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2492 Words
Maya Soares —Cadu, eu não tô afim hoje. — falei me levantando e pegando minha blusa no chão. —Tu tá me traindo né? Tô ligado. — ele falou e eu revirei meus olhos. —Para com isso, você sabe que não. Eu realmente só não tô no clima. — continuei e ele veio até mim, agarrando meu cabelo. — para com isso Cadu, você sabe que eu não tô te traindo. —Tá sim e se eu descobrir vou matar tu e o filho da p**a. — diz e eu encaro debochada. —Pode matar, porém meu pai, meus tios, meu padrinho e até mesmo meus primos, vai atrás de você. —Então você tem assumindo que tá me traindo Maya? —Você tá louco, de verdade me esquece. — falei tentando sair, porém ele me segurou pelo braço e apertou. —Tu não vai me deixar, tá ouvindo? Agora bora que eu vou te levar pra casa. — disse me soltando e eu sair na frente, ele agarrou minha cintura e caminhamos juntos até minha casa. —Até aqui tá bom. — falei sem olhar para ele. —Manda um beijo pra sua mãe tá? — ele me abraçou e me deu um selinho. Eu concordei e entrei para dentro de casa. Da garagem já escutava meus tios e meu pai no fundo de casa, com certeza meus primos também estavam lá. Seguir para o quintal e dei e cara com uma festinha na piscina, coisa que eles faziam varias vezes por semana. —Outra festinha sem me chamar, tô me sentindo o patinho feio da família. — falei e meu padrinho veio até mim. —Tu tá linda minha gatinha, mó saudades de tu. — ele me abraçou e eu quase chorei ali mesmo. Meu padrinho era tudo para mim. — Gustavo tá ai. —Ela namora Betinho, tira essas idéias da tua cabeça. — meu pai gritou e eu revirei os olhos. —Pai, Gustavo e eu somos só amigos, para com isso. — falei e me sentei no colo do Yuri. — e o senhor já tá com saudades dindo? Como Yuri era o único que sabia o que o Cadu fazia comigo, aliás, já estava acontecendo à várias semanas. Então ele era o quê mais cuidava e me observava. Assim que abracei seu pescoço ele já me encarou com cara de b***a. Ele dizia para mim sempre, que quando eu quisesse, colocava o Cadu pra ir embora do morro e ele nunca mais me faria m*l. E não, eu realmente não gostava dele, não mais, porém ele ficava ameaçando a Esther, aquele nojento fica vendo os vídeos dela na minha frente, uma tortura psicóloga horrível. Esther é difícil demais de lidar, mas é a minha irmã. —Ô pai, Théo tá usando o meu shampoo. — ela entrou na varanda fazendo barraco. —Ih, tá r**m? Compra outro, sem caô Esther. — ele falou ela bateu o pé. —Não quero outro, quero que ele pare de usar o meu. —Théo. — minha mãe gritou e logo meu irmão apareceu. — eu vou dar na tua cara teu filho da p**a. Usa mais uma gota de shampoo dessa garota pra tu ver. —Sem gritaria gente. — eu falei me levantando do colo do meu primo. Iria para o meu refúgio chamado quarto, ou então para varanda. —Tu chegou quando menina? — minha mãe perguntou e eu ri. —Agorinha mesmo. — falei e ela me puxou para dentro. —Tua madrinha e suas primas tão aqui. —Mãe, a Esther que tem que fazer sala para elas. — falei e minha mãe me repreendeu com o olhar. — o quê? Elas tem a mesma idade. Ela não respondeu e assim que cheguei na sala eu vi todas as minhas tias, minha madrinha e minhas primas. Pensa numa família grande? —Dinda. — eu corri para os braços da minha madrinha e tia Luana coçou a garganta. — ei tia, gostosa como sempre em? —Aqui é igual vinho querida. — ela me abraçou e eu tentei soltar ela. — Ingrid sente tua falta viu? Ela fala que tu gosta só do Yuri —Ela sabe que não tia, eu amo meu bebê. — abracei minha prima mais nova, depois da Amanda. — Ingrid, tua gostosa. —Mais gostosa que eu, só você. — ela falou e tia Luana começou a rir. —Dani. — abracei ela e logo em seguida abracei a Nicole. — gente cada segundo que passa vocês ficam mais gata, ai. —É de família né? — Dani falou e eu ri. —Cadê a Cat? —Aquela dali deve tá agarrando algum macho. — tia Yasmin falou e eu gargalhei. —É por isso que ela e Esther da certo. —Ih, tá pronunciando meu nome por que mesmo? — ela desceu as escadas bem na hora. —Não começa com esse espírito de velha não. — falei pulando do sofá. — eu vou subir, depois