O domingo já tava correndo tranquilo quando o portão rangeu anunciando visita. Hariel ouviu a voz escandalosa da tia Paloma antes mesmo de vê-la, o que não era surpresa nenhuma.
— Chegamos, família! Trouxe feijoada e confusão, como sempre! — gritou do portão.
Hariel riu sozinho enquanto colocava os pratos na mesa. Crescer no meio daquela galera significava se acostumar com esse tipo de entrada triunfal.
— Hariel! Meu sobrinho mineirinho preferido! — Paloma atravessou a sala como um furacão e o agarrou num abraço de urso. — Olha como tá forte! E esse cabelinho bagunçado? Tá querendo fazer cosplay de boêmio, é?
— Oi, tia. — Ele riu. — Isso tudo é saudade ou é encenação mesmo?
— É saudade cenográfica. — ela piscou. — Onde tá a comida?
Logo atrás dela, vieram Lívia, sóbria, com um jeito
