bc

Sujo, Imoral e Inconsequente

book_age16+
2
FOLLOW
1K
READ
forbidden
love-triangle
opposites attract
kickass heroine
heir/heiress
drama
bold
small town
enimies to lovers
secrets
sassy
naive
like
intro-logo
Blurb

Sujo, imoral, inconsequente é um resumo do que acontece entre primos nessa história.

Com predisposição à psicopatia, Daniela é uma jovem que faz o que quer, na hora que quiser, e que o resto aprenda a conviver com isso.

O seu mundo entra em colapso, quando sua mãe a obriga a ir para a casa de sua avó, no interior de Mato grosso, tornando a vida da moça uma missão a infernizar a mente da mãe, seduzindo o primo de boa índole e - por parte - ingênuo, mas de uma beleza delirante.

chap-preview
Free preview
Férias em Santos
— ALI! ALI! ALI! — Daniela apontou, virando o corpo para o lado direito enquanto via uma lanchonete passar por eles. Como o namorado não demonstrou qualquer reação ao seu pedido, ela correu o olhar até os olhos dele e o encarou: — Você ouviu o que eu disse?! Ele a olhou de volta, suspirou, diminuiu a velocidade do carro e verificou pelo retrovisor se vinha algum carro por trás, para assim poder fazer o contorno na SP-160. — Se a gente for parar a cada lugar que encontrar na estrada, nunca vamos chegar em Santos — reclamou. Virou o volante para o lado esquerdo dando mais outro olhar para ela. — Larga de ser chato! — Letícia retrucou do bando de trás da amiga. — Agorinha a gente chega lá. Daniela se ajeitou no banco, pegou o celular ao lado de sua perna e foi ver a notificação que ouviu receber um instante antes de perceber a lanchonete passando por eles. — Quem é? — George, o namorado de Daniela, perguntou, olhando para ela por um curto instante antes de voltar a prestar atenção na estrada. A moça fez pouco caso, jogando o celular de onde o tirou, dizendo: — É só a minha mãe perguntando onde eu tô. Letícia soltou uma rápida risada. Daniela passou os olhos pra ela, revirou os olhos e abriu um sorriso. George não disse mais nada, apenas seguiu pela estrada. Ao alcançar a lanchonete, virou à esquerda e encostou com o carro no pátio. Caminhões, carros, motos, ônibus e vans, ocupavam todo o pátio de pedregulho cinza ao entorno da lanchonete bem movimentada. Ainda ali do carro podia-se ouvir risadas. Algumas pessoas estavam vestidas com roupa de praia, outras com roupas comuns e uma minoria com certos agasalhos, já que o dia não estava exatamente ensolarado. De súbito, Daniela virou para trás, ficou sobre os joelhos no banco passageiro e intercalou os olhos de Letícia a João. — Vão querer alguma coisa? Letícia gesticulou negativamente com a cabeça enquanto João disse: — Não, tô de boa. Daniela então olhou para o namorado, que abriu a porta, dizendo, antes de alguma pergunta: — Eu vou lá com você. De short jeans azul claro e uma camisa de alcinha branca, com a alça preta do biquíni à mostra, a moça seguiu rumo à bancada da lanchonete, onde logo acima dela tinha uma tábua grande e grossa, amarelada e envernizada com letras pretas entalhadas, escrito: Lanchonete Beira-Santos. Chegando à bancada, a moça colocou o antebraço sobre ela, inclinou seu corpo para frente e sorriu para um homem que se aproximava do outro lado. — Boa tarde — ele disse. — Boa tarde — ela respondeu. — Moço, onde fica o banheiro? Ele primeiro olhou para George, que estava ao lado de Daniela e só então olhou para a jovem. — O banheiro vive trancado. Ela juntou as sobrancelhas, olhou para os lados, ainda que não mexesse a cabeça, franziu a testa e levou de leve a cabeça para trás ao indagar: — Tá, mas eu posso entrar nele? O homem acenou com a cabeça ao passar uma flanela na bancada perto dos braços de Daniela. — Sim, só tem que comprar alguma coisa primeiro. A moça riu ao avistar seu