Hariel estava sentado na escrivaninha do quarto, os fones de ouvido no volume máximo, uma playlist de lo-fi rodando sem parar há quase duas horas. As janelas estavam abertas e o laptop estava cheio de abas abertas: textos acadêmicos, PDFs, anotações de aula e uns vídeos de referência sobre teoria da comunicação. Era assim que ele tinha decidido passar os dias agora: ocupado. Se a cabeça ficava cheia de conceitos, prazos e leitura crítica, não sobrava espaço pra Liz. Ou pelo menos era o que ele queria acreditar. Ele passou os olhos pela tela, o olhar meio desfocado de quem já estava ali tempo demais, mas forçou-se a continuar. Copiou um trecho de um artigo sobre semiótica e colou no Word, preparando o trabalho que tinha que entregar na próxima semana. No canto da tela, o grupo da faculd

