01

3050 Words
Seu filho estava de volta. Maggie caiu de joelhos e passou os braços ao redor do corpo, tentando absorver o choque e conter a onda de excitação que a fazia tremer incontrolavelmente. Ousara alimentar aquela esperança tantas vezes desde que Derek havia sido seqüestrado, doze anos atrás. E todas as vezes suas esperanças haviam sido destroçadas. Ela fechou os olhos por um instante, atordoada. Derek estava vivo. As palavras inacreditáveis ressoavam em sua mente como um mantra enquanto mantinha os olhos fixos num ponto qualquer do tapete já gasto, o mesmo que enfeitava a sala há sete anos, quando se mudara para o pequeno apartamento numa rua sos­segada de Omaha, no Estado de Nebraska. — Meu bebê — A voz, estrangulada de emoção, não passava de um sussurro inaudível. — Meu bebê está vivo? — Maggie aguardou pelo pranto, mas seus olhos permaneceram secos. Não lhe tinha sobrado nem uma lágrima sequer depois do desespero eterno em que vivera. — Querida? Você está bem? Responda-me, por favor. A voz de Mary Anne parecia vir de muito longe. Somente então Maggie se deu conta de que havia deixado cair o fone. Com mãos trêmulas, tornou a pegá-lo. — Estou aqui, mamãe. Estou bem. Eu... é difícil... —  Eu sei. Ele... ele simplesmente apareceu na so­leira de nossa porta. Foi... foi um choque tremendo — Mary Anne murmurou. —  Como? — Perguntas curtas. Pelos menos era ca­paz de as formular enquanto lutava para trazer os batimentos cardíacos de volta ao normal. —  Seu filho ainda não nos contou muita coisa. Está exausto e faminto. Parece que atravessou metade do país de carona, do norte de Michigan até aqui. Também tenho a impressão de que não quer falar sobre o assunto. Seu pai acha melhor não o pressionarmos, não agora. Ele... ele disse que se lembrava de nosso endereço... que se lembrava de quando o ensinei... — Mary Anne fez uma pausa, se esforçando para controlar a emoção antes de continuar. — Era o que aconteceu naquela tarde. Você se recorda, não? Logo antes de sairmos para o shopping center. Derek fazia desenhos na areia com um graveto. Tinha apenas quatro anos e era tão esperto, tão inteli­gente... Eu... eu estava lhe ensinando nosso endereço. Caso algum dia se perdesse... Oh, Deus... Meu nome é Derek Noah Trevor. Moro em Paraíso do Mar, Estrada de Gulfview, Hurricane Beach, Flórida. Maggie levaria para a sepultura a angústia causada pela lembrança da vozinha infantil. Em sua mente, revivera cada momento dos últimos dias passados com Derek vezes e vezes sem conta. Noah estivera ausente, numa de suas missões das forças especiais, em local desconhecido. Assim, aproveitara para visitar os pais em Hurricane Beach. Há muito aprendera a não per­guntar ao marido para onde iria. Ele não tinha per­missão para lhe dizer. Sempre odiara a profissão de Noah, mas o amava profundamente e quisera estar bonita para esperá-lo. Por isso resolvera ir ao shopping center de Tallahassee, comprar um vestido novo. Mary Anne e Derek a acompanharam. — Vá ficar com a vovó — ela dissera ao filho, quando o menino começara a se mostrar inquieto, reclamando de fome e cansaço. Mary Anne estava logo adiante, dentro da loja espaçosa. Quem teria imaginado que o perde­riam para sempre, se Derek não saíra de perto de ambas? A dor e a culpa, sentimentos que lhe eram tão familiares, voltaram a atormentá-la. Deveria ter sido mais cuidadosa. Dera as costas ao filho por um segundo e, num piscar de olhos, ele desaparecera. Não fora encontrado com Mary Anne. Nem no departamento de brinquedos, ou na lanchonete. Simplesmente sumira. Até hoje. —   Derek. — Maggie não percebeu