puxá-la. – Confia em mim? – Ela respirou fundo. – Eu não sei. Tive uma ideia i****a. Peguei a minha carteira e entreguei na mão dela, e ela me olhou confusa. – Tu tá com meus documentos agora. Confia um pouco mais em mim? – Ela sorriu. – Talvez. – Ótimo. Eu e Laís saímos da festa, e fomos em direção ao Habib's 24 horas que tinha por lá. Um local público, iluminado, para uma garota medrosa. Se eu pudesse, a levaria para outro lugar, mas eu preciso ser legal antes de chegar lá. – Vou pagar pra você. Escolhe o que quiser. – Ela pegou o cardápio e escolheu duas esfihas de queijo, e uma de Nutella. – Quero essas. – Concordei. – Amigo, me vê oito de queijo e duas de Nutella... E duas cocas. – Falei. O garçom anotou e eu passei o braço ao redor de Laís. Eu estava ao lado dela, e ela parecia contente. – Então, eu acho esse passeio mais interessante. – Ela disse e sorriu de forma tímida. – Sabia que gostaria de vir aqui. É divertido, barato e silencioso... Quer dizer, de madrugada, né? – Ela concordou com a cabeça. – Venho sempre com o pessoal da igreja. Eu odeio eles, mas minha mãe me obriga. – Ela respirou fundo. – Que saco. Você vai em qual igreja? – Questionei. – Batista. E você, vai em alguma? – Não. Mas acredito em Deus, tenho fé. – Isso é legal. Ei, posso te contar uma coisa? – Ela me olhava com os grandes olhos castanhos inocentes. Concordei com a cabeça. – Você é o primeiro cara com quem eu saio... E beijo. E tenho interesse. – Arregalei os olhos. Isso é realmente diferente de tudo que já vi.
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