Max estava sentado à cabeceira da longa mesa de madeira escura, os seus olhos frios percorrendo os rostos dos homens que o seguiam. O ataque de Julio Cortez não ficaria impune. A traição queimava dentro dele como brasas incandescentes. Cortez ousara atacá-lo, tentar usurpar aquilo que ele havia conquistado com sangue e ferro. Agora, pagaria com a própria vida.
Segundo as regras a honra do traidor só seria lavado com sangue, e era atrás disso que ele e os seus homens estavam atrás. Se ele perdoasse aquela afronta outras pessoas poderiam tentar fazer o mesmo, então Max não apenas iria se vingar de Cortez como o usaria de exemplo caso alguém esteja pensando o mesmo.
— Chegou a hora — disse Max, a voz baixa e carregada de promessa. — Julio Cortez cometeu um erro que não poderá corrigir. Hoje, vamos até ele e mostraremos o preço da traição.
Kenai e Leonardo assentiram. Ambos sabiam que não havia mais espaço para negociação. O objetivo não era apenas vencer, era destruir. Max se levantou e pegou a sua pistola sobre a mesa, carregando-a com um movimento preciso. O silêncio na sala era cortante. Cada soldado presente entendia que não voltariam sem ter terminado o serviço.
No caminho até o território de Cortez, o carro de Max avançava como uma fera predadora na escuridão. Ele olhava pela janela, a sua mente mergulhada em pensamentos que cresciam como sombras. Lembrava-se do olhar de Cortez quando prometeu lealdade, as palavras falsas que saíram da sua boca como veneno. Agora, aquele verme estava fugindo, tentando escapar de seu destino. Mas Max o encontraria. E faria questão de que sofresse antes do fim.
Ao chegarem ao território inimigo, a operação começou com precisão letal. Kenai e Leonardo coordenavam os grupos, garantindo que ninguém saísse vivo. O som de tiros ecoava pelo ar, gritos de dor se espalhavam enquanto os soldados de Cortez eram abatidos sem piedade.
Max caminhava lentamente entre os corpos caídos, sua expressão impassível. O seu lado mais sombrio tomava conta, alimentado pelo ódio e pelo desejo de vingança. Ele finalmente avistou Cortez tentando fugir por uma saída lateral. Um sorriso c***l se formou em seus lábios.
— Pegue-o vivo — ordenou, e os seus homens obedeceram sem hesitar.
Cortez foi capturado e arrastado até Max, seu rosto sujo de poeira e suor. O medo estampado nos seus olhos era quase cômico. Max não se deixava levar por sua situação miserável, ele não teria piedade de sua parte e pagaria por sua ousadia.
— Max… foi um engano — Cortez gaguejou, tentando se libertar. — Podemos resolver isso, por favor…
— Max? Para você é Don. — Diz ele dando um chute no peito do homem.
Max se agachou, observando-o com frieza. Pegou a sua faca e passou a lâmina devagar pela bochecha de Cortez, sem pressa, apenas para saborear o terror que brotava do seu inimigo.
— Foi um engano. — Diz Cortez chorando diante de Max.
— Um engano? — repetiu Max, a sua voz gotejando veneno. — Você tentou tomar o que é meu. Você jurou lealdade e depois me atacou pelas costas. Agora quer falar em engano?
Cortez começou a soluçar, a sua coragem esvaindo-se como sangue de uma ferida aberta. Ele jamais imaginava que Max tinha tanto poder como ele estava vendo, havia pensado apenas que ele não sabia lidar com uma máfia e estava se apoiando em outras organizações, mas ele estava errado e agora estava pagando por seu erro.
— Por favor, Max… eu faço qualquer coisa…
— Acho que você ainda não aprendeu Cortez. — Diz Max.
Max inclinou a cabeça levemente, como se considerasse a proposta. Depois sorriu, mas não havia calor em seu sorriso, apenas um abismo de escuridão. Ele não sentia nada olhando para o homem a sua frente, apenas asco por sua escolha infeliz e falta de palavra.
— Sim, você fará algo — ele murmurou. — Você vai sofrer.
A noite se encheu de gritos enquanto Max finalmente saciava a sua sede de vingança. E quando tudo terminou, restava apenas um silêncio sepulcral. Cortez não existia mais. Max ergueu-se, respirando fundo, e olhou ao redor. Aquilo era apenas o começo. Qualquer um que ousasse desafiá-lo terminaria da mesma forma.
— Queime tudo — ordenou, e os seus homens obedeceram rapidamente não desejando ficar no caminho da ira do seu Don.
Enquanto as chamas consumiam o território de Cortez, Max sentiu algo novo. Algo que não era apenas satisfação, mas sim um prazer frio e c***l. O lado mais sombrio da sua alma havia despertado. E agora, não havia mais volta. Fazia muito tempo que ele não sentia aquela paz que o envolvia.
— Quero que peguem as imagens das câmeras e enviem para nossos aliados, que sirva de aviso caso alguém resolva tentar algo.
— Farei isso imediatamente Don. — Responde Leonardo já saindo com outros soldados atrás das imagens.
Aquelas pessoas não conheciam Max, e nem sabiam do que ele era capaz, achavam que ele era alguém fácil de se enganar, mas eles estavam errados e aprenderiam isso da pior forma possível se insistissem em atacá-lo. Ele não tinha medo de uma guerra e enfrentaria quantos fosse possível para manter o seu lugar na máfia.
Max olhava para o corpo de Cortez com desgosto, pensando em como alguém poderia ser tão desleal, mas era da máfia que estavam falando e nela tudo poderia acontecer.
— Tudo feito Don, já estamos com as filmagens. — Diz Leonardo se aproximando alguns minutos depois.
— Ótimo, já sabe o que fazer. — Max olha para os lados tentando encontrar Kenai, mas não o vê em nenhum lugar. — Onde está Kenai?
Leonardo coça a cabeça antes de responder, ele não sabia bem como dizer o que estava acontecendo para Max, mas diante dos olhos sombrios do seu Don ele resolve falar.
— Sobre isso Don. — Diz ele sem jeito.
— Diga logo. — Diz Max de forma ríspida.
Leonardo olha para o seu Don sem saber como seria sua reação, e com um suspiro ele se prepara para lhe dizer o que tinha acontecido.