2° capítulo

2017 Words
“Minha personalidade é ser gostosa” — Sarah Miller. Sarah. Clare insistiu que hoje, uma quinta-feira aleatória, iríamos sair em uma festa na casa de um amigo dela, já que no sábado sairia com sua mãe. Amber odiou a ideia e não deu certeza se apareceria lá e Lia conhecemos, ela não gosta de festas e não ficamos bravas e nem forçamos, sabemos que é o jeitinho dela. Daniel e Matt iriam com certeza. Porém ainda era cedo e havíamos acabado de sair da empresa. Eram por voltar de 16h e Clare cancelou todo o resto de seu dia, enquanto os demais não tinham mais oque fazer. Menos Daniel, estava em uma audiência longe daqui. — você não tem ideia do quanto eu tô ansiosa por essa festa. — disse Clare, andando ao meu lado e ao lado de Amber dentro do shopping. A garota loira chamando atenção mas a maioria das vezes que eu enxergava os olhos daqueles que nos olhavam, os via atraídos a mim e minhas bochechas entravam em uma mistura de queimação e uma leve tremidinha. Deixei que meu cabelo caísse no rosto pela vergonha e Clare não parecia se importar com tanto olhares. Estava acostumada. De repente meu corpo teve um impacto tão grande que machuquei minha bochecha em um braço forte e de aparência grande. Quando me dei conta, o homem me segurava pela cintura e me olhava nos olhos. Eram os olhos mais excitantes que já havia visto em toda a minha vida. Seu rosto era contornado por um maxilar rijo e seus lábios carnudos. O cabelo não era tão curto e tinha um preto não tão escuro. A pele tinha um tom igual a minha e ele tinha tatuagens pelo corpo inteiro. Do pescoço em diante e não me esforcei para imaginar onde mais poderia ter. — cuidado, Sarah. — meu rosto tinha uma mistura de confusão e vergonha e assim que ele soltou minha cintura e foi embora para longe, eu percebi o quão bonito ele era. — meu Deus amiga! — olhava na mesma direção que eu. — que Deus. — disse Clare e o perdi de vista. — e conhece pelo jeito né? Ele disse seu nome. — meu coração saltitava em meu peito, dançando loucamente dentro de mim. Ele disse meu nome... Engoli em seco. — se não vai pegar então deixe que eu pego. — disse ela ainda em meus ouvidos. Eu me senti tonta e um filme passou pela minha cabeça. Desde o início até o último dia. — tá vamos logo! — Amber não teve paciência e logo voltamos a andar. O resto do dia no shopping não me agradou em nada. Temia pelo pior e me encontrava em êxtase enquanto as meninas me mostravam vários vestidos lindos. E se ele sabe tanto quanto eu? Sobre mim mesma? Ou se ele quer me... Matar. — eu amei o seu vestido, se você não usar hoje eu mato você. — Clare entrelaçou nossos braços, falando para mim. Ela havia me enfiado dentro do provador junto com ela e me fez entrar em um vestido preto curto e brilhante, com decote e as alças de correntes finas e douradas. Eu amei, falei a ela e isso foi o suficiente, passou 379 no cartão dela. Logo, não me vi no direito de negar o presente. Já Amber quis ir com um conjunto de short e cropped lilás e diz ela que hoje não vai rolar com ninguém. Clare e eu rimos. — aí gente eu tô doida pra entrar nesse vestido. — disse Clare enquanto andávamos pro seu carro, que ela estacionou longe por causa do sol, e adivinha? Tem sol nele todo. — piriguete. — provocou Amber. — aí eu sou mesmo, a mais gostosa. — jogou um beijo a amiga através do ombro e me soltou. Não conseguia tirar os pensamentos daquele homem, cuja parecia ter pouco mais de minha idade. — aí olha lá, não é aquele deus grego? — Clare olhava para frente atenta e eu segui seus olhos. Parado perto da gente, em uma vaga no final do estacionamento perto do nosso carro, estava aquele homem ao qual esbarrei. Montado em uma moto preta muito linda, deixava o corpo um pouco jogado para trás enquanto entre suas pernas estavam suas mãos batucando o tanque de sua moto. De capacete e com aquelas luvas nas mãos, o deixavam ainda mais gostoso. Meu Deus, Sarah! Não fale assim dele. — aí amiga ele tá te olhando. — ri e Clare fazia questão de andar devagar enquanto olhava para ele. — ele tá de capacete, Clare, não dá pra ver para onde ele olha. — eu ri concordando com Amber. O carro de Clare estava praticamente do lado mas na outra parede dentro de duas linhas amarelas. Quando eu fui pro lado do carona do carro, ele me seguiu com a cabeça e parou de batucar. Seu corpo era alto e genuinamente forte, sendo sim, portanto, um gostoso da p***a. Os braços fortes, as coxas de quem treina... Eu estou na seca, não era estranho imaginar isso de um qualquer. — anda, Sarah! — de repente o vidro ao meu lado é baixado e percebi que as meninas já estavam no carro. Decidi entrar e foi no mesmo momento em que a foto fez um ronco alto. Seu punho fechado mantendo dentro o guidão da moto enquanto ele acelerava sem o menor pudor. Ficou olhando para dentro do carro até finalmente sair em disparada, indo embora sem parar de olhar. Meu coração se encheu de adrenalina e senti minha i********e pulsar sem que eu pudesse escolher quando iria parar. Sentaria nele sem pensar uma ou duas vezes. No que me tornei? [...] Estava em casa me arrumando. Já havia tomado banho e comido algo, bem antes, para poder escovar os dentes. Óbvio que iria usar o vestido que Clare comprou, se não ela teria um chilique daqueles em que o mundo