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2282 Words
Maya Soares Acordei morrendo de dor de cabeça e no corpo, infelizmente eu não poderia dizer nada para os meus pais, porquê logo eles iriam começar a me encher de perguntas e eu, lerda como eu sou, não conseguiria inventar uma mentira e ia colocar tudo a perder nessa altura do campeonato. Bom, eu sendo a filha mais velha de três filhos só faz com que eu seja muito mais próxima dos meus pais, já que eu sempre fui mais responsável e obediente do que o Théo e a Esther. E falando nela, talvez bem no fundo ela seja culpada pela minha dor de cabeça, de todas as formas possíveis. Minha irmã é terrível, ela sai escondido dos meus pais para todos tipos de festa, quando eu digo todos, é literalmente todas, pois até em swing meu pai já pegou essa garota. Ela ama ficar com os seguranças do meu pai e quase sempre isso dar maior briga aqui em casa. No meu modo de ver, ela pode ficar com quem ela quiser, mas minha irmã é ingênua da mesma forma que é safada, juro! Onde já se viu mandar nudes para esses muleque daqui do morro? Se esses vídeos e fotos chegarem na mão do meu pai, acho que o velho surta e o velório dela seria logo em seguida. E esse não é o pior, que dizer, é, porém com toda essa merda, esses nudes foram parar justo na mão de quem? Do meu namorado, e depois disso minha vida virou um inferno. Eu faço tudo para proteger minha irmã, e tudo significa: apanhar calada de macho. Cadu e super mega possessivo comigo, no começo era tudo uma maravilha, eu jurava que ele era o amor da minha vida, e que o nosso namoro iria ser igual ao do meus pais, cheio de clichês tipo as histórias do w*****d que minha mãe viveu. Porém não, depois que eu perdi minha virgindade com ele, todo meu encanto foi por água abaixo. Começou com o mesmo falando que eu havia mentindo sobre ser virgem, pois segundo ele, eu não tinha sangrado, o que na cabeça dele significava que eu não tinha hímem. Se ele tivesse pesquisado no Google ele ia saber que nem todas bocetas são iguais, mas quem sou eu pra julgar a burrice aléia né? Voltando ao assunto, depois que ele disse que era desvirgindada, veio as desconfianças de traição, que até então eu fazia questão de provar que não. E aquilo me desgastava de uma maneira horrível, já que eu nunca tinha olhado para outro homem que não fosse ele. Quando ele me bateu pela primeira vez eu me sentia péssima, o pior tipo de pessoa já que meu pai, meu irmão, meus tios e primos me travava como princesa, mas o mesmo chorou, pediu perdão, disse que estava arrependido comprou flores, chocolate e voltou mansinho, faltou pouco lamber o chão para mim pisar. Meu coração sendo mole como é, perdoou ele, até porquê eu amava ele. Eu só não sabia que depois daquele dia minha vida ia virar um inferno. Depois de um mês sendo tudo uma maravilha, eu comecei a apanhar horrores e o pior de tudo era que ele me batia com panos enrolado nas mãos, e aquilo nunca deixava hematomas em meu corpo. E quando ele conseguiu os vídeos da Esther, começou a usar aquilo como chantagem emocional, ele sabe que eu protejo com minha vida os meus irmãos. Ninguém além do meu primo Yuri sabe, e ele só sabe por quê uma vez eu apanhei tanto, que eu achei que ele fosse me matar a minha sorte foi que mesmo com dor, eu conseguir fugir. Depois eu desmaiei em algum beco e quem me achou foi Yuri, no começo ele achou que o Cadu tinha abusado de mim, e quando mais eu inventava mentira, pior ficava. No fim contei toda verdade e lhe fiz prometer que não ia contar pra ninguém, que eu iria resolver e isso já faz quase um ano. Agora eu estou aqui, morrendo de dor de cabeça depois de apanhar feito um lutador de box e achar que ficaria sem couro cabeludo, de tanto que ele puxou meu cabelo. Digamos que eu me vejo sem saída e suporto isso tudo pelo bem da minha irmã, não só dela, pois meu pai ia ficar muito m*l quando descobrisse sobre as fotos dela. —Filha, tu não vai