Álvaro Castro
Desde a última vez que o Gustavo esteve aqui, ficou preocupado com o Samuel, conversamos e ele pediu que ficasse sempre de olho nele e qualquer problema lhe comunicasse. Desde ontem que o Samuel está bebendo sem parar para se alimentar, se não o conhecesse, diria que está tentando se matar com suas proprias mãos ou está se castigando por um pecado muiito grande. Enfim, agora estou aqui com ele totalmente apagado.
Levo-o imediatamente a um pronto socorro, se passam algumas horas, então vou procurar alguma notícia; Chegou na recepção e uma das enfermeiras, que o prestou os primeiros socorros, me avista ao longe e pergunta se sou parente dele, pois tem urgência em falar com a família.
— Não, sou apenas o segurança, mas irei entrar em contato ainda hoje com a família — falou já pegando meu celular para falar com o Gustavo.
A enfermeira, porém, me chama novamente.
— Senhor, avisa também que ele está em coma alcoólico. E terão que nos dar autorização imediata para que possamos realizar todos os procedimentos para reanimá-lo.
— Passo todas as informações para o Gustavo que me autoriza fazer o que for possível até eles chegarem no dia seguinte.
Falo com a enfermeira que pede que eu assine a autorização e ela vai a procura do médico para começarem os procedimentos de reanimação do Samuel.
MELISSA DIAS
Estou me preparando para uma reunião, quando meu celular toca no visor e vejo ser a Ávila. Ela fala que está com medo, pois está no fim da gravidez e me queria por perto.
FlashBack on
Faz uma semana que aceitei a proposta do Benjamin de vir trabalhar como Diretora Executiva da empresa dele em Madrid, onde o seu primo, Arthur Cooper, é o CEO. Eu vou trabalhar diretamente com ele, de início imaginei que ele fosse igual a irmã, mas ele está sendo de grande ajuda, principalmente no dia que do nada desmaiei na sala dele.
Ele me levou para emergência e descobri que aquela maldita noite me deixou consequências, de imediato ele não me constrangeu me fazendo perguntas apenas falou que era o pai, me deixando confusa, depois dos procedimentos e minha liberação fomos para o carro quando eu o questionei.
— Arthur, porque você falou que era o pai do meu filho?
— Porque acredito que para você estar aqui, e ele sabe lá Deus onde, ele não te assumiu, então para todos os efeitos, principalmente para meu pai, iniciamos um namoro e você engravidou.
— Eu não quero confusão para meu lado, já me machuquei demais por conta de um relacionamento e não quero me envolver com ninguém.
— Faz assim um dia te conto minha história e você tira suas conclusões, de início vamos sustentar minha ideia certo? — Fala ele me olhando — É o melhor para nós dois neste momento ou você pretende procurar o pai do seu filho?
— Jamais. Não quero vê-lo nunca mais. Quando me sentir preparada, também irei te contar minha história.
— Só não será mais complicado que a minha, te garanto — ele me dá um sorriso amarelo e logo chegamos à empresa.
— Melissa, ainda hoje você irá se mudar para meu apartamento, lá posso cuidar melhor de você e daremos veracidade aos fatos.
— Arthur, eu não vou me entregar para você e não vamos ter um relacionamento.
— Relaxa Melissa, não é isso que quero, vamos apenas nos ajudar, certo?
FlashBack off
Estou quase no mesmo tempo de gestação da Ávila e não posso simplesmente aparecer grávida, o que vão pensar de mim?
Sorte que o Arthur apareceu em minha sala me chamando para almoçar, antes da reunião. Às vezes ele faz o papel de pai do Vicente direitinho, o que deixa o pai dele babando em cima do neto, m*l sabe ele da verdadeira história, mas não me sinto culpada pelo que estamos fazendo com ele, o que ele fez com o Arthur foi bem pior.
Desligo a ligação com a Ávila e sigo para o almoço e, logo depois da reunião, que foi um sucesso, conseguimos fechar com uma empresa brasileira e outra japonesa, simultaneamente.
— Vou ligar para o Ben, e contar a novidade — fala o Arthur saindo da sala de reunião.
Fico perdida em pensamentos, como vou voltar para o Brasil, foi lá que minha vida acabou? O Arthur voltou falando que o Benjamin está muito feliz e acabou de ficar noivo da Juliana, o que me deixou muito feliz.
Porém, preciso conversar com o Arthur e falar toda verdade sobre o pai do Vicente.
Chegamos ao apartamento e vou logo falando.
— Arthur, preciso conversar com você sobre o pai do Vicente.
Ele me olha e diz:
— Não precisa falar nada, não vou te julgar, somos machucados Melissa, temos histórias tristes e desistimos do amor, o único amor que quero sentir é por este garotinho que está aqui. O Vicente será nosso, é isso que importa.
— Arthur, quando voltar para o Brasil, pelo tempo da minha gestação todos vão saber que não é seu — falo triste, lembrando do passado.
— Ei, não fica assim, melhor ainda se este homem estiver lá, vai ver o que perdeu, e agora eu estou cuidando do que ele feriu, eu vou criar o filho que ele nem sonha que tem.
Confirmo com a cabeça e sigo para meu quarto, porém, acho que algo está acontecendo com o Samuel, meu coração está apertado e, por mais que eu tente convencer a mim mesma que não gosto dele, meu coração traiçoeiro ainda bate por aquele i****a.
Faço minhas higienes e durmo pensando no Samuel, lembrando do tempo em que estávamos juntos acabo sonhando com ele, era um sonho tão real.
Estávamos na praça que ficava próximo à faculdade, ele me beija, calmamente, e fala que em breve vamos ficar juntos, pois estou terminando o curso e ele não aguenta mais esconder nosso amor.
Não aguento de felicidade e falo para ele que estou grávida, ele beija minha barriga, feliz com a notícia.
Acordo chorando, pois criei uma ilusão na minha cabeça de um Samuel totalmente diferente do que é na realidade, queria ele assim novamente, carinhoso, amável, porém não é este Samuel que reclamou meu corpo como seu.
O Arthur tem razão, ele precisa sofrer, assim como a Ester.