A noite carioca estava quente, abafada, como se nem o vento do morro tivesse coragem de cortar o calor. Liz e Hariel caminharam juntos de volta para casa, a rua iluminada pelas janelas e pelas luzes tortas dos postes. A cada passo, o corpo dela pulsava com a lembrança dos beijos, do toque debaixo da mesa do bar, das confissões trocadas sem mais muralhas. Quando entraram no portão do sobrado, a casa parecia silenciosa, só o barulho distante da TV vinda do quarto da mãe, um latido ao longe, e os sons da noite atravessando a janela aberta da sala. Alice provavelmente já dormia, Treva também. Malu deveria estar enrolada com as novelas gravadas e nem reparou quando os dois chegaram juntos. Subiram as escadas de mansinho, rindo baixinho de nada e de tudo. No corredor, pararam de frente para as