descer pra casa da sua vó não? — minha mãe perguntou com metade do corpo atravessado na porta. — misericórdia Maya, abre essas cortinas, que escuridão. —Vou não mãe, estou com uma enxaqueca horrível, pede desculpa pra vó e diz que depois eu desço lá. — digo sem encarar minha mãe. —Enxaqueca? Por que? —Acho que é minha menstruação que está pra vim. —Deve ser, você quer um remédio antes da mãe sair? —Não precisa mãe, eu já tomei. Agora vai antes que meu pai cochila lá dentro do carro. — falei e a mais velha soltou uma risada nasal. —Te amo, qualquer coisa me liga que eu venho correndo. — minha mãe diz saindo e eu grito um "te amo" de volta antes de a casa ficar toda silenciosa. É agora que eu posso chorar sem me preocupar em alguém fazer interrogatório. Meus pais são os opostos do outro, mas na mesma intensidade são parecidos, isso porquê minha mãe tem faculdade de letras e é professora. Por outro lado, meu pai é o segundo comandante da facção mais perigosa e organizada do Rio de Janeiro. Minha mãe é filha de polícia, casada com bandido. Podem dizer, minha vida tinha tudo pra ser uma fic igual a da minha mãe. —Maya? — escuto Esther gritar pelo corredor e limpo a minha cara de choro. — tô saindo, volto antes do pai voltar. — ela entrou no meu quarto e eu encarei ela. —Tu não toma jeito né? Ainda vai se f***r muito com meu pai. —Não fode garota, tô indo pra Barra com um playba que eu conheci. —Ô Esther c*****o, meu pai já avisou sobre sair do morro né? —Ai, tu se preocupa demais em. Todos sabem da minha fama lá no asfalto, ninguém vai mexer com a neta do coronel. —Tá bom, eu não aviso mais. Quando sair fecha a porta do meu quarto e tranca a porta da sala. —Tá, amo você. — diz e sai fechando a porta. —Também te amo, qualquer coisa tu me liga em? — gritei e só ouvi ela gritando de volta um tá. Não é mole em? [...] —Ô minha princesa, dinda tava morrendo de saudades. —Eu também madrinha. — abracei ela forte sentindo todo conforto que um abraço passa. —Vem querida, entra. Ô Nicole, sua prima tá aqui. — ela me deu passagem e eu entrei me sentando no sofá, logo mais Nicole apareceu do nada e se jogou encima de mim. —Ai, que saudades. Tu sumiu, quase nem vem aqui em casa mais. —Depois que o Gustavo começou a namorar, eu queria mesmo era distância daqui, menos hoje. — digo e minha madrinha começa a rir. —Sendo assim, pro seu azar os dois estão ai. — fala e eu reviro os olhos. —Maya com ciúmes, aí mãe. — dei uma cutuvelada e na mesma ela me deu um tapa. —Podem parar as duas agora, eu em, daqui a pouco tão de lavação de calcinha. —Bora lá pro meu quarto cachorra, se quiser ficar aqui e ver o Gusta também serve. —Cínica, vamos Nicole. — falo pegando minha mochila e colocando nas costas. Já no quarto da minha prima, depois da minha madrinha avisar que iria sair, escutávamos o Gustavo fodendo com a namorada dele, enquanto Nicole e eu assistíamos filme. Literalmente não era o melhor lugar pra se estar, mais era o lugar mais longe do Carlos que eu poderia ir. E foi só falar nele que o mesmo começou a me ligar. —Oi.. estou na casa do meu padrinho, minha prima me chamou.. não sei se quero ir hoje.. meu padrinho vai me levar Carlos, não se preocupe.. ok, beijos. —Esse teu namorado, não sei não em. —Como assim, não sabe não? —Ele é muito ciumento, e ciúmes é o lado r**m da moeda, quando o amor é possessivo, uma hora vai dá merda. — diz e eu gelo na hora. Tá tão visível assim? —Tu tá louca? Ele só estava preocupado em como eu iria voltar pra casa. —Tá bom, depois não diz que eu avisei. — continua e eu me levanto calçando meu chinelo. —Vou ir beber água, tu quer? — pergunto e ela n**a. Desci as escadas quase correndo e entrei na cozinha, peguei um copo no armário e enchi de água que estava na jarra. Bebi um pouco de água e fiquei parada no tempo, tentando raciocinar, mas apenas conseguia sentir pena de mim mesma por estar nunca situação tão merda e não encontrar solução. Meu coração