Inferno de Dante
Ana Clara Smith
Quando paro a minha Ferrari favorita na cor preta bem em frente imponente fachada da boate nova e recém inaugurada, ali, naquele momento eu decido deixar tudo que me tirou a paz no dia de hoje, bem longe dos meus próximos atos.
Eu afirmei para mim mesma ao me olhar e retocar meu batom vermelho vendo a minha imagem no retrovisor, que agora eu finalmente podia respirar e aproveitar a minha noite como eu merecia.
Nada iria tirar a minha paz mais!
Nem a minha mãe, o babaca de Timothy fazendo a minha amiga sofrer, os problemas da empresa...
Absolutamente nada iria tirar a minha alegria em estar naquele lugar.
Ao descer do carro já recebo alguns olhares curiosos, invejosos e até com um desejo explicito por mim. Eu sabia causar quando queria, eu sabia me sobressair na multidão.
O manobrista pega a minha chave no ar assim que eu jogo para ele.
Ainda ajeito meu decote e pisco para um homem que me olhava como fruto proibido, como acabei de dizer, sabia o efeito que podia causar em alguém.
A passos confiantes vou para a entrada do lugar, o letreiro gritava luxo e prometia uma noite quente e cheia de aventuras. Por isso o local se chamava Luxúria, era uma clara promessa de uma noite de pecados. Propensão para a sensualidade exagerada; tendência excessiva ao desejo s****l; concupiscência, lascívia, lubricidade, verriondez, volúpia...
Era tudo que eu mais desejava nessa noite, me perder em um corpo sarado, bonito e bronzeado. Até sorriu com o tipo de pensamento que tinha, e as expectativas que estava colocando nessa noite de perdição.
Assim que digo o meu nome para o homem que estava de segurança na porta, pois eu não era mulher para esperar a minha vez em uma fila. Era convidada especial de um amigo de longa data.
Passei por todos sem me importar pelas caras feias e palavras vulgares, eu somente batia meu salto no chão até o meu destino.
- Pode entrar, Senhorita Smith, Senhor Dawes já lhe aguarda na área vip. – Sou encaminhada para o lugar por um diabinho gostoso e lindo.
O seu sorriso me dizia que ele estava trabalhando, mas se tivesse chance, ele iria tentar a sorte comigo.
A boate tinha uma energia diferente, a música pulsava no centro dela, as pistas de dança eram conectadas, mas tinha vibrações diversificadas. As luzes do lugar davam um ar de mistério e ouso falar que parecia até ser mais voltadas a algo proibido e pecaminoso.
Quando termino de subir as escadas que me levam para o andar mais alto da boate que tinha a vista do lugar que fervia no auge das suas sensações, ali vejo que aqui estava mais para o inferno particular de Dante.
- Nada que uma ameaça para ter a presença de uma das mulheres mais importantes e ricas dessa cidade... – Dante diz ao colocar seus olhos avaliadores em mim.
Dante era uma incógnita em minha vida, um amigo que esteve perto em momentos que eu mais me sentia vulnerável. Ele não era igual a Júlia, que falava e tentava me acalmar.
Meu amigo era do tipo que se te batesse, ele brigava com você, dizia que você não podia ser fraca e mandava voltar para o mesmo lugar que eu estava para encher a cara de quem me fez m*l de porrada.
Esse é o jeito de Dante resolver as coisas, ele era aquele que colocava fogo no mundo se você somente acendesse o fosforo. Ele jogava a gasolina, pegava um banquinho e assistia o fogo queimar a alma daqueles que pisaram em seu calo.
- Estava entediada... - Digo como se fosse muito estar aqui na companhia dele. - Preciso esquecer que eu sou uma Smith... – Dante sorri com aquele sorriso de predador.
Dante sabe bem do que eu estou falando e como odeio ser quem eu sou às vezes.
- Não se pode fugir por muito tempo dos laços sanguíneos, Ana. Sabe que a sua mãe tem o poder de tirar você da sua zona de conforto. Tem a possibilidade de encerra isso de uma vez, ou abraça o capeta e coloca fogo no mundo, menina. Eu sei que você é capaz de mostrar aos seus pais que tem um espirito livre. – Tão direito como sempre.