namorado alcançando a carteira no bolso detrás da sua bermuda branca de praia. Ela pousou sua mão sobre o braço dele, olhou atrás do balconista e avistou uma tabela de produtos com os seus respectivos preços. Concluindo a sua desaforada pesquisa, a moça voltou a olhar para o homem e perguntou: — Qualquer coisa? Ele acenou outra vez com a cabeça, concluindo: — Qualquer coisa. Daniela voltou a olhar para a tabela de produtos atrás dele e apontou com o queixo. — Vou querer um café. — Do copo pequeno ou médio? — Do menor possível. — Ela o encarou. Analisou qualquer reação dele que justificasse qualquer protesto, mas o balconista não reagiu de forma alguma e deu às costas para ela. Ele alcançou, numa mesa logo atrás dele, a cafeteira, onde a balançou e fez-se perceber que estavam sem café. Mas as normas da casa não sabiam como Daniela era desaforada, e nisso, a moça abriu a mão e depositou uma moeda de cinquenta centavos sobre a bancada. — Não tem problema — ela garantiu. — Aqui está o dinheiro do café. Enquanto eu uso o banheiro você faz outro. — E deixou a mão aberta sobre o balcão, esperando a chave. Novamente, o balconista não expressou qualquer reação, pegou a chave pendurada na parede e lhe entregou. — Onde fica o banheiro? O homem apenas apontou para o lado direito da lanchonete, dando atenção a outro cliente que se aproximava. O casal procurou pelo banheiro e, quase atrás da lanchonete, achou um corredor com cinco deles. — Um desses deve ser — ela comentou em baixo som, enquanto testava a chave no primeiro banheiro. — Eu te amo — George disse repentinamente. Daniela olhou para ele com um sorriso de vitória e lhe respondeu ao direcionar-se ao segundo banheiro com a chave na mão: — Eu te amo também, seu bobo. E, de novo, não deu certo. — Meu, eu atravesso aquela banca e faço o carinha arrancar do cu uma chave que abra alguma porta dessas, se nenhuma abrir. — ela prometeu. E testou na terceira porta, onde além de a chave encaixar, virou. — Ufa, nada de vergonha por hoje, pelo visto — George a provocou. — Hmm... Olha quem fala. — Ela o olhou de cima a baixo ao cruzar a batente da porta e se trancar lá dentro. George saiu dali e deu alguns passos para fora do corredor dos banheiros. Admirou a natureza à distância, ao encostar o ombro e o braço esquerdo num tronco de árvore envernizado e enfincado no chão, servindo de alicerce para o teto daquela varanda de telhões Eternit acinzentados. Distante dali, em meio à floresta, pássaros e cigarras cantavam, e de contrapartida, o ronco dos motores passavam rasgando na estrada, como se disputasse barulho com a natureza. A porta do banheiro rangeu ao se abrir e George se virou. Viu o instante em que o punho de Daniela se fechava segurando parte da manga da camiseta branca dele na mão e o puxando para o banheiro. Já no banheiro, Daniela trancou a porta. — O que foi? — ele perguntou sabendo a resposta. Ela respirou fundo, olhando nos lábios dele e se aproximou mais. Não demorou nada para que ele entendesse o que estava acontecendo e desmanchasse a expressão que carregava. Abriu um sorriso cretino, enquanto se aproximava também. — Eu estava com t***o no carro — ela se justificou. — Maconha te dá t***o — ele comentou. — Você me dá t***o! — ela o corrigiu. George a agarrou pela cintura e Daniela conduziu suas mãos até os ombros dele, as fazendo deslizar até o pescoço e à nuca. Seus lábios se encontraram com delicadeza de início, num encaixe perfeito. Seus corpos reagiram entre embaraços de braços e amassos, mesclado a suspiros profundos, conforme o beijo se intensificava. De súbito George virou Daniela a agarrando detrás, a empurrou com o seu corpo colado ao dela até a parede, onde a prensou e começou a beijar o seu pescoço. Passou sua mão