quase saiu pela boca quando o Gustavo entrou na cozinha só de cueca. A água que estava na minha boca voou fazendo o mesmo que encarar assustado. —Maya, tá fazendo o quê aqui pô? — ele perguntou e eu abrir a boca um milhão de vezes pra tentar explicar porém não saiu nada. Tentava não olhar para baixo onde a i********e dele marcava, e falhei miseravelmente. — meu rosto tá aqui encima. — diz me fazendo ficar mais constrangida ainda, se é que era possível. —Eu vou limpar essa bagunça e subir pro quarto, com licença. —Pô, pode ficar ai. Vou lá por um short e depois eu volto. — ele saiu rápido sem esperar resposta e eu soltei o ar que eu não tinha nem percebido que eu segurava. Eu enxuguei o chão rapidinho e subir na mesma velocidade, não sairia desse quarto hoje nem que me paguem. [...] O professor explicava alguma coisa sobre química e eu encarava ele, porém não saberia explicar uma palavra que ele tinha dito. Minha cabeça ainda doía e não teria refúgio nenhum que me faria melhorar, bom, era o que eu pensava. Com esse tanto de merda que me aconteceu, minhas esperanças estavam indo pro ralo. —b***h, você está muito distante, faça o favor de voltar para o planeta terra. — Thay sussurrou atrás de mim e eu me virei encontrado minha melhor amiga preocupada. —Desculpa, você dizia alguma coisa? Eu não ouvir, estava prestando atenção no professor. — minto e ela revira os olhos. —O quê ele dizia então? — pergunta e eu travo, sem saber o quê responder. — tá vendo Maya? Você não estava prestando atenção, o problema é o Cadu de novo? —Ele não muda nunca e daqui a pouco ele vem me buscar e minha paz acaba. Se é que eu tenho paz presa nesse relacionamento que eu não quero. —Só você é capaz de sair dessa situação dando a volta por cima, quem vai se prejudicar é sua irmã Maya, seu pai vai ficar chateado, porém ele vai perdoar ela, você sendo saco de pancada, não vai mudar o fato de que a qualquer momento seu pai vai ver as fotos da sua irmã. —Meu pai vai ficar chateado comigo também Thaynara, eu sei que vai, eu devia ter contado na primeira vez. —Ei!! Vocês duas eu preciso acabar a minha aula e com essa conversa fiada, não será possível. —Desculpa professor, a Maya tinha uma dúvida sobre a sua aula e para não interromper o senhor ela me pediu pra explicar. — Thay disse e antes que o professor pudesse brigar o sinal tocou anunciando que o fim da aula tinha chegado. Todo mundo começou a se levantar e a juntar o material, eu não fiquei para trás. Juntei minhas coisas e sair puxando a Thaynara. Do lado de fora, aonde eu achei que poderia conversar mais um pouco com ela, o Cadu já me esperava encostado no carro. —Vai lá amiga, amanhã a gente conversa. —Tudo bem, até amanhã. Quando chegar me manda mensagem. — digo indo em direção ao carro ouvindo ela responde só um: Tá. No caminho ele me contava o que ele, meu pai e o Théo tinha feito durante o dia enquanto eu fingia que tinha interesse, sendo que era bem ao contrário. Quando cheguei em casa me despedir do meu querido namorado e entrei dando de cara com meu irmão na sala jogando. —Oi meu corno favorito. — me joguei nele abraçando o mesmo. —Fala tu maninha. — o garoto deu um beijo na minha testa e voltou a atenção para a televisão. —Cadê a mãe e o pai? —Meu pai tá na boca e minha mãe já desceu pra escola. —Vish, tô na maior fome. Será que tem comida pronta? —Dona Débora fez almoço, vai lá comer se não daqui uns dias tu tá voando. —Se preocupa não Théo, qualquer coisa eu seguro nos teus chifres. —Vai otária, vou levar tu pras ideias em? Bandido não namora não fia. —Fale por você. — digo me levantando e meu irmão me encarou. — meu pai e todos os nossos tios são casados. —Eles são otários, podem ter as mulher que quiser e vai ficar preso em uma b****a só? Tô fora. —E é por isso que você, vai levar muito chifre ainda. — gritei da cozinha e escutei ele resmungando. Esse garoto é fogo viu.
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