Ele era um homem alto, musculoso, cheio de tatuagens até no rosto. Sua postura era de um bandido muito marrento e c***l. Seus cinquenta e poucos anos não era constatado no primeiro olhar, somente se cogita que ele é um homem maduro quando se olha alguns fios brancos que estão povoando os seus cabelos.
Quem não conhecesse ele como eu conheço, nunca iria cruzar a mesma esquina que ele. Dante parecia um daqueles mafiosos de livro Darc romance, na verdade, ele tinha seus podres, não é atoa que eu o conheço como advogada.
No entanto, ele é a pessoa mais honesta, cuidadosa e bondosa que eu já conheci em minha vida.
Nossos mundos colidiram quando Dante teve que pedir a guarda da sua filha, a mãe dela não estava cuidado da garota direito.
Eu fui a única que aceitei o caso, que acreditei em Dante, um homem quebrado pela vida, mas que mesmo assim fazia de tudo por aqueles que eram fies há ele.
- Eu não quero falar sobre isso agora... – Peço um whiskey. – Não quando estou em um lugar maravilhoso como esse, você acertou em cheio quando comprou esse lugar. Isso aqui parece realmente o “inferno de Dante”. – O homem gargalha alto.
Uma risada forte, que contagia e te deixa mais a vontade.
- O Inferno de Dante é uma alegoria, um poema ou uma história com um significado oculto, geralmente religioso ou político, para transmitir a história da jornada de uma alma através do pecado até a salvação. No poema, Dante e seu guia Virgílio viajam pelos nove níveis do Inferno para chegar ao paraíso. Aqui no meu inferno particular, as pessoas percorrem esses noves níveis para obter o prazer que a minha boate pode proporcionar. – Diz convencido.
- Menos, uma pista de dança, música, pessoas e o momentos que podem virar algo bem interessante não faz desse lugar um oásis para o prazer. – Dante se levanta e estende a mão para mim.
- Aqui é a pequena parte do meu mundo de lúxuria, Ana. Você não faz ideia do que tem por de trás dessa paredes. - Ele explica como se fosse algo grande demais para que eu pudesse entender. - A boate é para todos, mas os andares a cima somente são liberados para aqueles que eu deixo entrar e ter livre acesso ao meu mundo. - Ele diz passando por várias portas, abrindo com sua digital e vejo que realmente estávamos entrando em um mundo a parte.
A boate era para todos, mas os andares a cima eram regados por todos os prazeres e pecados que as pessoas estivessem dispostas a realizar.
Era um mundo que eu precisava de tempo para entender e saber se eu queria entrar.
Dante me leva para o Cassino, com toda certeza era um lugar onde podia se perder sem muito esforço.
Vários pecados estavam ali, Cassinos podem fazer as pessoas mostrarem seus piores lados.
- Você realmente é um visionário. - Digo vendo o quanto Dante deve faturar em uma noite.
- Até pode ser, mas sabe que eu não ligo muito para isso, não é? - Ele diz com um suspiro contido. - O que eu quero, eu não posso ter...
Liara...
- Deixa essa história quieta, Dante. Aquela mulher é uma cobra em formato de gente. - Digo sabendo exatamente quem Liara era.
- Eu sei minha amiga, seu sei... - Dante me leva devolta para a área VIP da sua boate.
Não estava preparada para ver todos os andares do "Inferno de Dante".
- Vai a caça? - Dante diz assim que se senta em uma poltrona de couro escuro.
Olho ao redor, eram muitas pessoas em um lugar só.
- Sim... Quero esquecer meu nome hoje... - Olho para um lugar específico na parte vip da boate. - Quero até esquecer que aqueles dois estão aqui na sua boate! - Digo com raiva.
Dante se levanta, vem até onde estou porque eu vejo a boate toda, e sorri.
- Vai fugir deles até quando? - Olho para Dante.
- Não estou fugindo! Somente não sou saco de pancadas de dois idiotas. - Digo afastando meus pensamentos na dupla que sempre dá um jeito de tirar a minha paz.
- Vá arrumar um homem para te tirar esse estresse! Você sempre f********o é difícil de conversar. - Beijo a bochecha de Dante e vou para a ala comum atrás da minha transa da noite.
Obrigada pelos comentários e bilhetes lunares 🥰