que falara o nome do filho em voz alta até que a mãe retrucou. —  Ele não quer ser chamado de Derek. Diz que de­vemos tratá-lo por Erik agora. E... não explica por quê. Seu filho tinha um nome diferente. Esse menino, esse estranho na casa de seus pais nem sequer aceitava o nome que lhe fora dado ao nascer. Como devia se sentir? Magoada? Decepcionada? Entretanto nenhuma reação a arrancou da espécie de torpor em que caíra. Derek. Decidira chamá-lo assim por causa de um per­sonagem de novela. Agora já não se lembrava de qual novela era, apenas que se tratava de um rapaz rebelde, perigoso e carismático. O tipo perfeito para despertar o interesse da moça séria e estudiosa que sempre fora. Aos dezenove anos, conhecera Noah Trevor, tão char­moso e ainda mais perigoso do que aquele herói da te­levisão. Apaixonara-se perdidamente pelo jovem oficial da marinha. Quando o filho de ambos nascera, Noah, tendo recebido esse nome num orfanato da igreja me­todista, no qual fora criado, preferira não dar ao primogênito o próprio nome. Assim, optaram por Derek. —  Mamãe, por favor, não chore — Maggie implorou, sabendo que só.atravessaria aqueles momentos difíceis se a mãe não desmoronasse. — É apenas um nome. Um preço pequeno a ser pago para tê-lo de volta. —  Estou bem, filha. — Mary Anne engoliu em seco. — E que foi um choque muito grande. E, Maggie, ele... Acho que ele se parece com Noah. Noah. Oh Deus, teria que entrar em contato com o ex-marido. — Você... você quer que eu telefone para Noah e lhe dê a notícia? — a mãe perguntou, sabendo o que lhe passava pela cabeça. Maggie olhou o envelope grande sobre a mesa, ao lado do telefone. Os papéis do divórcio. Embora esti­vesse legalmente separada de Noah Trevor há quase uma década, nunca tinham se divorciado. Agora, de­pois de todos aqueles anos, Noah queria dar o passo final. De certa forma, era de esperar que um dos dois se decidisse pela total liberdade mais cedo, ou mais tarde. Será que ele havia encontrado alguém para amar? Se fosse esse o motivo, deveria ficar satisfeita. Por quê, então, se sentia incomodada que houvesse sido Noah quem desejasse cortar o último laço que os prendia um ao outro? —  Não — Maggie respondeu à mãe. — Eu mesma contarei a ele. —  Quando você poderá vir para casa? —  Vou telefonar para a companhia aérea imediata­mente. Estarei aí tão logo seja possível. —  Seu pai irá buscá-la em Tallahassee. —  Não. Não sei se conseguirei lugar num vôo para Hurricane Beach ainda esta noite. Alugarei um carro em Tallahassee para ir para casa. —  Nós... nós achamos que seria melhor esperá-la chegar do trabalho para lhe dar a notícia. Agora me pergunto se não teria sido mais sensato avisá-la antes. Porém, foi tudo tão... —  Não se preocupe. — Felizmente não tivera de lidar com a questão no escritório. Não teria gostado se um dos cento e cinqüenta residentes, mais os funcionários do Centro de Apoio aos Idosos Graceway, vissem a enfermeira-chefe transformada numa ruína emocional. —  Você gostaria de falar com seu filho agora? —  Não, não já — a resposta de Maggie foi quase uma reação involuntária. — Preciso de algum tempo, mãe. E prefiro vê-lo pessoalmente quando nos falarmos pela primeira vez. —  Seu quarto estará pronto à sua espera, filha. O quarto ensolarado, de paredes azuis e detalhes amarelos, que fora seu durante todos os anos de colégio. Maggie fechou os olhos, deixando-se envolver pela se­renidade da lembrança. As janelas se abriam para acres e acres de pinheiros e carvalhos, árvores cente­nárias pertencentes à família de sua mãe há gerações. —  Faça uma boa viagem, querida. Esteja