Salvando
Jonathan Bailey
- Ei! Onde vocês vão? – Dante estava nos seguindo até a porta da boate. – Porque estão levando Ana como se fosse um saco de batatas? – Ele pergunta sendo protetor.
Não como se tentasse se proteger de algo, o problema de Dante era que ele dava muita moral para os caprichos de Ana Clara.
Sabíamos que ele sempre a protegeu na boate, mas ela nunca tinha bebido desse jeito. Era como se ela quisesse esconder alguma coisa, ou afogar as suas mágoas na bebida.
Com toda a certeza foi um ato que eu não esperava da advogada Ana Clara Schmitt. Ela sempre foi tão correta e profissional enquanto era uma excelente advogada. Não posso dizer o mesmo do seu jeito ao nos tratar, Ana era uma mulher rancorosa, chata e brigona.
- Levar ela para casa... – Eu somente disse isso, não queria dar explicações para Dante.
Na verdade, eu nem sabia o que estava fazendo ao ser tão protetor.
Por que eu tinha que ir atrás do meu irmão e ver ele quase brigar no meio da boate por causa de Ana Clara?
Joseph nunca se metia na briga dos outros, ele sempre ficava quieto na sua. Várias e várias vezes ele viu Ana Clara com outras pessoas, mas justamente hoje ele resolver se meter onde não foi chamado.
Tudo por causa dela, Ana Clara Smith, a amiga inseparável da nossa irmã. O fruto que nunca podemos provar, Ana Clara era algo proibido entre nós.
Vejo Dante se aproximar de mim, isso não era bom...
A sua intenção era clara, tirar Ana Clara dos meus braços.
- Ana Clara sempre foi a minha responsabilidade dentro do meu empreendimento. Ela confia em mim, sempre a mantive segura. Eu sempre cuido dela, nunca a deixaria sair daqui bêbada desse jeito ou exposta. – Dante fala firme. – Tudo estava sobre controle... – Ele tenta se aproximar, mas eu não deixo.
- Não me importa se cuida dela ou não! Vamos levar ela conosco, já que falhou com ela dessa vez. – Joseph fala com a sua voz fria e rouca.
- Ana Clara está alterada e poderia sair da boate com um i****a metido a esperto, sabe que aqui dentro o que mais tem é isso. Homens querendo ganhar a atenção de mulheres vulneráveis. Aquele i****a que estava agarrando-a, poderia ter a levado para algum lugar e lhe fazer m*l. – Digo tentando manter a minha voz mais controlada possível.
Dante olha para meu irmão e depois para mim, ele sabia que estamos certos, mas não queria perder o controle da situação.
-Ana não irá me perdoar se eu deixar vocês hão levarem para casa... – Dante diz como se tivesse suplicando. – Ela não gosta de vocês e já deixou claro muitas vezes. – A safadinha anda falando da gente...
- Não vamos levar ela para casa, vamos levar ela para a nossa casa, lá ela dorme e amanhã a minha irmã vai buscar ela. – Dante iria falar algo. – Sabe que estou me justificando muito para você. Vou fazer isso você querendo ou não, Ana Clara é a ultima mulher que eu ficaria na fase da terra! Se estou fazendo isso agora, é porque eu sei que Júlia vai me matar se souber que vimos ela se lascando e não fizemos nada. – Era uma boa justificativa.
- Ei, eu estou aqui, mesmo que façam questão de me ignorar. Eu estou aqui e faço das suas palavras as minhas! - Ela grita ainda pendurada no meu ombro. - Nunca ouviram bem... - Ela mexia com um cachorrinho raivoso. -NUNCA IRIA PARA CAMA COM VOCÊS! se eu estivesse numa ilha deserta com vocês dois, com toda certeza eu ia me jogar no mar atrás de um tubarão para mim comer. Estão ouvindo? Eu prefiro morrer do que estar na cama de vocês dois! - A multidão estava do lado de fora começa a alvoroçada com escândalo.
Eu também estou com o olhar com o meu irmão, Dante também vê que não era uma boa ficarmos expostos ali. Rapidamente faço o caminho para chegar no carro.
- Calada Ana Clara, ou vai acabar passando m*l! - Digo sendo ríspido.
- Me carregar como saco de batata não é a melhor forma de me fazer bem. Eu sei andar, não preciso da sua ajuda. Quero voltar para dentro da boate e arrumar uma transa para essa noite, eu vim parar essa inauguração justamente para isso, tirar o estresse. - As suas palavras acabam me irritando ainda mais.
- VOCÊ VAI PRA CASA! - Digo deixando Dante protestar com meu irmão e assumo o assento para levar ela para o nosso apartamento.
Eu não queria, como eu não queria ficar tão perto de Ana Clara.
Coloco ela dentro do carro, ela reclama, tenta sair, mas eu não iria abrir margem para dar um show na porta da boate.
Não dava para ficar aparecendo todo dia na capa do jornais locais, assim meu pai arrumar um casamento rapidinho tanto para mim quanto para o meu irmão.
Joseph ainda falou alguma coisa para o Dante, mas vem para o nosso carro e coloco o mesmo para andar.
-Voces são dois desgraçados! Porque não fingiram que eu não existia, e procuraram mulheres para envergonhar o nome do pai de vocês? - Ana Clara fala irritada. - Porque todas que vocês saem estão no dia seguinte estampando a capa de jornal e revista.
Olho para Joseph que não estava no seu melhor humor, ele estava prestes a explodir.
- É melhor ficar calada, Ana Clara, amanhã quando você acordar da sua ressaca, porque Deus é justo e você vai ter uma ressaca desgraçada. Aí sim, eu vou ter o prazer de dizer que ti livre de uma roubada. - Joseph diz olhando para ela pelo retrovisor.
Claro que Ana Clara começa a rir sem humor, era mais uma risada amarga e cheia de veneno.
- Agora virou piadista, Joseph? Está para nascer o homem que eu vá agradecer por ter feito algo em minha vida. - Ela diz colocando a cabeça na janela.
Ela estava com sono...
- Porque você não me levam ara casa? Assim não perde a sua noite com a magrela ingrata...- Olho para o meu irmão.
Joseph tinha os meus pensamentos que o meu, por isso que a gente se dava tão bem junto. Não éramos realmente irmão gêmeos, mas a nossa ligação era nesse nível, como se dividimos algo maior que tudo.
Sentíamos uma conexão única, era como se realmente tivéssemos dividido o mesmo ventre ao mesmo tempo.
A nossa ligação era parecida com a ligação de muitos irmãos gemelares, porque realmente, eu não sabia o que seria de mim se não existisse o Joseph.
- Ela nunca vai nos perdoar... - Ele sussurra, enquanto Ana resmungava no banco de trás.
- Sim, ela nunca vai nos perdoar, eu não consigo me perdoar... - Mergulhamos no silêncio porque Ana dormiu.
Seria interessante essa interação entre nós três, eu e meu irmão nunca fomos as melhores pessoas para Ana Clara.
Ela bêbada pode falar tudo que as suas palavras ácidas nunca conseguiu.
Obrigada pelos comentários e bilhetes lunares 🥰