vocês vão lá me atormenta um pouquinho. — falei e minhas primas concordaram rindo. Eu subir para o meu quarto, tomei banho e troquei de roupa. Peguei meu celular e fui para a varanda, lá também era o meu ponto de paz, porém quando cheguei, Gustavo já estava lá. Era óbvio que ele estaria aqui, era nosso lugar preferido da minha casa, onde a gente poderia ficar sozinhos, meu pai ficava com medo e sempre deixava o Yago vigiando a gente. —Ah oi, não sabia que você estava aqui. — falei totalmente incomodada com a beleza dele. Reparando agora o rosto dele, quando foi que ele ficou tão lindo assim? As tatuagens, a barba, tem o estilo dele que mudou muito. Uau!! Aquele dia literalmente não tinha reparado nisso. —Ih pô, tranquilo. Tem espaço pros dois aqui. — ele falou e me encarou de cima a baixo. Eu me sentei na cadeira ao lado dele e peguei meu celular, na esperança de tentar ignorar ele. Ficamos em silêncio bastante tempo, eu estava totalmente desconfortável porém ele aparentava estar calmo ou então não demostrava nada. Eu m*l conseguia desgrudar meus olhos dele e quando o mesmo me encarou eu nem ao menos disfarcei. Na hora que ele sorriu, foi ai que meu mundo caiu sobre a minha cabeça. Meu crush de infância estava bem ali diante de mim. Quando a gente era mais novos, ficávamos nos agarrando escondido pela casa, se meu pai sonhasse ele mataria nos dois. Mas o Gustavo arrumou uma namorada lá no morro do meu padrinho e nunca mais veio para cá, isso já faz uns quatro anos. Eu também não ia muito na casa dos meus padrinhos, e quando eu ia o Gustavo e a loira aguada dele não estava em casa ou não saia do quarto. Menos da última vez. Mas para ele tá aqui hoje, tem que significa alguma coisa. —Tu tá mó diferente. — ele falou e desviei o olhar dele. —É, você também. — encarei as pessoas que passavam na rua toda envergonhada. — foi m*l ficar te encarando, faz tanto tempo que a gente não se via né? —De boa, no passado eu dei muito mole pô. — ele arredou a cadeira dele e parou a mão na minha cintura. —E pelo visto você continua todo atrevido. — sorrir envergonhada e ele olhou para minha boca, passando a língua entre os lábios dele. —Eu ainda sou bobinho por tu Maya, cê tá ligada. —Gustavo, a gente era novinho naquela época. Tenho certeza que não significou nada para você né? Estava até namorando. —Para de caô, tu sabe que eu só não investi em tu por conta do teu pai. E agora o que impede? —Eu namoro. — disse e pela primeira vez eu conseguir ver ele esboçando algum sentimento. —Pô, minha mãe me falou mesmo. — ele se afastou novamente e eu sentia minha boca secando e a atmosfera ficar pesada. —Se serve de consolo, até á alguns dias atrás, eu gostava de tu ainda. — digo e ele me encarou, tempo suficiente pra achar que tinha falado merda. Mas depois ele sorriu e eu soltei o ar que segurava, rindo também. E nós próximos segundos, tudo passou em câmera lenta. A forma que ele me puxou pro seu colo com facilidade, a hora que ele colocou as suas mãos sobre meu rosto e quando ele me beijou. O beijo era cheio de desejo e saudades. Eu senti saudades dele. Quando sua mão desceu para minha b***a, algo dentro de mim acendeu como a muito tempo não acontecia. Enquanto nossas bocas estavam grudadas, era como se nada tivesse mudado. Eu ainda parecia aquela garota de catorze anos. O ar nos faltou e eu afastei minha boca da dele, nos encaramos novamente por o que pareceu uma eternidade. —Se tu me agarrar de novo, vou apertar tuas bolas e só vou soltar quando eu te ver no chão. — me levantei de colo dele e sair antes que ele pudesse falar alguma coisa. Desci as escadas correndo e dei de cara com o Yuri. —Ih tá correndo por que fia? A gente ainda não conversou, tô ligado que aquele filho da p**a tá encostando em tu Maya. —Yuri, eu já disse pra você, me entende, por favor. — digo mais baixo olhando em volta até ter certeza que não tinha ninguém. —Entender o que Maya? Tá querendo que minha tia fique sofrendo, quando aquele o****o mandar tu pra debaixo da terra né? —Eu vou conversar com ele, te prometo. —Na moral, tô começando a achar que tu tá gostando de apanhar. — ele começou a aumentar o