Capítulo 2

1294 Words
Davina estava empolgada pelo passeio que iria fazer após o jantar para conhecer a escola, mesmo que não se sentisse tão confortável ao lado de Tom Riddle, não era isso que iria a fazer desanimar. — Como assim você vai sair por aí à noite com Tom Riddle? — Senhorita Crockett perguntou animada e confusa. — Não é bem sair por aí, ele apenas vai me mostrar o castelo — respondeu enquanto tentava engolir o suco de abóbora, o gosto não era tão bom quanto costumam dizer por aí. — E não podem fazer isso durante o dia? — Ele se propôs a fazer no horário da monitoria, não sei qual o problema. — Ergueu os ombros. — Estamos falando do Riddle, não é como se ele saísse por aí com muitas garotas. — Talvez goste de rapazes. — Winky deu risada e voltou a comer. — Só não vai gostar dele, a fila é enorme e as outras garotas caem matando. — Ele só vai me mostrar o castelo, e além do mais Riddle me assusta, ele é muito sério. — Sempre foi assim, desde que comecei a estudar em Hogwarts foram poucas as vezes que o vi brincando ou rindo para alguém além dos professores e ele é o queridinho, não precisa fazer muito esforço para conquistar alguém. — Não estou procurando namorados Winky. — A ruiva suspirou derrotada. -- Eu só queria que o Abraxas me olhasse. — Quem é Abraxas? — Aquele que está sentado ao lado do Tom. — Davina olhou para o final da mesa e avistou um garoto pálido e loiro, sua pele parecia neve de tão branca, não havia um fio de seus cabelos fora do lugar. — Já foi falar com ele? — Está maluca? Katerin me mataria se soubesse. — Eles são namorados? — Quase, mas o Abraxas nunca a pediu em namoro. — Então você ainda tem uma chance. — A morena sorriu simpática, deixando a amiga esperançosa com talvez seu futuro namorado. O jantar pareceu que foi bem rápido para as meninas que voltaram ainda discutindo os motivos pelos quais Winky deveria investir no rapaz já que gostava dele. Tom estava no salão comunal da sonserina folheando um livro, apenas esperando o horário para poder começar sua ronda, ele adorava se gabar por seu título de monitor chefe, era uma honra poder servir a escola. — Senhor Riddle? — A voz feminina chamou sua atenção, o fazendo parar com a leitura e encarar a garota que estava em sua frente. — Pois não? — Qual o horário da monitoria? — Faltam cinco minutos, senhorita Wezen, pode aguardar aqui se quiser. — Você espera eu pegar minha capa? Estou com frio. — Fica a vontade — respondeu seco voltando toda atenção para sua leitura. Em poucos minutos, Davina desceu correndo as escadas novamente à procura do sonserino que já estava em pé, apenas a esperando para começar o “tour” pelo castelo. Os dois ficaram em um silêncio constrangedor ao menos para a garota, Riddle se divertia com o quanto ela estava se segurando para não puxar nenhum assunto, eles ficariam quase duas horas fazendo a patrulha, seria impossível não trocarem uma palavra sequer nesse tempo. — Você é de onde? — O rapaz suspirou, detestava perguntas pessoais, porque elas sempre chegavam à famosa pergunta “mas e seus pais?”, não havia nada mais vergonhoso para ele do que dizer em voz alta que era mestiço e que seu pai abandonou sua mãe durante a gravidez quando descobriu que ela era uma bruxa. — Londres. — Ah, legal. — Suspirou encarando os prêmios de quadribol que estavam expostos no corredor. — E você? — Tentou manter a conversa para tentar deixá-la confortável. — Eu sou de Londres também, mas só morei lá até os cinco anos. — Os seus pais são pesquisadores? — Sim e não, eles se autodenominam como historiadores, por isso nos mudamos tanto. Quando um trabalho termina em uma cidade, vamos para outra. — Você diz como se fosse r**m viajar por aí. — Debochou. — Não é r**m, é legal conhecer pessoas novas, costumes, culturas diferentes. Mas eu preciso de estabilidade agora, ainda mais porque estou nos meus últimos anos. — Entendo. — O que seus pais fazem? — Riddle suspirou, sabia que essa pergunta surgiria, só não esperava que fosse tão cedo. — Eu não os conheci — mentiu. — Minha mãe faleceu no parto e nunca soube do meu pai, mas dizem que ele morreu também. — Me desculpa, eu sinto muito. — Se ela ao menos soubesse que estava diante da pessoa que assassinou o próprio pai apenas para possuir poder. — Você não tem culpa, senhorita Wezen. — Já disse, pode me chamar de Davina. — Você não me chama de Tom. — Ergueu uma de suas sobrancelhas a encarando. — Porque você é muito sério. — Muito sério? — Fingiu surpresa. — Sim, você sabe que tem aparência de marrento e todo certinho, duvido que já tenha feito algo de errado em toda sua vida. — Eu não sou certinho, só não gosto de causar problemas. — Com certeza Murta Warren e toda a família Riddle poderiam desmentir essa frase. — Fala sério Tom, o que já fez de errado? — Quando eu era criança costumava perturbar as outras crianças do orfanato onde cresci. — Riu fraco — Não que eu me orgulhe disso. — Como era com as outras crianças? — Chato. — Suspirou — Dumbledore convenceu o diretor a me deixar ficar na escola durante as festas, mas nas férias de verão eu tenho que voltar para o orfanato. — O que vai fazer quando terminar os estudos? — A garota o encarou curiosa. — Eu quero ser professor aqui na escola. — Sério? — Sorriu. — Sim, tenho potencial. — Convencido você. Os alunos caminharam por todo o castelo durante duas horas, mas nada aconteceu nessa patrulha. Riddle assustava todos os estudantes de Hogwarts, com certeza você não gostaria de encontrá-lo depois do horário de recolhimento. (...) As semanas passavam correndo, mas o assunto que ninguém conseguia esquecer dentro da escola, era sobre as mortes dos estudantes nascidos trouxas que ocorreram durante o ano passado. — Do que estão falando? — Senhorita Wezen perguntou ao colega. — Impossível você não saber sobre as mortes que aconteceram ano passado — disse Neil. — Eu não estava em Londres. — A escola quase fechou, a aluna mais nova que foi atacada foi a Murta, ela só tinha quatorze anos. — O que atacou eles? — Ninguém sabe ao certo, os boatos dizem que o herdeiro de Salazar Slytherin abriu a câmara secreta e deixou a criatura atacar os alunos nascidos trouxas. — Mas descobriram quem fez isso? — perguntou assustada. — Claro que não, culparam Rúbeo Hagrid, um ex-aluno da grifinória, ele estava no terceiro ano. — Por que culparam ele? Tinham alguma prova? — Não, mas o Ministério da Magia estava ameaçando o Dippet, ele não fez uma pergunta sequer antes de expulsar o garoto e quebrar sua varinha. — Não acha que foi ele? — Nenhum pouco, Hagrid era grandão e dava medo em quem não o conhecia, mas ele não abriria a câmara secreta. — Suspeita de alguém que poderia ter cometido esses crimes? — Eu tenho minhas teorias, mas ninguém acreditaria nisso. — Suspirou encarando o livro em sua mão — Você vai nos assistir amanhã? — Vão jogar contra quem? — Lufa-lufa, esse jogo vai ser uma moleza — comemorou. — Eu posso ir assistir, mas não se acostuma. — Te vejo lá então. — O moreno levantou-se e saiu da biblioteca deixando a garota criando teorias sobre o que aconteceu com os alunos. (...)
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