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Depois de uma semana cheia de experiências novas e muito aprendizado na faculdade.
FINALMENTE ERA SABADO!!!!!
Me levantei um pouco mais tarde e o que umas horinhas fazem. Acordei de bom humor. Tomei um banho coloquei uma jardineira jeans preta e por baixo um cropped de mangas compridas brancos com algumas finas listras pretas. Calcei uma havaiana mesmo branca com tirinhas pratas. Dessa vez na maquiagem nem fiz delineado. Como minhas orelhas não estavam tão visíveis apenas passei um lip tint nas bochechas para deixar um pouco rosadas e nos lábios para deixarem um pouco mais vermelhos. Penteei o cabelo deixando os lisos e desci. Minha vó já me esperava com um belo café da manhã. Eu admirava o fato da minha vó gostar tanto de cozinhar. E ela era relamente boa nisso.
Maria: _ Vai sair querida?
Termino de mastigar a torrada e limpo minha boca.
Clara: _ Sim, prometi a Luara que iria vê-la no final de semana.
Maria: _ Aquela menininha é incrível.
Clara: _ Nem fala, se eu pudesse adotaria ela pra morar conosco, assim como meus pais queriam.
Maria: _ Eu também desejava isso. Mas infelizmente eu sou velha demais e você nova demais pra isso.
Concordo tristemente. Me levanto, dou um beijo na minha vó e vou caminhando até o orfanato.
Chegando lá vi que estava tudo uma grande loucura. Vi Luara e umas garotas conversando alegrementes, chego perto delas, quando Luara me viu saiu correndo para me abraçar. Me permiti disfrutar do abraço do meu serumaninho preferido.
_ Tia Clara!!!!
As outras também correm até mim e me abraçam. Eu quase caio, mas sorrio sinceramente para elas. Elas me contam o quão animadas estão por que finalmente a piscina tinha sido concluída. As obras da piscina haviam parados a muito tempo mas nessa semana voltou com muita intensidade e terminaram rapidinho, hoje a piscina seria inaugurada e as crianças não podiam estar mais felizes.
Clara: _ Então a piscina foi doação?
Amélia: _ Sim, tia Clara. O moço doou os matérias e as pessoas para trabalharem e disse que fosse pronta o quanto antes para a gente aproveitar o verão.
Sorrio feliz.
Clara: _ Isso é incrível. Ele parece ser uma boa pessoa. Lembre-se quando ele vier de agradecer a ele, crianças.
_ Não precisa.
Ouço uma voz conhecida. Mas preciso me virar para ter certeza. Me viro e lá está aqueles olhos verdes e o cabelo oxigenado.
Crianças: _ TIO NICHOLAS!!!
Elas saem correndo e pulam nele. COMO ASSIM?
Nicholas: _ Oi criançada! Estão animadas com a piscina?
Crianças: _ SIIIIM!
Clara: _ Espera. VOCÊ doou a piscina?
Nicholas: _ O termino dela no caso.
Fiquei sem palavras surpreendidas. Ok por essa não esperava, o que ele está tramando?
Nicholas: _ Fiz isso para me redimir pelos meus erros.
Ele olha para Lissa e pisca. Ela sorri amigavelmente pra ele. Forço um sorriso para as crianças.
Clara: _ Então o que vão falar para o TIO Nicholas?
A palavra tio sai engasgada da minha garganta.
Crianças: _ Obrigada, tio Nicholas!
Nicholas: _ Nem precisam me agradecer. Vai lá curtir. A piscina já está disponível
Crianças: _ Eeeeeeehhh!
Clara: _ Cuidado em! Os maiores de olho nos menores! Qualquer coisa chamem algum funcionário.
As crianças correm para a piscina. Só quem resta e Luara e Lissa. Lissa vai até Nicholas que a pega no colo e ela deixa um beijo estalado em sua bochecha. Ele a desce e Luara sorri pra ele e as duas saem de mãos dadas correndo.
Nicholas: _ Tchau Lissinha, tchau Luzinha.
Clara: _ Tchau Lissinha, Tchau Luzinha.
Debocho quando as meninas saem e Nicholas cai na gargalhada.
Nicholas: _ Isso é ciúmes, Clara?
Clara: _ Ciúmes? Faça me o favor. Eu conheço a Lu a muito mais tempo que você. Ela gosta muito mais de mim.
Nicholas ri de novo.
Nicholas: _ Você parece uma criança falando assim.
Rio um pouco.
Clara: _ Ok. Acho que relamente estou sendo um pouco infantil. Legal da sua parte ajudar com o assunto da piscina. Acho que não ia ficar pronta tão cedo.
Nicholas: _ Queria fazer algo. Quer ver a piscina.
Dou de ombros.
Clara: _ É, vamos ver se você consegue fazer alguma coisa boa.
Ele sorrir seguindo até a piscina e eu sigo ele. Chegando lá não posso evitar abrir um grande sorriso. As crianças estavam pulando, nadando, rindo e gritando. Todos tão alegres.
