Rafael resmungou baixinho, frustrado com a insistência do avô. Aquela dor latejante na cabeça tornava cada som mais insuportável, e ele não tinha forças para lidar com o autoritarismo de Getúlio naquele momento. Ele finalmente cedeu, decidindo que era melhor enfrentar logo a situação. Inspirou fundo, sentindo o peso de Belle ainda ao seu lado, e abriu os olhos. Ou, pelo menos, ele achou que havia aberto. Tudo o que encontrou foi escuridão, uma escuridão absoluta. Nenhuma luz, nenhum borrão, nada que sugerisse que seus olhos estavam funcionando. Rafael franziu a testa, confuso. "Será que ainda estou desacordado?", pensou por um instante, sentindo uma angústia crescente. Ele tentou piscar, talvez fosse só uma questão de ajustar o foco, mas a escuridão continuava, inabalável. O pânico com