direita no seio direito dela. Com a mão esquerda, ele apertou a cintura da moça contra o corpo dele, a mantendo contida em seus braços com certa força e desejo. — Você me excita quando é uma garota má. O rapaz começou então a mexer com a virilha nas nádegas da namorada e, nisso, Daniela começou a rebolar e gemer em baixo som, excitando ainda mais George. Louco e desesperado por amor, George tirou a chuchinha preta que prendia o cabelo longo e loiro enferrujado de Daniela e fez o cabelo dela cair, dando espaço entre eles para que a ponta quase alcançasse o short jeans azul claro e bem colado nas nádegas e pernas da moça. Nisso, o rapaz deslizou ambas suas mãos até a frente do short dela, tirou o botão e abaixou o zíper lentamente, sentindo a vibração que ele fazia. Com a ajuda de Daniela, o rapaz abaixou o short e apalpou as nádegas da namorada por cima do biquíni preto fio dental com laços na lateral, que sem pressa alguma ele desatou os nós e a peça caiu entre as pernas da garota. Em seguida pousou a mão sobre o peitoral definido do namorado e deslizou para baixo, passando pelo abdômen definindo até alcançar a virilha e conferir a ereção por baixo das peças da roupa. Por fim, ela desabotoou a bermuda preta e verde e abaixou o zíper com um pouco mais de pressa que ele fez nela. Por baixo, ele usava um sungão listrado de branco, azul e cinza, com a ferramenta dele já bem encorpada e jogada para o lado. De joelhos no chão, ela olhou para cima, com certa sem-vergonhice naqueles olhos castanhos claros safados e passou a mão direita abaixo de seu órgão, sentindo sua trouxa entre as pernas. — Engole tudo — ele mandou ao enrolar parte do cabelo dela em sua mão e esfregar o rosto dela em sua virilha, mesmo que por cima do sungão. Ela adorava esfregar a sua cara ali, ainda mais quando George a mandava fazer. Como um c*****o, ele logo abaixou a sunga e o negócio pulou para fora, batendo na cara dela. Daniela pegou nele, segurou firme e deu um beijo na perna peluda e pálida do rapaz, seguindo até a virilha e alcançando seu órgão branco, da cabeça rosa. Ela foi passando a língua até a ponta aos intervalos de beijos nas laterais. Sem muito demorar, já que o homem poderia ir atrás da chave, ela engoliu a cabeça e chupou. Foi levando a cabeça para frente e para trás, aos comandos de George, enquanto com a mão, girava o falo como se pilotasse uma moto e a estivesse acelerando. O rapaz mordia forte os lábios enquanto com t***o encarava a namorada trabalhar ali em baixo. Satisfeito daquilo, ele a puxou para cima com a mão ainda no cabelo dela e ensaiou para abaixar e retribuir à namorada, mas ela o puxou com a mão no queixo dele, dizendo: — Dessa vez não! Me pega logo que já estou bem preliminada. Agora eu quero você dentro de mim. Ele a obedeceu sem reclamação, a virou com violência, a chocou contra a parede, deu um destino para o seu órgão com a mão como guia, e a penetrou sem pressa. Ela soltou o ar pesadamente e apalpou a parede com força ao sentir aquele pedaço de concreto revestido por pele macia e quente a invadindo em baixo, forçando caminho para dentro. O rapaz começou com movimentos lentos, mas acelerou depois. Sua virilha estalava nas nádegas dela, assim como a sua mão, enquanto tapeava a namorada por ela ter sido uma garota má. Daniela gemia enquanto se contorcia contra a parede. Seus s***s, ainda que duros, balançavam dentro da peça do biquíni, e os seus dedos dançavam em seus lábios úmidos e rubros de vida. — Delícia, assim, muito bom, gostoso... — Ela suspirou profundamente com a voz deliciosa. — Isso! Isso! Ai, gostoso. — Sua cachorra! — ele disse no seu pé do ouvido, logo depois de beijá-lo e mordê-lo. — Você é minha! — Sou sua. Ah! Ah! — Gemeu. — Gostoso. Três rápidas