A luz entrava pelas frestas da janela do quarto com força, anunciando sem pudor que o feriado tinha acabado e a cidade estava de volta ao seu ritmo habitual. Os sons do Complexo da Penha voltavam a preencher os ouvidos: motos passando na rua, um carro com o funk ligado alto demais, um cachorro latindo em algum quintal próximo. E, no fundo, o cheiro de café sendo passado na cozinha. Liz estava deitada de bruços, ainda de pijama, com os cabelos bagunçados e o rosto meio enfiado no travesseiro. Hariel estava ao lado, de barriga pra cima, segurando o celular, mas com a tela travada fazia minutos. — Que horas são? — Liz perguntou com a voz arrastada, sem mexer o rosto do travesseiro. — Oito e pouco. — Gente... nem parece que ontem a gente tava tomando café no hotel. Hariel se virou de la