tom de voz e meu olho encheu de lágrimas. —Para Yuri, eu nem se quer gosto dele, eu não sei o que fazer, me desculpa. — as lágrimas começou a rolar e ele me abraçou. —Não pô, me desculpa tu. Não queria te magoar, sabe que eu amo você demais, pô, fico me mordendo de raiva daquele p*u no cu, queria ver ele dar um de machão pra cima de mim. — ele falou e ficamos em silêncio, logo alguns passos na escada fez eu encarar. Gustavo passou como um furacão e eu encarei o Yuri assustada. —Será que ele ouviu? — perguntei e ele negou. — assim eu espero. —Vem, as meninas tão ali fora. — o mesmo limpou meu rosto com a blusa dele e fomos para a área. Tia Duda, tio Maicon e minhas primas já tinha chegado e pelo visto não tinha muito tempo. —Oi amor. — tia Duda grudou em mim e eu abracei ela. —Ai tia, que saudades, que dia vai cozinhar para mim? Tô com saudades dos seus purês. — me sentei na mesa do lado do Yuri, que me abraçou de lado. Gustavo estava sentado na minha frente e m*l me encarou, será que ele ficou chateado por eu ter beijado ele e saído derrepente? —Tu tem que ir lá em casa. — ela falou toda empolgada. —Não tem não, odeio que as meninas fica indo para os outros morros sem mim. — meu pai falou e eu revirei os olhos. —Ai pai, o Théo vive na casa do meu padrinho e do tio Maicon, e até mesmo a Esther já dormiu lá um monte de vez. — falei fazendo bico e apoiando as mãos sobre meu peito. —Ô filha, tu é minha princesinha pô. — ele falou e todo mundo começou a rir. —Ah não pai, tinha que ser a Esther ela é mais nova que eu. — continuei emburrada e ele gargalhou. —Sem drama bebê do papai. — ele mandou um beijo e eu revirei os olhos rindo. Não tinha como ficar com raiva dele. |✓| Estava deitada no meu quarto olhando para o teto, escutei alguém batendo na porta e logo em seguida entrou, sem olhar sabia que era a Esther. —Ei mana, tu podia me ajudar. —Não Esther. — falei e ela se jogou encima de mim. — sempre me ferro por tua conta. —Te juro que eu vou sair e vou voltar antes do pai perceber, eu tô ficando com um menino ai e tô gostando dele. —Jura? Você sempre diz isso. E na maioria das vezes é os vapores do pai. —Eu te envio o número do Gusta. — ela falou e pela primeira vez desde o início da conversa, eu encarei ela. —Não Esther, eu namoro, você tá louca? Agora sai do meu quarto. —Namora mais tava se agarrando com ele hoje mais cedo né? Safadinha. —Legal, agora conta pra todo mundo. — revirei os olhos e me virei de costas para ela. —Só estou te pedindo um favor. — ela me deu um beijo na testa. —Vai Esther, se tu não voltar antes das duas horas tu vai se ver só comigo. — falei e ela se levantou pulando. —Te amo, até daqui a pouco. — ela disse e saiu correndo. Assim que ela fechou a porta, involuntariamente as lágrimas começou a rolarem em meu rosto, será que ela nunca vai tomar jeito? Eu tô me sacrificando por ela, sei que ela não pediu, mas ela tinha que mudar ou vai continuar tudo da mesma forma. Adormeci no meio das minhas lágrimas e acordei com o despertador tocando, era hora de ir pra faculdade e a vagabunda da Esther não tinha voltado para casa. Tô muito fodida. |✓| —Amiga, cai na real. — Thay me abraçou e depois me encarou. — ele só tá te usando, fala pro seu pai. —Não posso, meu pai iria ficar com raiva da Esther para sempre. —A sua irmã só se preocupa com ela mesmo, pelo amor de Deus Maya. —Ela ainda é nova, tu vai ver, ela vai mudar. —Você tem um coração enorme, por isso que eu tento te proteger. —Obrigada, meu anjo em forma de gente tu. — gargalhei e ela revirou os olhos. — vai pro baile hoje? —Claro que sim, cheio de homem lindo lá, ai. — ela se abanou com a mão e eu ri. Vi o carro do Cadu estacionar e minha felicidade acabou na hora. —Vou indo amiga, até mais tarde. — eu abracei ela rapidinho e ela revirou os olhos. Entrei no carro e o outro já tava com cara de b***a. —Já te falei que essa mina não é boa pista, não quero tu com ela. —Ótimo, podemos perguntar pro meu pai o que ele acha né? —Na moral, fica pianinha que tô tentando ficar na paz contigo. — ele falou e eu fiquei calada durante toda a viajem.
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