O salão do cassino estava em um silêncio tenso, devido a rodada que estava começando.
A rodada final do dia tinha começado, e Lara sentia cada olhar sobre si, cada respiração, tensão, com o barulho das fichas e cartas.
Ela estava tão atenta e concentrada, que de repente notou algo estranho:um olhar de um dos jogadores na mesa oposta observava cada movimento dela com uma atenção excessiva, como se ela fosse uma presa.
— Dante… — murmurou, discretamente.
Ele inclinou-se para perto dela, os olhos atentos.
— Relaxa. Apenas siga o jogo.
Mas Lara não conseguia ignorar a sensação de perigo.
O rival parecia planejar algo além das cartas que jogava.
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De repente, uma distração no balcão de fichas.
Um choque elétrico percorreu a mesa.
Lara sentiu uma fagulha percorrer o braço — alguém tentava sabotar seu equipamento de apostas eletrônicas.
— Cuidado! — Dante gritou, impulsivo.
Ele agarrou o braço dela, puxando-a para trás da mesa num movimento ágil, enquanto o rival tentava se aproximar deles.
O choque ecoou pelo salão, os espectadores gritando e correndo.
Lara sentiu o coração disparar, o corpo colado ao dele.
— Você está louco?! — disse, entre ofegante e furiosa.
— Louco o suficiente pra não deixar que te machuquem — respondeu, a voz firme, carregada de perigo.
Ele ergueu a mão e, com um gesto rápido, desarmou o jogador em um
movimento rápido e sutil, mas letal, usando apenas a força da surpresa e da estratégia.
— Isso… — Lara engoliu em seco, ainda tremendo. — Isso foi…
— Isso chama-se sobrevivência Lara. — Dante respondeu, os olhos fixos nos dela. — Agora não é hora de jogar.
O salão ainda era um caos, mas o rival fugira, percebendo que havia subestimado a combinação de Lara e Dante.
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Quando tudo se acalmou, Dante levou Lara para fora do cassino, para um beco lateral iluminado apenas por lâmpadas amareladas.
— Você está bem? — ele perguntou, segurando o rosto dela entre as mãos.
— Sim… acho — ela murmurou, sentindo o corpo ainda tremer com a adrenalina.
— Não só por causa do jogo — ele disse, baixando a voz. — Por causa de mim.
Ela sentiu a intensidade do olhar dele, como se pudesse ler cada medo, cada desejo.
— Você não pode fazer isso comigo — disse ela, a respiração acelerada.
— Eu não posso? — ele perguntou, aproximando-se perigosamente.
— E se eu disser que não me importa?
O calor dele envolveu-a, e antes que pudesse recuar, ele a beijou novamente.
O beijo foi urgente, desesperado, como se tentasse transmitir tudo que não podia dizer com palavras: proteção, desejo, perigo e conexão.
Lara correspondeu, deixando-se levar, sabendo que cada instante poderia ser o último seguro.
— Dante… — ela murmurou entre os lábios dele. — Não podemos nos perder nesse desejo.
— Talvez seja tarde demais para pensar nisso— ele respondeu, a voz rouca.
— Mas se vamos enfrentar esse jogo mortal, precisamos estar juntos.
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Enquanto eles se afastavam, Lara percebeu que algo tinha mudado entre eles.
Já não eram apenas parceiros, só no torneio.
Agora, eram aliados em uma guerra invisível, e que cada toque, cada olhar, era carregado de paixão e perigo.
— Vamos precisar de mais do que cartas para vencer — disse Dante, segurando a mão dela.
— Eu sei — respondeu Lara, sentindo que, pela primeira vez, confiava nele, ainda que parcialmente.
E naquele instante, o torneio não era apenas uma questão de dinheiro ou poder.
Era uma questão de sobreviver, confiar e não deixar que os segredos destruíssem o que ainda podia nascer entre eles.
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O silêncio do quarto de hotel onde a Lara se encontrava era quase palpável.
Lara revisava mentalmente cada movimento da rodada anterior, tentando entender quem realmente estava por trás da sabotagem.
— Algo não fecha nisto tudo — murmurou, olhando para o tablet com os registros do torneio.
— E você acha que eu posso te ajudar? — Dante perguntou, encostado na porta, os braços cruzados.
Ela ergueu os olhos, cansada mas determinada.
— Preciso saber se posso confiar em você.
Ele deu um passo à frente, os olhos brilhando na penumbra:
— Confiança não se dá. Confiança se conquista… e, até agora, você ainda não conquistou a minha.
Lara arqueou uma sobrancelha.
— Então estamos empatados.
Ele sorriu levemente, mas os olhos não brincavam.
— Por enquanto.
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Horas antes
No salão do cassino, Lara percebeu algo estranho:
uma sequência de apostas de outro jogador parecia estranhamente previsível.
Cada movimento era calculado, como se alguém estivesse manipulando o jogo de fora da mesa.
— Dante — ela sussurrou, aproximando-se. — Alguém está controlando o torneio.
Ele inclinou-se, analisando a situação.
— É mais do que isso. Alguém quer que você perca.
O coração de Lara acelerou.
— E você?
— Eu faço o que puder para que não aconteça. — Ele a tocou levemente no braço. — Mas nem eu tenho todas as cartas.
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Mais tarde, Lara e Dante se encontraram em uma sala de segurança do cassino.
Sofia já estava lá, mostrando imagens das câmeras e registros eletrônicos.
— Olha isso — disse Sofia, apontando para uma tela. — Alguém está transmitindo sinais para as mesas, manipulando as apostas eletrônicas.
Lara sentiu o estômago revirar.
— Então tudo é controlado? — perguntou, quase sem voz.
— Sim — disse Dante, aproximando-se dela, os olhos sérios. — E é por isso que você precisa confiar em mim… pelo menos parcialmente.
Ele segurou a mão dela, firme, mas com gentileza.
— Nós vamos jogar com as cartas marcadas. Mas se trabalharmos juntos, podemos virar o jogo.
O toque fez Lara estremecer.
— Você sempre encontra um jeito de me colocar na situação mais perigosa — murmurou.
— E sempre no lugar certo pra me proteger — respondeu ele, com um sorriso torto.
Enquanto se preparavam para voltar à mesa, Lara percebeu que não podia mais separar o jogo do homem ao seu lado.
Cada olhar, cada toque, cada palavra carregava a tensão de um desejo que crescia rapidamente, mas que também podia ser fatal.
— Então é isso — disse Dante, a voz baixa. — Cartas marcadas, perigo real e… nós dois.
— E ainda temos que vencer o jogo— respondeu Lara, mordendo o lábio, tentando controlar o coração acelerado.
Ele se inclinou, tão próximo que ela podia sentir o calor dele.
— Então vamos vencer. Juntos.
O ar parecia carregado de eletricidade.
O torneio, a paixão e o perigo estavam agora completamente entrelaçados, e nenhuma carta poderia prever o que viria a seguir.