Capítulo 49

1002 Words
Max sentia como se o seu coração fosse deixar o seu peito de tanta apreensão. Ele tinha medo de não chegar a tempo e ver a sua amada cometer a maior burrada da sua vida, mas algo mais o enfurecia: por que não haviam lhe contado sobre o compromisso de Isabel? Como Vito podia permitir aquilo, sabendo que ele a amava? Havia muitas perguntas na sua mente, e ele arrancaria a verdade de Vito naquele dia. Nada o pararia ou ficaria no seu caminho. Os veículos da sua organização cortavam a cidade em um ritmo absurdo. Por sorte, ele e Vito faziam fronteira entre os seus territórios, e chegar ao local onde Isabel estava seria questão de apenas algumas horas, algo que ele estava reduzindo drasticamente com a velocidade dos carros. — Tem certeza de que quer fazer isso, Don? — perguntou Kenai. — Sabe que isso pode significar guerra. Ele já havia pensado nisso e não se importava. O seu tempo de ser racional e compassivo tinha passado. Se fosse guerra que encontraria por pegar o que queria, que fosse. Ele não era nenhum covarde para se esconder. Enfrentaria as consequências, não importava quais fossem. — Não me importo com uma guerra — disse ele, então se virou para Kenai. — A menos que pense que não podemos vencer. Kenai olhou para Max com um sorriso de canto e bufou com as suas palavras. Para ele ouvir aquilo era um insulto ao seu povo. — Pensar isso é um insulto, Don. Nós dominamos a guerra. — Pela forma como Kenai sorria, Max não duvidava disso. Ao lado deles, Leonardo suspirou, recostando-se no banco do carro. Ele podia ver que não os faria mudar de ideia: o seu Don porque desejava a mulher que estava prestes a se casar, e Kenai porque adorava um bom caos. — Vou avisar os nossos homens que estamos em alerta vermelho e reforçar a segurança na nossa central. — Aquilo era tudo o que poderia fazer para se prevenir. Sabia que iria lidar com gente importante e não sabia quais aliados poderiam entrar naquela disputa. Max se permitiu desligar a sua atenção da conversa de Leonardo e Kenai. Ele só pensava nela, sua Isabel. O rugido do motor era um reflexo perfeito da tempestade que se formava dentro dele. Isabel estava se casando. Isabel, a mulher que ele amava mais do que a própria vida, estava prestes a dizer "sim" para outro homem. E ninguém, absolutamente ninguém, teve a decência de lhe contar. O seu peito queimava com a dor da traição. Amigos que ele considerava como irmãos sabiam, e ainda assim o deixaram no escuro. Como puderam? Como tiveram a coragem de olhar para ele dia após dia e esconder algo tão c***l? Max não sabia o que pensar. Ele não queria acreditar que eles realmente o haviam traído, não os seus amigos. Por mais que a sua mente insistisse nesse caminho, o seu coração se recusava a aceitar. Mas ele esclareceria aquilo. Precisava saber por que não o haviam informado. Mas nada disso importava. Nada importava além de Isabel. Ele era capaz de incendiar a cidade inteira se ela fosse tirada dele. A sua paciência havia acabado, e alguém pagaria por aquilo naquele dia. O medo rastejava pelo seu peito como um veneno, misturando-se à sua raiva. E se estivesse tarde demais? E se ela já tivesse dito aquelas palavras malditas? Ele ordenou que o soldado no volante fosse mais rápido. O carro cortava o trânsito, ultrapassando sinais vermelhos, ignorando buzinas e xingamentos que ecoavam ao seu redor. Não podia deixar isso acontecer. Não podia perdê-la. Mas havia algo que o perturbava mais que tudo: e se ela o amasse? Ele não sabia o que faria se ela realmente gostasse do maldito que estava se casando. Cada imagem dela passava por sua mente como um filme acelerado. O som da sua risada, o brilho dos olhos dela. Tudo isso estava prestes a ser arrancado dele. O salão de festas apareceu na sua vista como um soco no estômago. O carro derrapou ao frear bruscamente na entrada, os pneus gritando contra o asfalto. Ele saiu sem se importar em trancá-lo, o coração batendo tão forte que doía. Os seguranças olharam surpresos quando ele se aproximou da porta, mas não fizeram nenhum movimento para impedi-lo. Era ordem de Don Vito, e as respeitariam não importasse o que fosse. Max podia ouvir as portas dos carros se abrindo atrás dele e os seus soldados descendo apressados para acompanhá-lo. Ele não pensou duas vezes antes de empurrar a porta para o lado e entrar, os seus homens o seguindo de perto o tempo todo. A marcha nupcial tocava. O corredor estava ali e, ao fundo, Isabel. Linda. Perfeita. Um anjo condenado a um destino errado. Max não pensou. Não hesitou. A dor e a raiva explodiram de dentro dele como um trovão. Ele se recusava a pensar que a perfeição diante dos seus olhos iria se amarrar a outra pessoa que não fosse ele. Os convidados olhavam chocados para a entrada de Max e dos soldados que se aproximavam, todos muito bem armados. Mas os soldados que estavam na festa não fizeram nenhum movimento para impedir o que estava acontecendo, e aquilo fez Max pensar que talvez os seus amigos não o tivessem traído como ele imaginava. — ISABEL! — Sua voz ecoou pelo salão, fazendo com que todos se voltassem para ele. Ela congelou. Os seus olhos se arregalaram, e por um segundo, apenas um segundo, ele viu algo ali. Esperança? Dúvida? Ele não sabia. Mas era suficiente para ele lutar. Ela era sua, sua vida, seu sonho, a única mulher que cativara o seu coração desde a primeira vez que a vira. O mundo podia queimar, os seguranças podiam arrastá-lo para fora, os amigos podiam odiá-lo pelo caos que estava prestes a causar. Mas ele não se importava. Uma luta silenciosa tinha sido travada. Ele amava Isabel. E não iria deixá-la ir sem lutar por ela.
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