O feijão tropeiro ainda pesava no estômago e o calor da tarde deixava tudo mais lento. A família estava espalhada pelas sombras do quintal: Treva cochilando na cadeira de balanço, Aurora deitada com um pano sobre o rosto, Paloma e Lívia esticadas em cangas no gramado, e Alice tentando convencer Flora a jogar Uno. Liz sentia a pele grudenta de protetor solar e o biquíni ainda úmido sob a roupa, mas o que incomodava mesmo era o olhar do Hariel. Desde o jogo no riacho, ele não tirava os olhos dela. E depois do almoço, quando ele passou por trás dela e sussurrou no ouvido um "me encontra lá em cinco minutos", ela soube que não tinha escapatória. Terminou de tomar o suco de caju, deixou o copo na pia e saiu pela lateral da casa, como quem só foi buscar sombra. Desceu a trilha do mato devagar,

