Capítulo 3

1754 Words
A manhã estava fria dentro do castelo, os ventos que sopravam por todos os corredores davam indícios de que o inverno estava próximo. Mas esse frio não impediria os alunos de irem para as arquibancadas torcerem e gritaram por suas casas naquela fatídica manhã fria de quarta-feira, esse jogo seria o primeiro de muitos outros jogos que ainda aconteceriam naquele semestre. — Vai sonserina! — Neil gritava pelos corredores do castelo, o moreno faria sua primeira partida como capitão nessa manhã. — Vocês dois já não deviam estar no campo? — perguntou Davina. — Sim, mas viemos te buscar, vai nos assistir do melhor lugar das arquibancadas — Winky respondeu, a ruiva era co-capitã do time, mesmo parecendo uma garota frágil, ela podia ser super agressiva durante os jogos. — E qual seria esse lugar? — Gargalhou enquanto o amigo corria gritando pelo castelo, Neil era a definição perfeita de “adolescente chato”. — Próximo aos professores e monitores do castelo bobinha. — E como pretende me enfiar lá no meio sem que eu seja notada, Winky? — Confia na gente, poxa. — Sorriu maliciosa. O diretor Dippet estava empolgado, esse seria o primeiro jogo que aconteceria depois de tantas tragédias que aconteceram durante o ano passado, com certeza essa seria a grande virada na escola, fazendo com que toda aquela polêmica desse lugar a alegria. Todos vibravam em seus assentos, até mesmo os monitores mostravam o quão animados eles estavam. Quem olhasse de fora estranharia, na arquibancada mais barulhenta um único aluno não falava um “A” sequer. Quadribol não era o esporte favorito de Tom, ele só ia aos jogos por mera formalidade. Ao contrário do moreno que sequer gostaria de estar ali, seu amigo estava estufando o peito para gritar por sua casa, Abraxas Malfoy não pouparia esforços para se divertir na arquibancada dos monitores, não que ele fosse um, mas ser amigo de Tom Riddle tinha os seus benefícios. — Quem você acha que ganha hoje, Tom? E por que a sonserina? — perguntou dando risada se sentando. — Acha mesmo que eles conseguem vencer? Esse novo capitão é péssimo. — Seria uma vergonha perder para os lufanos. — Só se eles derem muita sorte. — Riddle sorriu malicioso e encarou o campo, ele adorava a imensidão que Hogwarts poderia ser, com certeza nenhuma das crianças que moravam com ele no orfanato jamais sonhariam em um lugar como esse. — Com licença, obrigado. — A voz confusa passava entre os alunos em busca de um assento para se acomodar e assistir ao seu primeiro jogo de quadribol. — Você viu a Katerin? — perguntou Abraxas olhando em volta, mesmo não assumindo ele gostava de ficar perto da garota. — Não — respondeu seco. — Pode guardar meu lugar? Vou procurar ela. — Não demore. — O loiro saiu em disparada nas arquibancadas em busca da sonserina. — Com licença, aqui está ocupado? — Davina finalmente conseguiu chegar aos assentos da frente e avistou um local vago. O rapaz virou sua cabeça lentamente, a morena sequer havia notado que quem estava sentado ali era Tom Riddle, talvez se soubesse ela desistiria de procurar um banco e fosse diretamente aos assentos comuns. — Senhorita Wezen! — Oi Tom, esse lugar está ocupado? — Não, pode sentar, se quiser. — A garota assentiu e sentou ao lado do moreno, esse jogo acabará de ficar interessante para o rapaz. Os dois ficaram encarando o campo em silêncio enquanto os jogos não começavam, por um momento Davina até pensou em sair das arquibancadas e voltar para o castelo, mas sabia que seus amigos ficariam chateados se o fizessem. — Vem amor, o jogo vai começar. — Abraxas caminhou puxando sua namorada para o local que pediu para Tom guardar enquanto não voltava — Tom! — O garoto reclamou, o amigo já sabia o motivo de sua expressão, mas não deixaria senhorita Wezen sair de seu lado. — Eu mesmo, o que foi? — Onde eu vou me sentar? Você disse que guardaria o meu lugar. — Ah, desculpe! Eu vou procurar outro lugar. — Davina inclinou-se para sair, mas Tom segurou sua mão a fazendo sentar novamente. — Não é necessário, creio que todos nós podemos dividir o banco, certo Malfoy? — Encarou o amigo que ostentava um sorriso malicioso nos lábios. — Claro. — Os sonserinos apertaram-se no banco, deixando Davina encostada em uma das colunas — Quem é sua amiga? — Essa é Davina Wezen, Davina esse é Abraxas Malfoy. — O loiro sorriu e esticou a mão para a garota que retribuiu o gesto. — É um prazer conhecê-la, senhorita Wezen. — Depositou um beijo simples em sua mão, o gesto assustou a garota, não é como se todos ainda fizessem isso, mas Abraxas queria irritar o colega. — Igualmente. — Sorriu tímida. — Ahrun. — A loira limpou a garganta tentando chamar a atenção do Malfoy galanteador que estava ao seu lado. — Ah, essa é Katerin Beauts. — Prazer, Davina Wezen. — Esticou a mão novamente, mas a loira apenas acenou com a cabeça voltando sua atenção ao campo. — Não se preocupe, Kat pode ser um pouco intrigante, mas não é nada