Capítulo Sete: Garotas Risonhas

1901 Words
Assim que me sento com meus pais, eles começam a perguntar sobre o lanche que fui pegar. Acabo dizendo a eles que tive que esperar na fila do banheiro e esqueci. O que me levou aonde estou agora, em pé na fila interminável do quiosque de comida. Abraço a mim mesma, tentando espantar o frio. Moramos na Califórnia, mas é outono. À noite, fica um pouco frio, especialmente se você está apenas de shorts jeans e uma camiseta roxa. A fila está se movendo mais devagar do que nunca e eu estava lamentando as mentiras que contei aos meus pais. "Ei, Millie." Alguém chama ao meu lado. Viro a cabeça a tempo de ver Oliver caminhando em minha direção com um sorriso radiante no rosto. Ah, pelo amor de Deus, ele ficou mais bonito? Em questão de horas? Injusto, totalmente injusto. "Oi, Oliver." Murmuro quando ele chega perto de mim. "Ei, fico feliz por ter te encontrado. Tem tanta gente aqui que eu estava com medo de não te encontrar." Ele diz. Me encontrar? "Você estava me procurando?" Pergunto a ele. Oliver me da um sorriso tímido. "Talvez estivesse." Ele diz. "Deixa que eu te compro algo. Sabe, já que não te dei um presente de aniversário." Ele diz. "Isso não é necessário, Oliver, mas obrigada." Digo, esperando que ele vá embora. Há vários estudantes ao nosso redor agora, olhando para a interação. Um cara bonito falando com a excluída da escola? Tenho certeza de que a notícia vai se espalhar até alguém me provocar por causa disso. Eu só queria passar despercebida este ano. "Ah, vamos lá. Me deixa comprar um moletom da escola, você parece estar com frio." Ele me diz. Levanto os olhos para ele. "Não estou com frio, mas obrigada mesmo assim." Afirmo e então o vento sopra e eu tremo. Felizmente, era a minha vez na fila. Faço meu pedido ao aluno que está trabalhando atrás do balcão. Ele me falou o total, mas antes que eu possa lhe entregar o dinheiro, Oliver se inclina sobre mim e dá a ele um cartão. Viro a cabeça e o encaro com raiva. "Ótimo, mais um garoto do ensino médio que não sabe o que significa 'não'." Eu digo. Oliver ri baixinho atrás de mim. Ri malditamente. Como se isso fosse uma piada. Quer dizer, era, mas era para ser sarcástica e me afastar. Não fazer aquele riso profundo e sexy sair dele. Pego meus lanches e bebidas no balcão e volto para o meu lugar junto com meus pais. Felizmente, Oliver não parece estar me seguindo. Sinto um pouco de culpa por não tê-lo agradecido, mas recusei a oferta dele várias vezes, então realmente é culpa dele. Algum minutos depois, eu estava na metade do meu cachorro-quente quando alguém se senta ao meu lado no banco. Não me dei ao trabalho de olhar para ver quem era. Tenho certeza de que é apenas mais alguém procurando um lugar para sentar. Então, quando um moletom escolar roxo escuro caiu no meu colo, fico surpresa. Olho para cima e vejo Oliver sentado ao meu lado com um sorriso brilhante. "Você fugiu antes que eu pudesse pegar o seu tamanho, então espero ter acertado." Ele diz. Eu o encaro. "Eu disse para você não comprar isso." Eu digo. "Oh querida, quem é esse?" Mamãe pergunta ao meu lado. "Este é um dos muitos adolescentes hormonais que não entendem que não significa não." Eu digo, ainda encarando Oliver. Oliver, que parece se divertir com meu comentário, estende a mão para minha mãe, que aposto que ficou horrorizada. "Eu sou o Oliver, sou novo aqui. Conheci a Millie mais cedo hoje. Ela me ajudou com alguns livros. Descobri que era o aniversário dela e comprei um moletom para ela, mesmo depois de ela me dizer para não fazer isso." Ele diz. "Bom!" Mamãe diz. "Eu estava começando a ficar