Giulia
Estou passando os dias com a minha vó no hospital e a maioria das vezes deixam ela sedada, porque quando ela acorda a dor é muito forte e com os remédios ela só consegue tomar banho e comer.
Os médicos tem cuidado muito bem dela, fizeram vários exames, mas infelizmente o diagnóstico é o mesmo, eu queria poder tirar a minha vó daqui para ela ver o mar ou curtir a nossa escola (sim, ela ama samba), mas infelizmente isso não vai ser possível, porque a falta de cuidado por ser dolorosa e fatal, as minhas tias não tiveram a coragem de colocar o pé no hospital, segundo elas a vida delas não pode parar por uma simples doença, às vezes eu acho que o ser humano não tem jeito, mas minhas tias me fazem ter certeza.
Hoje eu resolvi passar em casa para dar uma arrumada nas coisas lá, cheguei em casa e para minha surpresa ela estava aberta, entrei e fui andando, quando dei de frente com as minhas tias e um casal.
Giulia: O que está acontecendo aqui?
Ângela: Esse são Carlos e Maria, eles estão interessados em comprar a casa.
Giulia: Vocês duas estão loucas, a minha vó ainda está viva.
Ângela: Que modos são esses menina, me respeita.
Giulia: Nem vocês se respeitam — falei subindo para o meu quarto.
Ouvi às duas batendo na porta, mas botei o meu fone no ouvi e resolvi ignorar, fiquei trancada lá dentro até elas irem embora, visitar elas não podem, mas querem vender a casa antes da minha vó morrer, às vezes eu fico pensando se a minha mãe era igual a elas, eu sinceramente espero que ela tenha sido uma filha melhor.
Depois que eu tive certeza de que elas saíram, eu comecei a arrumar a casa, e também aproveitei para tomar um banho demorado e lavar a minha cabeça, porque hoje fazem exatos 4 dias que eu não saio de dentro daquele hospital.
Fantasma
E aí gente, eu sou o fantasma fiquei encarregado de seguir a mina para o chefe, e isso tem sido bem fácil, ela quase não sai do hospital, e eu passou as noites dormindo tranquilão no carro.
Hoje ela estava diferente e pegou um ônibus e fui atrás até a São Conrado bem próximo da rocinha, ainda bem que agora estamos na mesma facção senão eu já ia ficar com o ** na mão.
Vi que ela entrou em uma casa na pista, a casa era até bonitinha, vi ela discutindo com duas senhoras, e depois que às duas foram embora. Resolvi ligar para o chefe, quem sabe ele não quer fazer uma visitinha rsrs
Ligação
Fantasma: Fala chefe
NH: temos novidades?
Fantasma: Temos sim, a mina mora perto da Rocinha e está sozinha. Mandei o endereço pelo WhatsApp
NH: Valeu, fica aí e me avisa se ela sair
Fantasma: Jae chefe
Ligação off
NH
Mandei o Fantasma seguir essa mina porque além dele ser o melhor, ele ainda tem a minha confiança, sem falar que o Rafael não para de falar nela.
NH: E ai frozen o Fantasma acho a casa da tua mina
Hás: Onde fica
NH: São Conrado, ela está em casa e está sozinha agora
Hás: Vou lá
NH: Você não está bom para isso
Hás: Manda chamar um carro pra mim, vai lá.
NH: p***a eu vou contigo
Hás: Avisa o Cegonha, que vamos chegar perto da favela dele, deixa eles ciente pra não ter k.o depois.
NH: Jae
Resolvi ir junto para pôr limites no Rafael, apesar de achar que nessa mina ele está interessado demais, é melhor ficar de olho nele.
Peguei meu carro e saímos em direção a Rocinha, mais ou menos em 30 minutos chegamos lá, e por sorte a novinha ainda estava em casa.
Hás: Espera aqui
NH: O que tu vai fazer?
Hás: Vou lá
NH: A mina nem te conhece, se bobear nem lembra da tua cara e tu vai sair batendo na porta dela.
Hás: Vou fazer ela lembrar agora.
NH: Tá ligado que é uma péssima ideia né
Hás: Só me espera — ele fala saindo do carro.
Apesar do Rafael ser um líder ótimo, quando ele quer muito alguma coisa, ele age de maneira impulsiva e isso me preocupa muito, com mulher geralmente ele é muito mais controlado.