Narração Nicholas
Fui com a Clara vê as crianças na piscina, e ela abriu um lindo sorriso as observando. Se a conhecesse assim nunca imaginaria que era aquela garota barraqueira e esquentada. Agora ela está tão calma e feliz. Parece que ela relamente gosta dessas crianças.
Clara: _ Elas estão tão felizes.
Nicholas: _ Estão sim. Acho que vão querer nadar todo o dia.
Clara: _ Acredito que tenha razão nisso. Bom acho que vou pra casa.
Nicholas: _ Eu daqui a pouco também vou ir. Ainda preciso vê algumas coisas aqui.
Clara: _ Ok, hoje fiz uma trégua pepa piscina, mas não somos amigos.
Rio.
Nicholas: _ Longe de mim achar uma coisa dessas.
Clara sorri e sai. Eu fico um pouco mais ali e depois também vou para casa. Chego em casa e não encontro nenhum empregado. Acho aquilo tudo muito estranho. Procuro pelos meus pais e então quando chego na porta do quarto dos meus pais vejo minha mãe ajoelhada na cama chorando abraçada ao porta retrato.
Saio rapidamente dali e vou ao meu quarto. Passo a mão pelo cabelo. Não acredito que esqueci do dia de hoje.
A culpa começa a me corroer. Olho para a prateleira de cima dos meus jogos e vejo um porta retrato com uma foto minha e de Gabe. Meus olhos começam a arder e um sentimento amargo e sufocante começa a se manifestar em mim.
Hoje faz 3 anos que matei meu irmão. A culpa vem toda a minha mente e o recordo daquele dia também.
Meus pais haviam saído. E eu como irmão mais velho cuidaria de Gabe. Eu tinha 17 anos e Gabe 8. Havia uma competição entre caminhões monstros e eu queria ir com meus amigos. Perguntei ao Gabe se ele queria ir. E é claro que o convencir a ir facilmente. Eu e meus amigos tínhamos apenas 17 anos ninguém podia dirigir legalmente. Mas é claro que isso não nós importava. Bebemos, e nos divertimos na bastante naquele dia. Mas na volta o meu amigo que estava dirigindo perdeu o controle, eu e o motorista que estava na frente ficamos bem, meus dois amigos atrás seriamente feridos, e Gabe… Gabe morreu.
Nunca quis tanto voltar no tempo. Se eu pudesse mudar somente uma coisa em toda a minha vida. Seria esse dia. Se eu pudesse nunca ter ido naquela competição infeliz eu teria o Gabe ainda aqui.
Lágrimas descem pelos meus olhos. Eu odeio o que fiz. Meu pai não volta pra casa esse dia. Minha mãe se tranca no quarto pra chorar. Os empregados são dispensados e eu me sinto sobrando ali. Naquela noite eu deveria ter morrido não o Gabe. Ele não fez nada.
Ligo para os meus amigos e descubro que eles estão numa boate, nem penso duas vezes me visto e corro pra lá. Se tudo correr bem nem pra casa seu volto hoje.
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Clara narrando
Já avisei a todo mundo que hoje eu vou dançar a noite inteira.
É isso aí, eu Kelly, Melanie e j**k vamos passar a noite numa boate que eles conhecem. Em Buenos Aires eu não saia assim, só raramente com minha tia. É a primeira vez que vou com meus amigos e quero aproveitar muito.
Coloco um tomara que caia preto e uma saia rodada um pouco curta rosa pink, um salto rosa também. Fiz cachos nas pontas do meu cabelo, uma maquiagem muito bem trabalhava com um delineado gatinho bem chamativo. Um brinco grande brilhoso. Me olhei no espelho e só faltei miar. Estava um arraso.
Quando desci levei uma chuva de elogios da minha vó. É claro que isso só aumento o meu ego. Encontro com Melanie, Jackson e Kelly perto das nossas casas. O lado bom de morarmos no mesmo bairro. Pegamos um ônibus, dessa vez eu disse que poderia ir de táxi. Mas eles preferiam ir de ônibus. Sei que era por causa de mim.
Chegamos na boate e me senti fascinada. Era diferente da Argentina, por alguma razão parecia mais calorosa e convidativa.
Muitas luzes piscando pessoas dançando, a área do bar com cadeiras e muita bebida, e como bom Brasileiros que somos tinha até lanches para comermos lá.
Começou a tocar a música bombayah era uma música coreana com uma batida dançante. Eu não sabia nada da letra da música a não ser a parte "bombayah", mas o que eu sabia era que se essa música tocasse era impossível não dançar. Arrastei meus amigos para a pista de dança e dançarmos loucamente. Não de uma maneira sensual dançando até o chão ou algo do tipo. Mas tentávamos fazer coreografias bizarras, inventavamos passos e riamos de nós mesmo.
Depois de várias outras músicas, eu decidi me retirar para comer algo. Fui pedir umas batatas para comer. Estava apoiada no balcão e só sinto braços envolta da minha cintura e uma cabeça apoiada em meu ombro.
_ Você está linda.
Reconheci a voz e me virei.
Clara: _ Nicholas?
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