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- Eu sempre achei que Lester era pouco demais para ser filho de Lúcifer. Além do mais... ele nem é tão poderoso assim. - dizia Robert à Jéssica.
Jéssica acariciava sua barriga quando sentiu uma forte dor de cabeça. Ela pôs a cabeça entre as mãos no momento da dor, mas logo em seguida pôs as mãos em sua barriga que se mexia agitada. Ela olhou para seu marido e sorriu um pouco triste.
- Falta pouco para nascer, Robert. E temo muito a vida de nosso filho no meio desta guerra.
A lareira que estava acessa na sala de música onde estavam fez um estalo franco, soltando várias faíscas inofensivas. Robert podia não ser um guardião mas ele tinha um poder que poucos conheciam de perto. O poder de prever acontecimentos. Ele olhou sua amada em seus olhos e viu uma imensa tristeza ali. Ele tocou a barriga e a mesma ficou mais calma. Ele sorriu para a vida que estava segurando, mas temia também pelo mesmo motivo.
- A guerra se iniciará com o nascimento desta criança. - disse ele sem perceber. Jess ficou pálida. - Todo fim se inicia com o começo de uma nova vida.
Ela o olhava sem entender suas palavras, mas podia ver seus olhos sem cor, sem esperanças.
- Achei que o cabelo da sua irmã nos traria a data do apocalipse.
- Pelo visto não é a única coisa que nos indica isso.
Jess olhou sua barriga, preocupada.
- Eu não quero que meu filho faça parte da guerra.
- Ele não fará. - disse lhe dando um breve beijo na testa. - Ele não fará.
Mary estava deitada em sua cama olhando um teto sem graça. Matt tinha saído para caçar com Ethan e ainda não tinham voltado. Ela não sentia fome. Seus olhos se fecharam querendo dormir, mas ao invés de um sono merecido, sua noite foi preenchida pelos mais terríveis pesadelos.
Era a guerra. Se via sangue e cadáveres por toda parte. Theon estava parado no alto de uma grande pilha de corpos e ria de sua própria desgraça. Um homem de face escura, escondida estava ao seu lado, segurando seu ombro direito. Esse homem sorria esbeltamente. Ao redor dos dois uma grande névoa n***a começou a se espalhar e o chão ficava cada vez mais vermelho. Mary olhou para seus pés e viu Ethan cortado ao meio com Victória sorrindo ajoelhada e completamente insana, coberta do sangue de seu amado. Seus cabelos negros pareciam como chamas negras esvoaçantes, seus olhos eram de um vermelho quase demoníaco, como se realmente estivesse possessa. Mary olhou aquilo tudo, sem conseguir esboçar muitos reações, estando em completo choque. Victória avançou seu olhar para ela e se levantou, parecendo querer tocá-la.
Um grande portal se abriu à sua frente e Vicky se direcionou para ele, ignorando totalmente sua existência, como se na verdade, não a pudesse ver. Antes de entrar, ela olhou para Mary novamente, agora parecendo poder vê-la, mas não era mais Victória.
Era uma mulher de pele morena e vestes brancas surradas. A mulher lhe lançou um sorriso encorajador e lhe estendeu a mão.
- A guerra só terá fim com seu devido sacrifício.
Mary acordou apenas abrindo seus singelos olhos, olhando ao redor notou que Vicky estava ao seu lado, segurando sua mão e a encarando friamente. Mary se soltou e a olhou um pouco confusa.
- O que foi isso? - Vicky se levantou do chão onde estava ajoelhada e se sentou na cama ao lado de Mary.
- Eu te mostrei o sonho que tive noite passada. Robert disse que temos um prazo para nos preparar para a guerra e que esse prazo está chegando ao fim. - Mary continuava confusa mas começava a entender as palavras de sua amiga bruxa. - Quando o bebê de Jess nascer, a guerra começará.
- Achei que era o seu cabelo que indicaria o início.
- Isso também, mas meu cabelo não muda de cor progressivamente como um bebê que está prestes a nascer, nosso prazo está mais definido do que nunca. E ele é curto.
Mary tentou pensar em algo para ajudá-los a se fortalecer, mas tudo o que conseguiu pensar foi em Sharon.
- Sharon é um Deus antigo que protege os oito universos. - começou ela, Vicky concordou com a cabeça. - Ele nos criou com o intuito de manter a paz e o equilíbrio. Theon nos disse para procurar ele. Devemos fazer isso.
Victória concordava com a ideia de Mary, mas como elas encontrariam um Deus quando uma guerra está prestes a eclodir? Ethan e Matt que chegavam de sua caça ouviram uma parte da conversa. Ethan beijou Mary no rosto e em Vicky lançou um beijo apaixonado nos lábios. Ele sorriu.