batidas na porta velha de madeira tirou o casal daquele momento com certa violência de realidade, fazendo George ir para trás, desvencilhando o seu corpo já suado do corpo de Daniela e subindo o sungão e a bermuda que estavam abaixados na altura de sua canela. — Ei, o que vocês estão fazendo? Daniela, ao contrário do namorado, não tinha pressa alguma. E ao invés de se arrumar com desespero, bufou de riso ao fixar os olhos aventureiros nos olhos do namorado, respondendo: — Quer mesmo que eu responda? — George a passou um olhar repreensivo, e ela riu. — O negócio estava difícil aqui, desculpa os gritos. Normalmente não sou escandalosa. Ela vestiu a calcinha e depois o short jeans, sem desfazer o sorriso cretino no rosto magro. — Como vamos sair os dois daqui de dentro? — George sussurrou. — Ah, qual é! Ele já sabe o que fizemos. — E balançou negativamente a cabeça. — Não se preocupe, bebê. — Ele vai pensar que você é uma galinha — o rapaz retrucou em sussurro. Daniela deu uma piscadela, somado a um sorriso nada inocente no rosto e disse: — Có-Có. — Ela segurou o queixo de George com sua mão, a apertou até o rapaz abrir de leve a boca enquanto seus lábios faziam um bico e ela beijou seus lábios com rapidez. Ela o soltou, se direcionou em frente ao espelho e começou a ajeitar o cabelo. — Vai demorar? — o homem do balcão voltou a insistir do outro lado da porta ao dar mais uma batida. — Calma, meu amigo! — ela respondeu despreocupada enquanto vasculhava o piso branco amarelado com os olhos à procura da chuchinha. — Não se apressa essas coisas. George estendeu a mão dele, com a chuchinha no seu pulso e ela sorriu ao pegar dele e prender o seu cabelo com um r**o de cavalo. Depois ela voltou a ficar em frente ao espelho, pigarreou, inclinou o corpo para frente, sobre a pia simples e bege, e passou a mão nos olhos. — Vou passar colírio quando voltarmos pro carro, meus olhos já tão ficando vermelhos — observou. — Vamos? Ela olhou para ele e sussurrou: — Calma. Ele assentiu com a cabeça, meneando os passos pelo banheiro minúsculo. Em seguida a moça pegou um papel de enxugar a mão ao lado da pia e limpou o batom borrado no contorno dos lábios e esfregou um lábio no outro. Mandou um beijo para o seu reflexo e se virou, dizendo: — Pronto, vamos. A moça destrancou a porta, pegou na mão do namorado, que parecia querer ficar para trás, abriu a porta e passou por ela, com o balconista da lanchonete a encarando. Ela não disse nada, apenas mexeu com as sobrancelhas, largou da mão do namorado, se virou, trancou a porta e lançou a chave na direção do homem. — Eu ia te entregar lá no balcão — ela comentou. — É, mas eu quis vir até aqui — o balconista respondeu com antipatia. — Lá da frente dava para ouvir o que vocês estavam fazendo. Ela gesticulou positivamente com a cabeça ao pegar na mão de George novamente. — E eu pensando que não era escandalosa. Ela foi andando na frente dele com longos passos. O homem não disse uma só palavra. Apenas continuou a seguindo. Na hora de virar para voltar à lanchonete, a moça seguiu reto, destino ao carro. — E o seu café? — o homem indagou. — Eu não quero. — Ela olhou para trás, sobre o ombro. — Eu nem bebo café! — Mas você pediu por um. — Ele arqueou as sobrancelhas. — E eu paguei por ele — ela disse bem em cima do que ele disse, com certa velocidade. Depois mexeu com o ombro direito, concluindo: — Joga fora, se quiser. Não estou nem aí. E continuou andando até o carro. O funcionário da lanchonete ficou para trás e Daniela o viu voltando ao trabalho quando ela abriu a porta do carro, se jogou no banco e tornou a fechar a porta. Por fim, ela suspirou com um sorriso no rosto. — Ai ai... — Agora vamos, né? — George averiguou. — Sem mais pausas, certo? — Sem mais