Capítulo 9

1102 Words
O salão do cassino estava em um silêncio tenso, devido a rodada que estava começando. A rodada final do dia tinha começado, e Lara sentia cada olhar sobre si, cada respiração, tensão, com o barulho das fichas e cartas. Ela estava tão atenta e concentrada, que de repente notou algo estranho:um olhar de um dos jogadores na mesa oposta observava cada movimento dela com uma atenção excessiva, como se ela fosse uma presa. — Dante… — murmurou, discretamente. Ele inclinou-se para perto dela, os olhos atentos. — Relaxa. Apenas siga o jogo. Mas Lara não conseguia ignorar a sensação de perigo. O rival parecia planejar algo além das cartas que jogava. +++++++++++++++ De repente, uma distração no balcão de fichas. Um choque elétrico percorreu a mesa. Lara sentiu uma fagulha percorrer o braço — alguém tentava sabotar seu equipamento de apostas eletrônicas. — Cuidado! — Dante gritou, impulsivo. Ele agarrou o braço dela, puxando-a para trás da mesa num movimento ágil, enquanto o rival tentava se aproximar deles. O choque ecoou pelo salão, os espectadores gritando e correndo. Lara sentiu o coração disparar, o corpo colado ao dele. — Você está louco?! — disse, entre ofegante e furiosa. — Louco o suficiente pra não deixar que te machuquem — respondeu, a voz firme, carregada de perigo. Ele ergueu a mão e, com um gesto rápido, desarmou o jogador em um movimento rápido e sutil, mas letal, usando apenas a força da surpresa e da estratégia. — Isso… — Lara engoliu em seco, ainda tremendo. — Isso foi… — Isso chama-se sobrevivência Lara. — Dante respondeu, os olhos fixos nos dela. — Agora não é hora de jogar. O salão ainda era um caos, mas o rival fugira, percebendo que havia subestimado a combinação de Lara e Dante. +++++++++++++++ Quando tudo se acalmou, Dante levou Lara para fora do cassino, para um beco lateral iluminado apenas por lâmpadas amareladas. — Você está bem? — ele perguntou, segurando o rosto dela entre as mãos. — Sim… acho — ela murmurou, sentindo o corpo ainda tremer com a adrenalina. — Não só por causa do jogo — ele disse, baixando a voz. — Por causa de mim. Ela sentiu a intensidade do olhar dele, como se pudesse ler cada medo, cada desejo. — Você não pode fazer isso comigo — disse ela, a respiração acelerada. — Eu não posso? — ele perguntou, aproximando-se perigosamente. — E se eu disser que não me importa? O calor dele envolveu-a, e antes que pudesse recuar, ele a beijou novamente. O beijo foi urgente, desesperado, como se tentasse transmitir tudo que não podia dizer com palavras: proteção, desejo, perigo e conexão. Lara correspondeu, deixando-se levar, sabendo que cada instante poderia ser o último seguro. — Dante… — ela murmurou entre os lábios dele. — Não podemos nos perder nesse desejo. — Talvez seja tarde demais para pensar nisso— ele respondeu, a voz rouca. — Mas se vamos enfrentar esse jogo mortal, precisamos estar juntos. +++++++++++ Enquanto eles se afastavam, Lara percebeu que algo tinha mudado entre eles. Já não eram apenas parceiros, só no torneio. Agora, eram aliados em uma guerra invisível, e que cada toque, cada olhar, era carregado de paixão e perigo. — Vamos precisar de mais do que cartas para vencer — disse Dante, segurando a mão dela. — Eu sei — respondeu Lara, sentindo que, pela primeira vez, confiava nele, ainda que parcialmente. E naquele instante, o torneio não era apenas uma questão de dinheiro ou poder. Era uma questão de sobreviver, confiar e não deixar que os segredos destruíssem o que ainda podia nascer entre eles. +++++++++++++ O silêncio do quarto de hotel onde a Lara se encontrava era quase palpável. Lara revisava mentalmente cada movimento da rodada anterior, tentando entender quem realmente estava por trás da sabotagem. — Algo não fecha nisto tudo — murmurou, olhando para o tablet com os registros do torneio. — E você acha que eu posso te ajudar? — Dante perguntou, encostado na porta, os braços cruzados. Ela ergueu os olhos, cansada mas determinada. — Preciso saber se posso confiar em você. Ele deu um passo à frente, os olhos brilhando na penumbra: — Confiança não se dá. Confiança se conquista… e, até agora, você ainda não conquistou a minha. Lara arqueou uma sobrancelha. — Então estamos empatados. Ele sorriu levemente, mas os olhos não brincavam. — Por enquanto. +++++++++++++++ Horas antes No salão do cassino, Lara percebeu algo estranho: uma sequência de apostas de outro jogador parecia estranhamente previsível. Cada movimento era calculado, como se alguém estivesse manipulando o jogo de fora da mesa. — Dante — ela sussurrou, aproximando-se. — Alguém está controlando o torneio. Ele inclinou-se, analisando a situação. — É mais do que isso. Alguém quer que você perca. O coração de Lara acelerou. — E você? — Eu faço o que puder para que não aconteça. — Ele a tocou levemente no braço. — Mas nem eu tenho todas as cartas. ++++++++++++++ Mais tarde, Lara e Dante se encontraram em uma sala de segurança do cassino. Sofia já estava lá, mostrando imagens das câmeras e registros eletrônicos. — Olha isso — disse Sofia, apontando para uma tela. — Alguém está transmitindo sinais para as mesas, manipulando as apostas eletrônicas. Lara sentiu o estômago revirar. — Então tudo é controlado? — perguntou, quase sem voz. — Sim — disse Dante, aproximando-se dela, os olhos sérios. — E é por isso que você precisa confiar em mim… pelo menos parcialmente. Ele segurou a mão dela, firme, mas com gentileza. — Nós vamos jogar com as cartas marcadas. Mas se trabalharmos juntos, podemos virar o jogo. O toque fez Lara estremecer. — Você sempre encontra um jeito de me colocar na situação mais perigosa — murmurou. — E sempre no lugar certo pra me proteger — respondeu ele, com um sorriso torto. Enquanto se preparavam para voltar à mesa, Lara percebeu que não podia mais separar o jogo do homem ao seu lado. Cada olhar, cada toque, cada palavra carregava a tensão de um desejo que crescia rapidamente, mas que também podia ser fatal. — Então é isso — disse Dante, a voz baixa. — Cartas marcadas, perigo real e… nós dois. — E ainda temos que vencer o jogo— respondeu Lara, mordendo o lábio, tentando controlar o coração acelerado. Ele se inclinou, tão próximo que ela podia sentir o calor dele. — Então vamos vencer. Juntos. O ar parecia carregado de eletricidade. O torneio, a paixão e o perigo estavam agora completamente entrelaçados, e nenhuma carta poderia prever o que viria a seguir.
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