- Por que não chamam a Gabrielle?
Victória se mexeu um pouco insegura. Mary a olhou, esperançosa.
- Até que não é má ideia. - disse Dean aparecendo de repente no alto da escada do porão. - Ela é ótima em ajudar bruxos a achar seus caminhos, fadas são assim.
Victória se levantou e decidiu que esta era a melhor possibilidade acima de tudo. Nada mais fazia sentido exceto aquilo. Gabrielle poderia de fato guiá-los para um caminho melhor. Dean pediu que ele fizesse a conjuração através de meditação e todos concordaram com ele. Naquele dia mais tarde todos se reuniram na sala de música e esperaram Dean voltar de sua busca astral. Vinte longos minutos passaram quando o pequeno abriu seus olhos. Gabrielle não apareceu como da última vez, ela usava o corpo de Dean como uma ponte. Dean falou mas a voz era a de Gabrielle.
- Sharon é um Deus místico que governa todos os oito universos que possuem carne e vida. Ele possui poderes jamais vistos. Mas sua longa estadia em nosso mundo começou a se desgastar e ele decidiu se refugiar, deixando pequenos presentes para que os viventes pudessem se proteger contra ataques demoníacos. Todo o seu conhecimento ele foi passado para a família Green em um livro. O Sagrado. Nele, o feiticeiro escolhido poderia criar novas coisas, poções e feitiços. Mas não poderia cair em mãos erradas. Ele então criou a Ordem, o clã que foi feito para proteger o livro de qualquer ameaça. Ele então escolheu seus sucessores e nos deixou no completo vazio. Uma grande guerra estaria para acontecer novamente. Uma guerra que poderia acabar com a existência humana, mas nada comoveu Sharon, que estava entristecido com o que havia se tornado o que um dia havia sido seu paraíso. Alguns lugares ele ainda visitava, de tempos em tempos, mas por muitos séculos vivemos em um completo silêncio.
Até agora.
Dean parou e encarou o vazio por um longo tempo. Ele olhou para Mary e logo depois para Ethan.
- Os defeitos devem ser consertados. Todas as falhas devem ser reparadas. O ciclo tem que ser completo, tem que ser perfeito se querem realmente vencer essa guerra. Os guardiões devem se unir e usar todo o conhecimento que lhes foi deixado por ele. Agora que o grande Deus se foi... - ele deu uma pausa para respirar fundo. - Agora que Sharon se foi deste mundo vocês vão precisar de toda a força necessária. Destruam o livro. - ele sibilava e olhava ardentemente para Victória, como se ela mesma fosse a inimiga.
- E como seremos fortes se vamos destruir a fonte de nossos poderes? - perguntou Ethan.
- Vocês não entendem? A guerra começou por que existe uma brecha aberta. Sharon está morto temporariamente e demorará vinte anos para voltar. Até lá os guardiões deveriam estabelecer o equilíbrio do mundo, mas como sua ultima visita foi fraca, uma brecha se abriu com a sua partida. Todo o poder que vocês possuem pode ser tomado de vocês agora. Lúcifer está atrás deste poder. O poder de vocês.
Dean fechou os olhos e seu corpo balançou para frente onde acabou caindo. Matt que estava mais próximo do menino o segurou. Mary se levantou.
- Espere. - disse Robert. - Ele disse vinte anos? Ele só volta em vinte anos?!
- Ótimo! O cara que procuramos está "morto" por vinte anos e uma guerra está à semanas de começar. Estamos com sorte!
- Isso não faz sentido algum e nem nos ajuda em nada. - resmungou Matt.- Como vamos conseguir qualquer coisa com esse tipo de informação?
- Eu achei que na lenda ele nunca havia ido embora, mas nascia e ressuscitava novamente, o que demorava alguns anos. - Ethan estava confuso, como todos ali.
- Isso é verdade, então quer dizer que fomos abandonados e ele não ressuscitará, mas voltará de seu refúgio, ou seja lá o que for. - Victória estava vermelha e seu olhar era o de uma mulher inconformada.
- Seja como for, - começou Jess. - nós ainda precisamos nos manter focados. Não mais ninguém mesmo que possamos pedir ajuda? Já se esgotaram nossas opções?
- Eu creio que sim. - disse Robert por fim.
- Na verdade, eu acho que conheço alguém. - Mary que estava pensativa se levantou, mas seu rosto não era como se fosse uma escolha fácil. - Talvez ele possa nos ajudar.
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