irritada com os dentes dela batendo." Ela diz. Viro meus olhos para minha mãe. "Mamãe!" Reclamo. "Shh, agradeça e coloque o moletom, querida, você sabe que está congelando." Ela diz e depois volta para o jogo. Viro e estreito os olhos para Oliver. "Segure meu cachorro-quente." Eu ordeno enquanto empurro minha comida para ele. Oliver aceita de bom grado e eu coloco o moletom. Então pego meu cachorro-quente de volta. Dou uma mordida com raiva e tento ignorar Oliver. "Acredito que sua mãe também disse para agradecer." Ele sussurra no meu ouvido. "Se eu fizer isso, você vai embora?" Pergunto, virando a cabeça para encará-lo. "Vou. Mas apenas porque tenho que ir. Deixei alguns amigos esperando." Ele me diz. "Tudo bem." Eu digo com um sorriso forçado. "Obrigada pelo moletom que eu não pedi." Eu digo em um tom extra doce. Oliver ri e então se levanta. "Foi um prazer conhecer vocês." Ele diz aos meus pais, que sorriam de volta para ele. Então os olhos castanhos de Oliver viram para mim. "Nos veremos por aí, Millie." Ele diz e depois vai embora. Como alguém tão estranho pode me fazer sentir tão bem por dentro? "Que garoto doce." Mamãe diz. "Parece muito com o pai dele." Papai diz. Viro a cabeça para papai. "O quê?" Pergunto. Papai dá de ombros. "Eu ainda não conheci os filhos dos meus amigos que acabaram de se mudar para a cidade, mas se eu tivesse que adivinhar, aquele pertenceria ao Marcus Harrison. Ele foi meu colega de quarto no alojamento." Papai diz e orgulhosamente. "Por que você não disse nada?" Pergunto a ele. "Porque, minha querida filha, eu pude perceber que você queria que ele fosse embora." Papai diz  com um sorriso orgulhoso. Reviro os olhos. "Obrigada." Resmungo. O resto do jogo passou rápido. Felizmente, Oliver não voltou para me incomodar. Tentei manter o foco no meu irmão, que está se saindo muito bem, mas meus olhos vagavam para o banco. Fiquei surpresa ao perceber que aquele cara, Atlas, olhava para mim algumas vezes. Sempre que eu o pegava me encarando, ele me mandava um sorriso deslumbrante ou piscava para mim. Eu o encarava de volta. O que há com esses caras novos? Quando o jogo acabou, mamãe, papai e eu esperamos no estacionamento pelo Caleb. Ele saiu com vários dos outros caras que estavam todos batendo nas costas dele. Afinal, o Caleb ganhou o jogo para eles, eles deveriam agradecê-lo. Dou  um sorriso orgulhoso para o meu irmão assim que ele nos vê. "Ahhhh. A irmã mais velha que eu odeio." Ele cumprimenta e depois bagunça meu cabelo. Reviro os olhos e afasto a mão dele. "Cala a boca", eu digo. "Onde você quer ir para comemorar, filho?" Papai pergunta. "Não deveria ser decisão da aniversariante?" Caleb pergunta. "Oh, então é seu aniversário?" Veio uma voz familiar de trás de nós. Que p***a é essa com esses garotos? Olhei além do Caleb para ver o tal Atlas nos encarando. Caleb revira os olhos, mas não dá atenção ao cara. Papai e mamãe abrem um sorriso para ele. "É o aniversário dela", mamãe comenta. Oh, meu Deus. "Atlas! Vamos!" Alguém o chama pelo estacionamento. Atlas vira a cabeça antes de se voltar para mim. "Feliz aniversário, fofa", ele diz e então pisca para mim antes de ir embora. "Oh, ele era bonito", diz mamãe. Fico de boca aberta. Não apenas esse estranho se sentiu corajoso o suficiente para me chamar de fofa na frente dos meus pais, mas mamãe o elogiou depois que ele saiu. Balanço a cabeça. "Estamos em um universo paralelo?" pergunto a Caleb. "Parece que sim", murmura ele enquanto joga sua mochila no carro antes de entrar. Todos nós entramos no carro e papai o ligou. "Eu quero pizza", declaro. Caleb sorri. "Pizza é uma ótima ideia!" concorda. 