Aressa narrando
Eu não consigo parar de olhar para ele, eu não achei que nós fôssemos acabar nos encontrando novamente. Esse homem é realmente um deus grego, mas também é frio e inacessível.
- Você não vai fugir de novo, garota. Nós vamos conversar muito sério. - ele fala autoritário.
Ele me faz ficar com raiva em questão de segundos, só pelo jeito que pronuncia o "garota".
- Escuta aqui... - eu começo a falar brava, mas sou interrompida por uma voz de mulher.
- Leon Cartier, o que você esta fazendo com a mãe do meu neto?! - uma senhora muito elegante fala brava.
Eu fico meio atordoada com o que ela fala e olho para ela confusa, eu acho que não entendi o que ela acabou de dizer.
- Mãe… - o leão começa a falar, mas a mulher o interrompe.
- Eu não te criei para isso, seu moleque. Ela está carregando o seu filho e você tem que cuidar bem dela. - a mulher fala se aproximando mais de nós.
Eu estou em choque e ao mesmo tempo sem reação, eu não sei o que fazer e não consigo falar nada.
Ela fica repetindo essa história de filho, mas de que filho ela está falando?! E de qual mulher?!
As únicas pessoas no corretor somos nós três e ela não parece estar grávida, por mais que ela seja uma pessoa bem elegante e aparentemente conservada, ela parece ter mais ou menos uns 60 anos.
- Mãe, não é nada disso que você está pensando. Eu só quero conversar com a Aressa. - o Leon responde para a mulher.
- O QUE?! - eu finalmente consigo me expressar e a minha surpresa transcende.
Os dois param de se encarar e olham para mim, eu passo os meus olhos de um para o outro, esperando que eles me expliquem essa história direito.
- Se acalme, minha querida! Você não pode se estressar, isso vai fazer m*l ao bebê. - a senhora fala com calma e me olhando com uma certa ternura.
- Eu não estou grávida. Que história maluca é essa?! - eu falo séria e sinto o aperto do Leon nos meus braços.
Eu volto para a realidade e vejo que ele ainda está me segurando próximo ao seu corpo, eu aproveito que recuperei a minha sanidade e me afasto dele, o empurrando para longe.
- Pare com os seus joguinhos, garota. - o Leon fala com toda a sua frieza.
Eu olho para ele séria e ele continua me encarando fixo.
- Você ainda não sabe, minha filha?! - a mulher segura as minhas mãos e para na minha frente.
- Eu não estou entendendo nada do que está acontecendo aqui. Eu não estou grávida… eu não posso estar grávida… - eu falo pensativa.
Parando agora para pensar melhor, a minha menstruação está atrasada e aquele m*l estar que eu senti mais cedo… será que eu estou mesmo grávida?!
Eu sinto o medo me invadir novamente, eu não posso estar grávida, eu não sei como cuidar de uma criança e não tenho condições de fazer isso agora.
- Fique tranquila, minha querida. Nós vamos cuidar de você e desse bebê. Não vai faltar nada para vocês. - ela fala colocando a mão por cima da minha barriga e me olhando com carinho.
Eu sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, ela me puxa para um abraço e eu me sinto acolhida.
Nós duas nunca nos vimos na vida, mas eu sinto que nós temos uma ligação inexplicável, ela é uma completa estranha para mim e mesmo assim é mais carinhosa do que a minha própria família.
- Não chore, minha filha! De hoje em diante, você não tem com o que se preocupar. - ela fala passando as mãos pelas minhas costas, em um gesto de consolo.
- Me desculpe! Eu não… - eu tento falar, mas ela não deixa.
- Você vai morar com a gente e eu mesma vou cuidar muito bem de vocês. Agora você é parte da nossa família. - ela fala se afastando de mim e me olhando nos olhos.
- Mãe!! - o Leon fala em tom de repreensão.
Ela olha feio para ele, eu tento me recompor, limpo o meu rosto, respiro fundo e olho para os dois.
- Senhora… - eu começo a falar e ela me interrompe mais uma vez.
- Claire, pode me chamar de sogra. - ela fala com um sorriso no rosto.
- Dona Claire, eu agradeço pela sua ajuda e boa vontade em querer me ajudar. É tudo novo e uma verdadeira surpresa para mim, mas eu não posso aceitar isso. Eu sempre me virei sozinha e agora não vai ser diferente, eu vou dar um jeito. - eu falo olhando nos olhos dela.
- Se você estiver mesmo carregando o meu filho, garota, eu não vou abrir mão da criação dele. - o Leon fala autoritário.
Eu olho para ele estreitando os olhos, ele sempre consegue ser ainda mais arrogante do que antes. Ele joga essa bomba no meu colo e agora ele está duvidando da minha gravidez.
- Esse bebê… se é que tem mesmo um bebê aqui, ele é MEU. Somente MEU. Entendeu senhor Leon Cartier?! - eu falo firme e olhando brava para ele.
Eu não vou deixar mais esse homem me intimidar, embora esse olhar que ele está me dando, me faz tremer.
Ele não pode simplesmente chegar do nada, me tratar como uma propriedade e querer mandar na minha vida.
- Você não o fez sozinha, gar… - ele tenta retrucar comigo, mas eu acabo perdendo a paciência.
- Não mesmo, mas isso não é da sua conta. Agora me deem licença. - eu falo brava e saio rápido de perto deles.
Eu não dou espaço para eles continuarem com essa conversa, eu caminho para longe deles, eu preciso assimilar tudo o que está acontecendo e descobrir se é mesmo verdade que eu estou grávida.
Meu Deus, o que eu vou fazer se estiver mesmo grávida?!
Eu não sei cuidar nem de mim, quem dirá de um bebê que não sabe falar e como vou fazer isso sozinha?!
Acabo caindo no choro de novo, eu paro no meio do corredor e me sento em um banco sozinha para tentar me acalmar.
- Está tudo bem, moça? Você precisa de ajuda? - uma voz grossa me chama a atenção.
Eu limpo o meu rosto com as mãos e olho para o dono da voz, é um lindo homem e ele realmente parece preocupado comigo.