aqui o mais depressa possível. É um milagre o que aconteceu, minha filha — Mary Anne falou, a voz baixa e intensa. — Um milagre. Depois de todos esses anos. —  Eu sei, mamãe. Ela desligou o telefone e se deixou cair sobre o sofá. Assim como Mary Anne, também abrira mão da esperança anos atrás, mas agora sentia algo despontando dentro de si, algo que precisava ser imediatamente sufocado, arrastado para a escuridão habitada por tantas decep­ções. Não estava pronta para acreditar, não ousava acreditar. Não ainda. — Comandante, um chamado para o senhor. Noah Trevor, da Marinha dos Estados Unidos, des­viou a atenção por um instante do treinamento a que os recrutas estavam se submetendo naquela praia de­serta do Pacífico e fitou o jovem marinheiro que aguar­dava, respeitosamente, ao seu lado. —   Um telefonema? —   Sim, comandante. O senhor poderá atender ao chamado no veículo de apoio. O veículo de apoio era uma ambulância naval que permanecia de prontidão caso algum estudante da SEAL, agora imersos há quarenta e oito horas no pro­grama mais duro do treinamento militar, tivesse ne­cessidade de atendimento médico. — Estou ocupado, marinheiro — Noah falou entre os dentes, os olhos atentos aos estudantes que, de braços dados, formavam uma linha que adentrava o mar. Num gesto automático, consultou o relógio. Hipotermia era sempre um perigo nos treinos que envolviam re­sistência a torturas na água. E era mesmo tortura permanecer imóvel, com a água gélida até a altura do peito. Sabia disso por experiência própria. Após anos de estudo e observação, os instrutores SEAL, sigla para Mar, Ar, Terra, haviam sido capazes de calcular com precisão o tempo exato que um ser humano era capaz de suportar a imersão nas águas frígidas da praia Coronado, Califórnia, sem arriscar a vida. Noah sabia que seus instrutores, vestindo cami­seta azul, com o emblema das forças especiais da Ma­rinha, manteriam os recrutas na arrebentação o tempo exato, nem um segundo a mais, ou a menos. —   Comandante. —   Eu lhe disse que estou ocupado, marinheiro. A menos que o telefonema seja do próprio capitão Mannley, não quero ser incomodado. Harrison Mannley, chefe de Noah e oficial encarregado do treinamento SEAL, não estava muito satisfeito com o desempenho daquela turma em particular durante a chamada "Semana do Inferno". E quando o velho capitão não estava feliz, tampouco Noah poderia estar. Era tra­balho seu descobrir o que fazia esses recrutas tão dife­rentes dos anteriores. Até o momento presente, ainda não tinha encontrado uma explicação para a falta de motivação dos estudantes, ou por que eram todos bem menos preparados fisicamente que seus antecessores. O índice de fracasso da classe se mostrava vinte por cento acima do normal. E isso não era bom. —  O telefonema não é do capitão Mannley, senhor. Mas de uma mulher. —  Uma mulher? —  Sim, senhor. Uma mulher. Ela... ela diz ser sua esposa, senhor. —  Minha esposa? Maggie. Lembranças de um riso cristalino, olhos ver­des como o mar e cabelos louros, sedosos. Imagens do passado que deveria esquecer. Estaria ela querendo lhe falar sobre os papéis do divórcio? Dificilmente. O mais provável era que Maggie preferisse resolver o pro­blema através de seu advogado. — Tem mesmo certeza de que ela se identificou como minha esposa? — Sim, senhor. —  Então acho melhor atender ao chamado. Noah caminhou até a ambulância e apanhou o celular. —  Trevor falando. Parte de sua atenção continuava fixa nos jovens re­crutas. Um deles acabara de romper a corrente hu­mana e lutava para regressar à praia, apesar dos pe­didos dos companheiros