pausas, prometo. — Depois ela olhou para o namorado e lhe pediu: — Posso abrir a janela? O ar tá fraquinho e eu... eu tô com um calor... sabe? George sorriu e desligou o ar sem mesmo olhar para a namorada. Depois dedilhou os botões do painel do carro e ligou o rádio. Voltou à estrada rapidamente ao som de alguma música sertaneja que eles nem prestaram atenção de primeira instância. — Obrigada. — Daniela abanou a mão na direção do tórax que escorria um suor em sua pele amanteigada. — Tá calor é, sua s****a? — Letícia indagou lá de trás, com um sorriso no rosto de boneca dela. Daniela nada respondeu, apenas olhou pelo espelho retrovisor interno e deu uma piscadela, junto de seu sorriso naturalmente perverso, sedutor e provocante para a amiga. George queimou a ponta de um beck de maconha e inspirou profundamente. Logo após dois tragos profundos ele passou para o lado e Daniela pegou. Com a janela aberta, o vento invadia o carro, uivando violentamente e jogando o longo cabelo loiro dela para os lados, para trás e para frente de seu rosto. Ela sorria, inebriada pela alegria que sentia, com o beck de maconha na mão esquerda, dando longas tragadas. A música alta fazia com que tudo nela a implorasse para seguir o ritmo, e assim fazia, com os olhos fechados, com o braço direito para fora do carro, mexendo belamente aos entornos das ondas de vento, como se estivesse embaixo d'água. Depois, a moça colocou o beck nos lábios e levou a mão ao cabelo preto e liso de seu namorado, o afagando carinhosamente. Ela mexia com o corpo também, assim como a cabeça que levava de um lado ao outro, num movimento aprazível de se ver. Como ela já estava acostumada de saber, as nuvens cinzentas e pesadas de chuva se afastavam dali com o vento os conduzindo para longe, enquanto o dia se tornava outra vez ensolarado. Mesmo com o sol refletido em suas pernas nuas e pálidas, o vento gélido que invadia o carro a anestesiava da leve ardência; assim como a paisagem da estrada de Santos quase vazia à frente deles e os ramos de matos que insistiam em invadir a estrada. Após satisfeita, ela passou o beck para trás. João pegou e, após inalar duas profundas vezes, passou para Letícia. — À praia! — Leticia brindou, erguendo o beck de maconha, com um sorriso de orelha a orelha, após uma tragada bem investida. — À praia! — Daniela repetiu e em seguida todo o resto disse em uníssono e com belos sorrisos em seus rostos juvenis. — Nem acredito que acabamos a m***a da escola! — Letícia exclamou, eufórica. — Nunca mais eu piso um pé em escola de novo. — Muito menos eu — remendou Daniela. Passado alguns minutos que o beck acabou, Daniela ergueu quase todo o vidro da janela de seu lado, deixando apenas três dedos no topo de espaço para não ficar abafado. Ela olhou para George e sorriu enquanto ele levava sua mão direita ao rosto dela, pousando abaixo do queixo e o levando para perto do rosto dele. Daniela o obedeceu, até ouvir o grito de Letícia bem no seu pé do ouvido, um pouco antes de George a beijar. — Uma capivara! Agitado, George voltou com os olhos à estrada e lhe restou apenas a opção de virar todo o volante para o lado esquerdo. Nisso, o carro capotou sobre o asfalto quente, exatamente como a roda dele vinha girando até ali. No fim dos giros, ele parou de ponta cabeça, e outro carro que vinha da direção oposta bateu na ponta do gol preto de George, fazendo o girar para o lado como uma massa de pizza na mão de um chef italiano. Um zumbido alto tornou Daniela s***a por um tempo, assim como uma dor de cabeça exorbitante, que, mesmo com a adrenalina a mil, dava pontapés lá dentro como uma criança chutando o útero de sua mãe. Em meio à dor e ao zumbido, a vista de Daniela foi escurecendo nas bordas até que apagasse