20 minutos depois, estamos na pizzaria local, desfrutando de uma pizza estilo havaiana. Caleb e eu temos a sorte de ter exatamente o mesmo gosto para comida. Mamãe e papai se contentaram com uma simples de pepperoni. Sem graça. "Foi a melhor decisão", digo com a boca cheia. "Tão bom", concorda Caleb. Nesse momento, o sino tocou, avisando a todos que alguém tinha entrado. Viro meu olhar para a porta e vejo todo o grupo de líderes de torcida junto com alguns jogadores de futebol americano entrarem. Eles ocupam quase quatro mesas no canto de trás. James senta e depois puxa a Vanessa para o colo. É tão difícil acompanhar com quem ele está ultimamente. Não que eu realmente me importe, hoje foi apenas um dia agitado. Milinda também está aqui. Observo enquanto ela olha furiosamente para as costas da Vanessa enquanto ela se senta no colo do Josh. Revirando os olhos, decido ignorá-los. Isso é, até a voz irritante do Josh chamar. "Oi, Holmebrooke! Por que você não se junta a nós? Afinal, você nos ganhou o jogo. Deixe-nos te comprar mais comida", ele diz. Caleb estava mastigando quando Josh perguntou. Ele olhou para mim como se estivesse perguntando se estava tudo bem. Eu lhe dou um sorriso encorajador. Caleb pode fazer o que quiser, ele é grandinho. "Vai lá, querido, não nos importamos e tenho certeza de que sua irmã também não se importa", diz minha mãe. "De jeito nenhum", concordo com nossa mãe. Caleb sorri para nós. Ele beija a cabeça minha e da mãe e depois nos agradece. Papai suspira enquanto observa Caleb ir embora. Eu olho para meu pai. "Por que você está suspirando?", pergunto a ele. Papai me olha com um bico falso. "Eu não ganhei um beijo na cabeça", ele diz, fazendo-me explodir em risadas. "Querida, por que você não vai se juntar a eles também? Eu sei que pode ser estranho com o James, mas a Vanessa é sua melhor amiga", sugere minha mãe. Eu balanço a cabeça. "Não, obrigada", eu digo. Então ouvimos um grito alto de risada. "Jamesssss, paaara", Vanessa fala arrastado. Reviro os olhos e os ignoro. Um pouco depois, finalmente estou no meu quarto. Acabo de finalizar minha lição de casa para o fim de semana. Mas meus pensamentos estavam completamente consumidos pelos eventos de hoje. É apenas a segunda semana de aula. Até agora, consegui sofrer muito menos bullying do que no ano passado, isso foi algo bom. Depois tive que passar por aquela conversa estranha com Milinda. James 'pediu desculpas', o que ainda me deixa brava. Que i****a arrogante. Falando em idiotas arrogantes... Atlas e Oliver. Eles são arrogantes? Bem, parecem ser. Mas são idiotas? Isso, sinceramente, não tenho certeza. Oliver foi gentil o suficiente para me ajudar com minha lição de casa, mesmo que eu tenha recusado. Ele também comprou um moletom para mim só porque eu estava com frio, mas também recusei. E Atlas. Ele riu quando o chamei de "macarrão" e depois me defendeu de James. Não apenas isso, ele deu apoio para Caleb jogar. Talvez eles sejam caras legais. Balanço a cabeça. De qualquer forma, não importa. Assim que chegarem à escola na segunda-feira, ouvirão todos os rumores sobre mim e não vão querer ser meus amigos. É por isso que os tratei com indiferença. Eu realmente não quero criar expectativas apenas para ser decepcionada novamente. O último amigo que tive dormiu com meu namorado pelas minhas costas e depois destruiu minha vida. Acho normal que eu não esteja pronta para confiar em ninguém novamente. Mas, se eles ouvirem os rumores e ainda quiserem ser meus amigos, darei uma chance a eles, mas apenas como amigos, nada mais.
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