Hás
Me aproximei do portão e toquei a campainha, não demorou muito e ela abriu o portão, p***a ela é linda, quando ela me viu tentou fechar o portão rápido, mas eu impedi o segurando.
Hás: E assim que você trata as visitar.
Giulia: Eu não te convidei.
Hás: Pensei em agradecer pessoalmente pela doação de sangue.
Giulia: Já agradeceu, agora pode ir embora.
Hás: Eu prefiro entrar, falei empurrando o portão o fazendo abrir — vai ficar aí, eu falei entrando na casa
Giulia
A campainha da minha casa tocou e eu fui abrir com raiva pensando que as minhas tias voltaram com um novo comprador, mas para a minha surpresa quando eu abri era o traficante que eu fui obrigada a doar sangue, tentei fechar a porta, mas ele impediu, mandei ele ir embora, mas ele entrou na minha casa.
Hás: A sua casa é bonita, ele falou entrando.
Giulia: O que você quer?
Hás: Te conhecer
Giulia: Por quê?
Hás: Eu te achei interessante.
Giulia: Olha eu estou cheia de problemas, não é o melhor momento.
Hás: Sua vó continua no hospital.
Giulia: Como você sabe?
Hás: Eu sei de tudo que me interessa.
Giulia: Entendi, não vai me falar seu nome m*l-educado?
Hás: Pode me chamar de Hás.
Giulia: Hás?
Hás: Sim, esse é o meu vulgo.
Giulia: O apelido, tipo o cegonha kkkkk
Hás: Você o conhece?
Giulia: Sim,ele namora a minha melhor amiga
Hás: Ainda bem, porque ele iria se apaixonar por você!
Giulia: Não tenho vocação para mulher de bandido.
Hás: Já se envolveu com algum?
Giulia: Claro que não, nenhum presta.
Hás: Não fica ofendendo a minha classe trabalhadora.
Giulia: Pronta agora, vocês são uma classe trabalhadora?
Hás: Você acha que manter uma comunidade em ordem é fácil?
Giulia: Com violência sim
Hás: Você é muito bonita sabia.
Confesso que não espera pelo elogio dele e fiquei vermelha igual a um tomate.
Hás: Não precisa ficar sem graça — ele fala se aproximando.
Giulia: É melhor você ir embora.
Hás: A sua boca também é linda, assim como os olhos, p***a tu é a perfeição.
Giulia: Olha Hás, eu ando com muito problemas e é melhor você ir embora.
Hás: Tudo bem, se precisar de algo pode me procurar no Dona Marta.
Giulia: Obrigada
Quando ele foi embora eu tranquei a porta, ele nem encostou em mim eu estou toda molhada, como isso é possível, o que esse homem causa no meu corpo não é normal.
Hás
Sai dali com a certeza que preciso ter essa mina na minha cama, nem que seja apenas por uma noite.
Entrei no carro e vamos saindo, quando de repente fomos parados pelos homens do cegonha.
Vapor: O chefe quer te ver.
Hás: Agora:
Vapor: Sim
Fomos subindo o morro em direção onde ele custa ficar, e quando chegamos lá somos recebidos com um churrasco.
Cegonha: Ao que devo a honra de uma visita a minha favela?
Hás: Só vim agradecer a um morador seu que doou sangue para mim.
Cegonha: Quem é que eu mando dar uma recompensa?
Hás: Não precisa eu já paguei.
Cegonha: Perfeito
Cegonha
E aí rapaziada meu nome é César,meu vulgo é cegonha, tenho 25 anos, assumi a Rocinha alguns anos por decisão do comando, gosto muito da minha favela, ela não é nada calma, mas é bem segura para mim, quando eu soube que o, Hás estava aqui eu fiquei curioso, ele raramente sai do (Dona) Marta, e eu quis saber o motivo.
Hás é meu aliado, ele me ajudou muito quando eu assumi aqui, até colocar as coisas no lugar foi f**a, mas eu sobrevivi.
Resolvi dar um churrasco porque é raro a gente se encontrar.
Cegonha: Vamos comer
Hás: Vamos sim
Ficamos ali comendo e bebendo, lembramos de algumas histórias que vivemos juntos e depois ele foi embora.
Cegonha: Chega aqui
Vapor: Fala chefe
Cegonha :Eu quero saber, quem é o morador que salvou o Hás.
Vapor: Jae chefe, vou descobrir.
Cegonha: Vamos ver quem é tão especial para trazer o meu amigo aqui.