para que permanecesse em seu posto e das imprecações dos instrutores. Porém o rapaz havia atingido seu limite máximo de resistência mental e emocional. Trêmulo, recusava-se terminan­temente a voltar para a água. Por fim, o instrutor fez sinal para que o médico se aproximasse. — Maldição! Mais um. — Mannley iria ficar furioso. — Noah? Ele só percebeu que havia falado em voz alta ao escutar Maggie. — Noah. m*l posso ouvi-lo. A ligação está péssima. — Estou em treinamento, no meio de uma praia deserta. — Oh, claro! Sinto... sinto muito interrompê-lo. — Maggie, o que aconteceu? Alguma coisa errada? — Àquela altura, outro recruta havia saído da água e estava sendo atendido pelo médico. Um terceiro logo o seguiu. O grupo perdia marinheiros numa velocidade preocupante. — Noah, você está me ouvindo? — Sim. — Já se tinham passado oito anos desde que os dois haviam se falado pela última vez, mas era como se fosse ontem. A voz dela, baixa e suave, ainda o afetava profundamente. — Pensei que você preferisse resolver a questão do divórcio através de seu advogado. — Advogado? Noah, não estou lhe telefonando por causa dos papéis. — Um silêncio pesado se estendeu durante alguns segundos. — É sobre Derek. — Derek? — Ele teve a sensação de que garras de aço apertavam-lhe o peito. Teria o corpo do filho sido encontrado, depois de todos esses anos? — O que você tem a me dizer sobre... nosso filho? — Ele está vivo. — Outro silêncio carregado de emo­ção. — Apareceu em Paraíso do Mar hoje à tarde. Minha mãe me telefonou há uma hora. Desde então estive tentando localizar você. —  Tem mesmo certeza, Maggie? Tem mesmo certeza de que se trata de Derek? —  Não sei. Mamãe parece não ter dúvidas. Mas, Noah... como poderemos ter certeza? Eu... nós perde­mos nosso menininho. Agora ele é quase um homem. Um estranho. Como poderemos ter certeza, meu Deus? —  Quando parte seu vôo para Hurricane Beach? —  Não consegui passagem para esta noite. Partirei amanhã bem cedo, logo no primeiro avião. —  Irei encontrá-la em Paraíso do Mar tão logo seja possível. —  Ouça, não... Percebendo a relutância na voz da esposa, Noah foi categórico. — Ele é meu filho também, Maggie. Nada me man­terá distante. — Sei disso. Avisarei mamãe e papai para esperá-lo. Maggie desligou o telefone. Noah permaneceu imóvel um longo instante. Ao devolver o celular ao marinheiro, espantou-se que suas mãos continuassem firmes. Por dentro, sentia-se tremer incontrolavelmente. — Boa noite, Erik. Espero que você durma bem. — Obrigado, senhora. — O rapazinho puxou o lençol até quase o pescoço, desconfortável por se saber ves­tindo apenas short e camiseta. Duvidava de que Mary Anne Hardaway estivesse acostumada a receber hóspedes que não tinham nem sequer um pijama decente. Mary Anne o estava fitando outra vez com aqueles olhos tristonhos, como se tentasse enxergar nele alguma coi­sa, ou alguém. O tempo apagara quase todas as lem­branças que guardara da avó, exceto o perfume dos cabelos macios, agora mais brancos, e as palavras que ela o tinha ensinado, palavras que nunca ousara pro­nunciar em voz alta durante todos aqueles anos amar­gos, embora as mantivesse vivas em seu coração, um talismã contra a escuridão. Meu nome é Derek Noah Trevor. Moro em Paraíso do Mar, Estrada de Gulfview, Hurricane Beach, Flórida. —  Durma até a hora que você quiser — a avó estava dizendo. — Seu avô e eu geralmente nos levantamos por volta das sete horas. Mas venha tomar o café da manhã apenas quando tiver vontade. —  Obrigado. Também não tenho o costume dormir até tarde. John Paul Hardaway, alto e severo, aproximou-se da