explode e a raça humana passa a ser só poeira no espaço. Em outras palavras, ela fica brava comigo durante duas semanas. Me maquiei fielmente com a make de sempre, nada exagerada, nada leve, meio termo. Não precisei usar cílios pois já tenho e faço manutenção dele praticamente o tempo inteiro, por que eu durmo de um jeito péssimo se quer saber. Eu acordo com o cabelo cheio de nó. Nem parece que me deitei em um belo colchão e na posição mais agradável possível. Passei meu perfume favorito do mundo e desodorante. Acreditava que ainda tinha tempo suficiente para me arrumar, já que Clare disse que a festa começaria ali pelas 23h e agora eram 21:30. Poxa eu tinha mó tempão. Mas ela... — achei que a festa ia começar só 23h, Clare. — digo, deixando o celular entre a orelha e o ombro para arrumar minha bolsa brilhante que combina com o vestido. — eu sei, mais eu preciso que venha pra cá, eu tô perdida. — ri. Clare diz isso quando não consegue fazer algo, e não foi por falta de tentativa. — é oque dessa vez? — digo risonha já tendo o necessário na bolsa. — meu delineado. Meus olhos já estão até queimando de tanto eu tirar a maquiagem e refazer. — diz com a voz dengosa e eu fico rindo. — tá eu tô indo pra aí. Só espera eu colocar meu salto e ver se está seguro. — agora pude deixar o celular em mãos e não mais no ombro. — ainda está com medo? — murmurou. Soltei o ar pela boca ligando a tv. — muito. — digo sem me esforçar. — você sabe que ele está bem preso naquela prisão. — não é mais ele que me assusta, Clare. — peguei os saltos que eu usaria, pretos e com uma tira no tornozelo. Me deixa com pé de princesa. — está falando daquelas cartas que recebia na faculdade de ameaças? — bom... — não me deixou terminar de falar. — você sabe que aquilo não passava de pegadinhas daqueles moleques cretinos. — suspirei e mudei o celular de mão. — Clare, faz um tempo que eu descobri uma dívida. — solto sem pensar que isso iria preocupá-la, tanto que escondi dela a longo prazo. — quando isso aconteceu? — um tempo, eu não sei bem. — me sentei na cama, as câmeras não mostravam nada de interessante lá fora e nem em volta de minha casa. — Sarah, somos irmãs praticamente. — é somos, mas você tentaria resolver do seu jeito e não podemos. — eu vou pagar todas as dividas. — eu suspirei fundo. — não Clare... — está decidido, me de os valores e a conta bancária. — Clare. — eu não sei como eles não vêem uma bela garota indefesa feito você e ainda sim querem te passar medo. — fingi que isso não me atingiu. — Clare, não se trata de quanto dinheiro é, se for isso eu tenho, mais não é assim que eles querem. — e como querem? — quase sussurrou. — de migalha em migalha. — desliguei a tv sabendo que estava seguro. — e você concorda com isso? Isso é ridículo, Sarah. — mais eu não posso discutir, meu bem. — já não me senti com tanto medo assim da conversa. Desliguei todas as luzes do andar de cima e coloquei a alcinha de correntes da bolsa em meu ombro. — aff, enfim, eu vou começar a chorar se não vier logo e esse papel é seu, a chorona da r*****o é você. Só venha logo! — ri do outro lado da linha e me despedi. Peguei as chaves do meu carro e as chaves de casa, saindo logo em seguida. A rua estava tranquila e eu abri o portão da garagem antes mesmo de entrar no carro, pois meu salto não estava bem preso. Me abaixei para arruma-lo. Foi no mesmo instante em que uma moto passou roncando aquele maldito motor, me dando um susto danado e uma dor de cabeça fodidamente esplêndida! Quando olhei, ainda com a b***a empinada para a lua, pude perceber de quem se tratava. Era ele, o cara do shopping, o cara do estacionamento e agora o cara que estava andando lentamente em minha rua enquanto me olhava. Porém ele passou reto e eu ouvi o ronco de sua moto indo embora. Eu temi o pior, e o pior para mim era: ele é um vigia de toda aquela gente má ao qual meu pai tem dívidas. É óbvio que sobraria pra uma mulher como eu, alguém tem que ficar de olho. Mas eu entrei depressa dentro de meu carro e com medo do pior, resolvi trocar de rua para chegar ao apartamento de Clare. Me certifiquei de que o portão havia fechado e segui viagem, sempre atenta. Porém não demorei a chegar e seu porteiro já havia me liberado assim que me viu, pois sabia que eu sempre venho aqui Estacionei na vaga de visitante e peguei o elevador até o andar de Clare. Eu estava uma gostosa, não irei deixar que meus problemas me afetem nessa noite. — ah que bom que chegou! — disse Clare, ao abrir a porta. — meu deus que desastre. — falei olhando sua maquiagem inteira. — entre logo antes que o filho dos meus vizinhos me vejam assim. — ri. Clare tem uma queda de 180 metros por um garoto de 17 anos, é óbvio que eu também tive quando o vi pela primeira vez no elevador com a gente. Estava indo para a academia do prédio. E não, não sabíamos do fato dele ter 17 anos pois o garoto é um poste sem fim e com braços fortes. Pode não ter tatuagens e o rosto é como o de um bebê, mas todo o resto não mostra um garoto de 17 anos. Porém os pais do menino nos disseram esse fato em momento bem desagradável, mas segundo Clare, ela precisava perguntar a idade dele. O casal estava indo a um velório nesse dia. ______________ Continua no próximo
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