completamente e sua cabeça, que ela insistia em levantar, pendesse no corpo de cabeça para baixo, presa pelo cinto de segurança. Tudo se escureceu e ela ficou inconsciente. Acordou com uma mulher gorda e baixa batendo na janela do seu lado, enquanto gritava: — Moça. Moça. Você está viva? Ela gemeu ao alcançar a testa com a mão e perceber sangue. Olhou para o lado e viu que João estava acordando também. Suas pernas doíam com o cinto que a prendia e resolveu soltar. Teve dificuldade com uma mão apenas, já que a outra estava no capuz do carro para que ela não batesse a cabeça quando se soltasse, mas quando o fez, o seu corpo despencou e ela reclamou de dor em meio ao barulho da lataria já quente. — Tá tudo bem? — ela perguntou para João ao percebê-lo acordado. O menino assentiu com a cabeça ao olhar rapidamente para ela, mas logo voltou a cutucar Letícia. — Letícia, acorde! — insistia ele. — George — Daniela disse, enquanto o apalpava, verificando se tudo estava bem com ele, com exceção de um corte na testa do rapaz, como tinha no dela. Em seguida Daniela deu um leve t**a no rosto dele e George acordou assustado. — O que aconteceu? — perguntou, sobressaltado. A porta de Daniela foi aberta e um homem de voz grave perguntou: — Está tudo bem com vocês? O interior do carro parecia um forno de assar pizzas. Nada estava exatamente bem com eles, mas ainda assim Daniela fez que sim com a cabeça ao olhar para o homem. João, que já estava fora da p******o dos cintos agora, disse, enfiando a cabeça entre os bancos da frente: — A minha namorada não está acordando. O homem saiu dali, abriu a porta detrás e tirou Letícia de dentro do carro. João foi logo atrás dela, enquanto Daniela ajudava George a se soltar do cinto. João estendeu uma toalha amarela de Letícia no asfalto e o homem de pele parda a colocou em cima. — O coração dela está batendo e ela está respirando — comentou, ao verificar. — Só está desacordada. João, que estava de joelho, do outro lado de Letícia, tirou a mão que estava em seu cabelo cacheado e volumoso, num n***o como a noite, e tampou o seu próprio rosto. — Será que deu alguma coisa na cabeça pra ela não querer acordar? — perguntou, ao abaixar ambas as mãos e as pousar sobre as pernas, que estavam dobradas, com ele sentado sobre elas naquele asfalto. Daniela e George saiam do carro naquele instante e ela notou que haviam caminhões, carros, carretas e um ônibus parado e atravessado na estrada, com uma multidão de gente se aglutinando enquanto olhavam para eles. — A ambulância já está a caminho — o homem anunciou e olhou para João. — Os paramédicos vão poder te responder isso. Daniela temia pela pergunta, mas não era do tipo que corria de uma resposta por ela lhe dar medo. — E as pessoas do outro carro? — Daniela indagou, semicerrando os olhos pelo sol ardido que estava estendido no meio do céu. Se pelo menos as nuvens da chuva ainda estivessem ali, seria menos desconfortável. — Elas estão bem? O homem olhou para ela, de joelho sobre a Letícia. — Eu sou a pessoa do outro carro — respondeu. Ele se levantou e caminhou até ela. Mas ao tê-lo bem a sua frente e próximo demais, Daniela deu um passo para trás. — A sua cabeça está sangrando — explicou o homem. — Deixa eu ver, sou enfermeiro. Ela balbuciou, pensou em dizer que não estava doendo, mas o que fez foi apenas assentir com a cabeça e permitir que ele a examinasse de perto.

editor-pick
Dreame-Editor's pick

bc

A patricinha roubou o traficante?

read
4.1K
bc

O CONTRATO

read
3.6K
bc

A Filha do Meu Sócio

read
158.6K
bc

Destinados ao Amor

read
2.5K
bc

A rainha da Grécia

read
10.0K
bc

Tentação Perigosa

read
6.4K
bc

CORROMPIDA

read
1.8K

Scan code to download app

download_iosApp Store
google icon
Google Play
Facebook