cama. —  Boa noite, filho. —  Boa noite, senhor. — Erik não sabia se os Har­daway acreditavam que ele fosse quem se dizia ser. Afinal, nem sequer respondia pelo seu nome de batismo. Byron Fielder cuidara para que isso não tornasse a acontecer jamais. —  Tem mais alguma coisa de que você precise? — John Paul indagou educadamente. —  Não senhor. Obrigado. Sua avó estava observando o marido de uma maneira disfarçada. Erik notara que os dois nunca se tocavam, ou mesmo conversavam muito. Por algum motivo, isso o entristecia, embora não soubesse bem por quê. Fielder e sua ma... Fielder e a esposa nunca se tocavam. Fielder nem sequer havia chorado quando Diana morrera. — Boa noite — Mary Anne tornou a dizer. — Durma bem. Sonhe... — Ela parou no meio da frase, uma expressão esperançosa no rosto. Sem dúvida esperando que o neto dissesse algo. Sonhe com os anjos. Diana Fielder, a mulher que o havia criado, a mulher a quem sempre chamara de mãe, costumara lhe dar boa-noite assim. Teria sua avó também o mesmo costume, quando era garotinho? — Você gostava de completar essa frase — Mary Anne explicou. —  Desculpe-me, não me lembro. —  Tudo bem. — O sorriso dela era triste como os olhos azuis. — Foi há muito tempo. John Paul conduziu a esposa para fora do quarto e apagou a luz. Então fechou a porta em silêncio. — Estraguei tudo — Erik murmurou para a escu­ridão. — Estraguei tudo. — Por que não pudera dizer aquelas palavras tolas, mesmo quando não se lembrava de ouvi-las da avó? Incapaz de dormir, manteve os olhos fixos no teto. A cama era macia demais, o quarto grande e pouco familiar. Aliás, nada lhe era familiar. Pensara que acabaria se lembrando de mais, porém não fora o que acontecera. Paraíso do Mar era uma casa enorme, mas não o palácio mágico que criara em sua mente, construído de fragmentos da memória. Do que realmente se lembrava era das ondas murmuran­tes, da areia branca e macia e de um pôr-do-sol eterno. Quantas e quantas vezes não havia fechado os olhos e se refugiado nas recordações para escapar à violência e pobreza extrema que o cercavam? Erik sentou-se e esmurrou o travesseiro macio com força tentando extra­vasar a angústia que o consumia. Estava seguro agora. A centenas de quilômetros do homem que o seqüestra naquele dia maldito, tapando-lhe a boca com tanta força que o impedira de emitir qualquer som. Com alguma sorte, Byron Fielder já se esquecera de onde o tinha encontrado. Seu seqüestrador. Nunca, jamais, pensara no homem como sendo o seu pai. Sempre o considerara odioso, brutal. Fielder o assustara de tal forma e o ameaçara tanto, que nunca ousara contar a alguém sua verdadeira identidade. Desde que Diana morrera, logo antes da Páscoa, Fielder ficara ainda pior. Mais irritadiço e violento do que nunca. A mulher que o tinha criado, que fizera o possível para protegê-lo dos abusos do marido, se fora para sempre. Erik costumava sonhar que um dia conseguiria juntar dinheiro suficiente para livrar a ambos do jugo daquele canalha. Porém, três anos antes, quando a idéia realmente começara a tomar forma em sua mente, Diana passara a sofrer do coração. A vida de pobreza e os maus-tratos constantes acabaram por apressar sua morte. Somente então tivera coragem de partir. Quando a primeira oportunidade surgira, roubara a caminhonete de Fiel­der e tomara o caminho de Hurricane Beach. Eles haviam se mudado tanto quando Erik era crian­ça, que eram boas as chances de Fielder ter se esque­cido do nome do lugar onde o encontrara. Erik fechou os olhos e tentou dormir. Estava a salvo agora.
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