BRINCANDO COM FOGO (Máfia)

Destino Selado

Matteo Giovanni

“Não aprecio quando as pessoas escutam minhas conversas, Srta. Bueno. Espero que esteja ciente das consequências se vier a divulgar qualquer coisa que possa ter ouvido.” Eu aviso.

Seu rosto fica novamente vermelho como um tomate, e seus grandes olhos de gatinha me encaram, abertos e aterrorizados.

“Eu lhe asseguro, Sr. Giovanni, não ouvi nada.” Sua voz doce canta, mas a amargura de sua mentira a torna desagradável. Será que ela realmente acha que pode mentir para mim? Até um cego perceberia que ela estava escutando minha conversa. Essa é a punição número 1, minha querida.

Ela veste uma blusa branca que não deixa muito para a imaginação. Ela corta bem baixo, revelando seu tentador decote para todos verem. De repente, a raiva explode dentro de mim. Ninguém mais pode colocar os olhos nela além de mim, vou garantir que ela nunca use algo assim quando estiver comigo, a menos que seja apenas para os meus olhos verem.

O mesmo vale para sua saia, parece que ela está tentando chamar minha atenção. Suas longas pernas bonitas estão bem depiladas e um pouco bronzeadas, cada centímetro dela é uma obra de arte.

“Vou aceitar sua palavra, Srta. Bueno” Eu digo sorrindo para ela. “Por favor, entre, não tenho muito tempo.”

Tenho medo de que se ela ficar aqui por mais tempo, não vou conseguir me controlar.

O que deu em mim? O que essa garota tem que está me fazendo ficar tão fraco, como ela está me fazendo ceder?

Eu sou o rei da máfia mais f**a de Nova York, herdeiro da máfia italiana, não deveria me sentir fora de controle diante de uma simples garota.

Me virando para longe dela, fui em direção à minha mesa.

O som abafado de seus saltos no meu piso de madeira ecoa pela sala e eu sei que ela foi direto para a janela.

Me certifiquei de obter a melhor vista de Nova York antes de comprar esse prédio. Não aceitaria nada menos, afinal, eu sou dono da cidade.

Me viro novamente para ver ela olhando para a vista. Sua cintura é como a de um anjo.

Preciso encerrar isso rapidamente, antes que meu corpo me domine.

“Dante me informou que você fala sueco... E italiano” afirmo, tentando encontrar mais uma vez o vestígio de medo em seus olhos. E, é claro, eu vejo.

Tenho certeza de que ela já sabia que eu sabia que ela estava escutando. No entanto, ainda acho divertido tortura-la assim.

Ela me dá um aceno tímido, mordendo o lábio de uma forma nervosa.

Não tem como ela não perceber o que está fazendo comigo! Isso é tortura! Eu quero ela agora, mas tenho que ser paciente. Não quero assustá-la, pelo menos não ainda.

“Sim, sou fluente em sueco, embora meu italiano esteja um pouco enferrujado,” ela diz, tentando se defender, tentando se livrar do buraco em que caiu tão indefesa.

Ela deveria pensar duas vezes antes de contar coisas pessoais a estranhos, se eu não soubesse que ela podia falar italiano, talvez não ia ser tão insistente em ter ela para mim.

“Também falo russo, francês e mandarim.”

Então, Dante não estava mentindo quando disse que ela era talentosa. Ela é realmente muito inteligente para uma garota da idade dela e não tenho dúvidas de que é perfeita para o trabalho. Claro, ela ainda não sabe exatamente do que se trata.

“Impressionante,” eu digo.

Olhando para o meu relógio, percebo que já se passaram dez minutos. Como o tempo voa. Pego a pasta de Mila em minha mesa e começo a folhear, esperando confirmar se o relatório que Dante reuniu está correto.

“E você é do Brasil.”

Ela faz mais um aceno, com medo demais para dizer mais alguma coisa. Por mais que eu adore isso, ela terá que me responder com palavras. Eu não quero uma mulher muda ao meu lado.

Me aproximo dela, ficando a apenas centímetros de distância do seu corpo. Seu cheiro é tão doce e floral. Ela é como um excitante jardim de rosas. Vejo o momento em que ela respira fundo, sentindo meu cheiro, seu rosto mais uma vez corando quando ela percebe o que fez. Dou um sorriso mais uma vez, ela é perfeita.

“Você é muito inteligente, Srta. Bueno. Acredito que você seria um ativo valioso para minha equipe e nossas relações com outros países,” afirmo, observando sua reação.

Além do brilho em seus olhos, seu rosto não demonstra mais nada.

“Obrigada,” ela diz tímida.

Eu dou um passo mais próximo dela, até sentir sua respiração contra minha camisa, pressionando suavemente meu peito. Essa entrevista precisa terminar agora.

“Infelizmente, Dante não escolheu o melhor momento para essa entrevista hoje, e eu preciso partir agora, mas você estaria interessada em almoçar comigo para discutirmos mais sobre o seu cargo?” Eu digo.

Seu rosto se ilumina com minhas palavras. Como eu adoraria acordar vendo esse rosto.

“Sim, parece ótimo” ela diz, com a voz um pouco animada.

Tiro alguns contratos para ela ler e assinar antes de nossa próxima reunião sobre o trabalho e entrego a ela.

“Aqui estão alguns documentos para você ler. Vá até minha assistente lá fora e ela irá agendar a reunião.”

Ela inclina a cabeça e deixa um pequeno sorriso surgir em seus lábios tentadores.

“Foi um prazer conhecê-la, Srta. Bueno. Espero vê-la no almoço”, digo, estendendo a mão para ela.

“Obrigada por tirar um tempo para conversar comigo, Sr. Giovanni.” Ela coloca sua pequena mão na minha. Sua pele é tão suave... Levo sua mão até meus lábios e dou um beijo nela. Todo o seu rosto esquenta e eu a vejo ficar mais desconfortável a cada segundo. Por algum motivo, isso faz minha imaginação voar...

“Por favor, me chame de Matteo. Acredito que, daqui para frente, ficaremos bem próximos” Eu digo, e a levo de volta até a porta do meu escritório, aquela pela qual ela caiu tão indefesa na minha frente.

Ela se despede mais uma vez e eu a observo enquanto ela caminha pelo corredor, passando por um dos meus homens que se aproxima com minha encomenda em uma caixa.

Observo o olhar de Mila se fixar na caixa, eliminando qualquer dúvida que eu poderia ter tido sobre ela ter ouvido minha conversa.

“Tenha um bom dia, Srta. Bueno... “Me despeço mais uma vez. “Vou atrás de você em breve.” Eu termino, falando baixo demais para ela ouvir. Rapidamente, ela se afasta, e eu não consigo evitar o sorriso satisfeito em meus lábios.

Finalmente, volto minha atenção para meu funcionário com a caixa.

“Parece que minha peça de decoração chegou.”