com você — explicou Malfoy lhe mostrando um sorriso simpático para a garota, se Winky estivesse entre eles com certeza estaria surtando. — Sem problemas. — Atenção! Os jogos vão começar, preparem-se porque depois de hoje nossas vidas vão mudar — disse o garoto Fitzgerald empolgado, Edward estava animado, seria o primeiro jogo que poderia narrar. — É agora! — Todos gritaram em conjunto, as vibrações faziam o coração de qualquer um acelerar. — Quero só ver esses lufanos medíocres ganharem da nossa casa. — Katerin zombou com um olhar malicioso. — Quem você acha que vai ganhar, senhorita Wezen? — Tom quebrou o silêncio entre os dois. — Hum, eu não entendo nada de quadribol. — Sério? — Sorriu cínico. — Sim, meus pais viajavam muito, não é como se eles gostassem de praticar também. — Eu também não sou muito fã, mas entendo o jogo. Posso te explicar se quiser. — Por favor. — Riddle ajeitou-se em seu lugar e encarou os jogadores preparando-se ainda no solo. — No quadribol há sete jogadores em cada time: Um goleiro, um apanhador, dois batedores e três artilheiros. — Suspirou tentando lembrar da sua primeira aula de voo — Os artilheiros jogam a goles, uma bola vermelha, ela é a mais normal, tem algumas que são malucas. — Davina riu fraco. — Malucas? — Sim. — Certo, continue. — Eles precisam acertá-la em um daqueles três aros. — Apontou em direção ao campo — A cada vez que acertarem, o time recebe dez pontos. — Ah, então é fácil. — Não é tão fácil, porque tem os goleiros, eles tentam impedir que a goles entre pelos aros, eles ficam voando em volta deles. — E os outros jogadores, o que eles fazem? — Bom, os batedores jogam os balaços, que são duas bolas pretas, um pouco menores do que a goles. Eles ficam voando feito loucos pelo campo, tentando acertar e até machucar outros jogadores. — Agora não tem mais tanta graça. — O encarou séria. — Sim, e por último o mais importante, tem o apanhador que é o jogador que tem mais trabalho, ele tenta capturar o pomo-de-ouro, uma bola de ouro com asinhas de prata do tamanho de uma noz. — E por que ele precisa pegar essa bolinha? — O jogo só acaba quando um dos apanhadores captura o pomo. O time recebe cento e cinqüenta pontos, o que praticamente garante a vitória, mas é bem difícil conseguir capturar ele. — Certo, é uma confusão. — Riu fraco. — Um pouco, quem te trouxe aqui? — Como? — Davina sentiu seu corpo gelar, por um momento havia esquecido de que aquela arquibancada era somente para os monitores e professores da escola. — Você sabe o que estou falando. — A analisou sério — Não deveria estar aqui. — E por que me deixou ficar? — Suspirou tentando se acalmar, seus amigos já estavam no ar, mas ela ignorou totalmente, eles voavam tão rápido que m*l conseguia vê-los. — Eu gosto de conversar com você, mas se quiser posso te dedurar. — Ae! — Os alunos gritaram comemorando o primeiro gol da sonserina. — Meus amigos me deixaram ficar aqui. — Quem são seus amigos? — Vai tirar pontos deles? — Não. — Eu não acredito em você. — A garota já estava confortável com a situação, finalmente percebeu que ela não era a única que não deveria estar ali. — Por que? — O Abraxas e a Katerin deveriam estar aqui? — O encarou novamente, Tom riu fraco. Finalmente encontrou alguém a sua altura para enfrentá-lo. — Você me pegou, mas só desta vez. — Encarou seus olhos novamente, os dois ficaram em silêncio, até voltarem sua atenção ao campo. Neil e Winky pareciam desaparecer no ar de tão rápido que voavam, os lufanos estavam a todo vapor gritando pelo seu time. — Sonserina está com cinquenta pontos empatando com lufa-lufa! Será que alguém vai conseguir capturar o pomo-de-ouro a tempo? — Fitzgerald perguntou empolgado. — Qual a dúvida deles? Nós vamos ganhar esse jogo. — Abraxas zombou do garoto. Katerin riu e beijou o namorado ali na frente de todos. Davina encarou os próprios pés, estava totalmente desconfortável com a situação, ao contrário do moreno ao seu lado que segurava a risada olhando a expressão da garota. — Quer sair daqui? — Tom a olhou. — Meus amigos não vão gostar se eu for embora. — Aposto que eles não vão sequer reparar. (...) Após alguns minutos, Tom finalmente convenceu a garota a caminharem pelo castelo, o jogo estava quase ganho e Malfoy fez a experiência ser totalmente constrangedora para ambos. — Então, o Abraxas sempre fica agarrando as garotas na sua frente? — perguntou sem graça. — Na verdade não, Katerin só se sentiu intimidada por você. — Intimidada? — Sim, uma garota bonita perto do namorado dela. — Obrigado, mas Malfoy não faz o meu tipo. — E quem faz? — Mmm... não sei, mas ele não parece ser um cara legal. — Só precisa conhecê-lo melhor. — A garota suspirou. — Posso te fazer uma pergunta? — Claro. — Conhecia os alunos que foram assassinados? — Tom gelou com a pergunta, sequer passou por sua cabeça que a garota sabia algo sobre os acidentes da escola. ...
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD