Assim que os irmãos Green e Elliot chegaram em Madrid, os mesmos desceram do carro e entraram na empresa, onde Loise trabalhava. Ao entrarem, os irmãos e Elliot caminharam até a recepção.
— Em que posso ajudá-los? — perguntou a recepcionista.
— Eu queria falar com a Loise Hoffmann — respondeu Elliot.
— Você tem já horário marcado?
— Não, mas eu sou o irmão dela e eu preciso falar com a Loise!
— Eu vou precisar ver a sua identidade, por favor — pediu a mulher.
Elliot pegou a sua carteira e de lá retirou o seu documento, mostrando para a moça da recepção.
— Desculpe-me, mas não posso deixá-lo subir.
— Por que?
— Loise pediu-me para que eu não deixasse nenhum irmão dela subir.
— Filha da... — tudo bem — Elliot respirou fundo, tentando conter a irritação. — Obrigada.
Assim que Elliot e os Green se afastaram da recepcionista, eles começaram a planejar um plano para que Elliot conseguisse subir até o escritório de Loise.
Anna e Liam sentaram no banco na recepção, Elliot afastou-se lentamente em direção as escadas, enquanto Noam conversava com a recepcionista para distraí-la. Assim que Elliot estava próximo às escadas, Anna caiu no chão e fingiu passar m*l, chamando a atenção do segurança, que correu para socorrê-la. Assim que todos voltaram a sua atenção para Anna, Elliot rapidamente subiu as escadas, a procura da sua irmã.
P.O.V Irmãos Hoffmann.
Assim que Elliot conseguiu subir, o mesmo começou a caminhar pelos corredores, tentando achar o escritório de Louise.
— Que bom revê-la, Loise! — disse Elliot, encostado no batente da porta.
Louise o olhou assustada, surpresa e intrigada por ver Elliot em seu escritório.
— O que está fazendo aqui? — levantou-se.
— Eu posso perguntar o mesmo de você! O que está fazendo aqui, Louise?! — perguntou se afastando da porta e andando até a mesa de Louise.
— Esse é o meu trabalho! Como me encontrou?
— Francamente! Louise, você é patética! Uma vampira trabalhando? Que ridículo!
— Eu cansei de ficar fugindo da família, cansei de viver uma vida anormal. Eu quero viver normalmente, como uma pessoa normal!
— “Viver normalmente”? Sério? Pode até tentar trabalhar, se relacionar com alguém humano, viver uma mentira, mas nunca, jamais, você será normal! Todos os dias você vai acordar sendo quem é, e não a nada que possa fazer para mudar a sua realidade.
— Como me encontrou?
— Um amigo contou-me! — respondeu Elliot, observando ao redor do escritório.
— E o que quer aqui?
— Você tem notícias do Karl?
— Não tenho! E não o vi em lugar nenhum, então se manda!
— E a Abel?
— Por que quer saber Elliot?
— Preciso ajudar alguns amigos.
— Para?
— Eles querem encontrar os pais.
— Não, Elliot, eu não vi a Abel e muito menos o Karl. Ele deve estar matando por aí — voltou a se sentar. — Agora se me der licença, vou voltar ao trabalho, como uma pessoa normal!
— Você é muito patética.
— Bye, Bye Elliot.
Elliot revirou os olhos, aborrecido, retirando-se do escritório e voltando para a receção.
— E então? A encontrou? — perguntou Noam.
— Sim e infelizmente ela foi inútil — respondeu Elliot desapontado.
— Que d***a! E agora? — perguntou Anna desanimada.
— Talvez eu saiba de um lugar — disse Elliot pensativo.
— Então vamos para lá — falou Liam.
Assim que os Green e Elliot retiraram-se da empresa, os mesmos seguiram para o local onde Elliot havia dito. Assim que os mesmos chegaram, desceram do carro e pararam em frente a uma porta de madeira antiga. O local era uma pequena casa antiga, com paredes com a pintura desgastada pelo tempo, partes escurecidas pelo mofo, um portal de pedra esculpidas com rosto de leão e olhar de humano. A porta de madeira grossa com duas folhas de uns três metros de altura envelhecida. Elliot bateu na porta e aguardamos alguém atender. Alguns segundos depois, uma mulher asiática abriu a porta. A mulher aparentava ter uns vinte e quatro anos, seus olhos eram castanhos claros, da cor do mel, com cabelos castanhos escuro e lisos.
— Posso ajudar? — perguntou ela.
— Creio que sim — respondeu Elliot.
— Elliot — a moça sorriu animada ao vê-lo.
— Olá Naomi — sorriu Elliot, contente em vê-la.
— Senti a sua falta — sorriu o abraçando.
— E eu senti a sua — sorriu ele.
Anna os olhou limpando a garganta, tentando chamar a atenção de Elliot, para que o mesmo fosse direto ao assunto.
— Ah! Desculpem-me. Noami, estes são os Green, eles estão a procura dos pais e nós achamos que o Karl tem algo haver com o desaparecimento deles.
— Por favor, entrem — disse Naomi dando passagem.
Assim que entraram na casa, Naomi os direcionou para a sala, onde os mesmos sentaram-se no sofá, voltando a conversar.
— Que casa bonita — elogiou Anna, observando o local. — Você veio do Japão? — indagou.
— Obrigada, e sim, a minha família é toda de lá — respondeu Naomi.
— Isso é bem legal.
— Primeiramente, só para esclarecer uma dúvida minha. Você é alguma criatura que nós não sabemos que existimos ainda? — perguntou Noami.
— Eu sou uma Kitsune — respondeu ela.
— E isso seria o quê? — perguntou Liam.
— Kitsune é uma palavra japonesa para raposa. Nós somos seres inteligentes e com capacidades mágicas que aumentam com a nossa idade e sabedoria. Entre estes poderes mágicos, temos a habilidade de assumir a forma humana. Enquanto alguns falam que as kitsunes usam essa habilidade apenas para enganar as pessoas, outros as retratam como guardiãs fiéis, amigas, amantes e esposas. Além da habilidade de assumir a forma humana, nós possuímos os poderes de possessão, conseguindo gerar fogo das suas caudas e da sua boca, o poder de aparecer nos sonhos e o de criar ilusões.
— Nossa, acho que isso foi uma das coisas mais interessantes que eu já vi, seguido da Banchee — disse Noam impressionado.
— Então... você é a primeira ou a segunda da personalidade? — perguntou Anna.
— Eu sou a segunda. Podem acreditar, mas não podemos confiar em todas.
— Eu conheço bem a Naomi e posso confirmar que ela uma guardiã muito fiel e uma amiga maravilhosa — respondeu Elliot.
Naomi o olhou sorrindo, contente em ouvir Elliot a elogiando.
— Então, vamos falar sobre as Kitsunes ou vamos falar sobre o Karl? — perguntou Liam impaciente.
— Claro, voltando para o Karl — respondeu Noam.
— Eu não o vejo a um tempo, mas sei aonde podem encontrá-lo — disse Naomi.
— Finalmente, alguém que possa nos mostrar o caminho direto ao Karl — falou Noam aliviado.
— Eu vou dar-lhes... — interrompeu Noam.
— Já sabemos, você nos dará um endereço para irmos encontrá-lo.
— Isso — reponde Noami levantando-se e caminhando em direção a uma escrivaninha.
Assim que Noami anotou o endereço num papel, a mesma o pegou e entregou ao Elliot.
— Aí está o endereço, tomem cuidado.
— Obrigada Naomi, tome cuidado com o Karl também — agradeceu Elliot levantando-se do sofá.
— Nós também agradecemos pelo endereço — sorriu Liam.
Assim que os Green e o Elliot despediram-se da Noami, os mesmos retiraram´se da casa da mesma e entraram no carro.
— E então, nós vamos hoje? — perguntou Anna.
— Já está tarde, é melhor voltarmos para casa e irmos amanhã de manhã — respondeu Elliot no volante.
P.O.V Karl.
Estava sentado no sofá da minha casa, quando ouvi o meu celular tocar, o peguei e o atendi.
— Diga — falei.
— Adivinha quem está procurando por você? — disse Abel.
— Os Green? — perguntei.
— Exato, mas Elliot está com eles — responde.
— E como sabe?
— Eu os vi em Madrid conversando com a raposinha e pude ouvi-los.
— Como são idiotas. Se eles pensam que vão encontrar-me, eles estão muito enganados!
— Então é melhor se apressar para sair de onde você está, porque a Naomi já lhes deu o endereço da sua residência.
— Maldita Naomi! Vou dar-lhes um pouco de sustos.
— Enfim, já lhe dei o recado, agora é hora de eu ir.
— Obrigada, irmã!
— Agora dê-me a parte do trato.
— Logo mais você terá.
Assim que saí da chamada com a Abel, liguei para uma amiga.
— Karl? — atendeu Kate.
— Olá Kate, preciso que faça algo para mim. Algo que deixe alguns dos irmãos Green assustados.