AURORA:
Acordo, na minha cama, e o chuveiro ligado, vejo que alguém dormiu comigo, pergunto:
- Anne? Romeo?
Vou ao banheiro, vejo Anne tomando uma ducha, sento na pia, ela fala:
- Bom dia Aurora! Romeo dormiu no meu quarto, eu fiquei aqui.
- Bom dia Anne… mas, como voltei para a cama?
- Romeo, colocou-te, você dormiu na poltrona, toda torta.
- Hum… e você e Romeo, ficaram até tarde... transando.
Quando falo, ela abre o box, e olha-me, espantada, tenta falar, mas só gagueja, eu solto maior gargalhada:
- Amiga… Aurora…
- Relaxa Anne, você tinha que ver a sua cara agora.
- Ai, Amiga, você quase me fez enfartar agora, foi só um lance…
- Para Romeo, vir aqui, jantar, dormir, não é só um lance não.
Ela sai do banho se enrola na toalha, e enche os olhos de água, e me fala:
- Tem que ser só um lance, mesmo que para mim também não seja, você sabe, somos da máfia, tudo que tocamos…
- Se destrói ou morre, mas amiga, não seja covarde igual eu, tenta ser feliz, a vida é tão curta.
Eu desço a abraço e saio, e deparo-me com Romeo, que pede silencio, também com os olhos marejados, respeito o seu pedido, ele ouviu, então saímos para esperá-la para o café.
- Romeo, se você gosta dela, vai ter que ter paciência.
- Eu terei Aurora, é diferente, ela vale a pena.
Vejo nos olhos dele que está apaixonado e feliz, e eles merecem, eles apoiaram-me tantas vezes.
O dia decorre, hoje tenho treino, e amanha casino, e volto a estudar novamente, dia cheio, vou fazer uma última aula, e afastar-me de Axel também, quero manter-me, longe de problemas, a noite cai, estou pronta para ir à academia, e o meu celular não para de chegar mensagens, olho é Luigi, perguntando, se estou bem, onde estou, para não me aproximar de Axel, mas não pode explicar-me por mensagem, essas ladainhas dos homens da máfia.
Ignoro todas, e em seguida, Dante também, vem ver se estou bem:
- Aurora? Tudo bem? Vai aonde?
- Tudo bem, sim, por que, aconteceu algo?
Resolvo não dizer aonde vou, ele perguntando se estou bem, após Luigi, também perguntar, deixa-me com pé atrás, eles amam deixar-me presa, e realmente esta tudo bem, mesmo após eu ter percebido que estavam-me observando, e quase ter sido sequestrada, acredito que estou-me acostumando com essas loucuras, então sorrio ele insiste:
- Vai aonde?
- Vou correr Dante, na orla mesmo, vou levar celular, tá bom, fica tranquilo.
- Não vai na academia, não?
Sorrio para Dante, e minto:
- não papai.
TONY:
Recomponho-me, tomo uma ducha, troco as roupas, e Luigi também, voltamos até a sala da reunião, só os mais confiáveis nos acompanham agora, mesmo com a guarda baixa, não paramos de nos encarar, e eu não paro de pensar em Aurora nos braços dele, e faço o quê? Me enfio na bebida, Mateo percebe e fala:
- Tony, tenta ficar sóbrio, se precisarmos fazer alguma operação, para pegar Vicenzo, ou resgatar Aurora, como você vai, assim, pode demorar dias, para os acharmos, fica sóbrio.
E tira a garrafa da minha mão, que eu já estava bebendo, direto da garrafa, Luigi é mais calmo, e centrado, mas, acredito que ele não viveu, o que vivi, esse ultimo ano, enquanto ele foi criado na Inglaterra, com sua mãe, eu vi mortes, e muitas vezes, eu matei, por essa organização, pela família, por isso chegamos no topo.
- Alguma novidade do Castellani e de Laura? Já colocou homens perto de Aurora?
- Sim Tony, tem homens acompanhando tudo, e estamos perto de Castellani, vamos seguir o tal de Axel, o Luigi disse que ele é contratado por Castellani, e já avisamos Dante sobre ele, para mantê-la longe dele.
- Ela ainda não sabe de nada disso não é?
- Dante disse que não.
Eu olho Luigi, com muita raiva, mas, controlo-me, se hoje eu fosse Aurora, eu escolheria Luigi, sou muito instável, então tenho que aprender a ser mais controlado, ele senta com muita indignação no seu rosto, sente o meu olhar e fala:
- Não precisa falar nada Tony, eu sinto-me culpado, de te-la deixado perto dele, Axel é tão louco quanto Laura, mas, acho que devíamos contar a ela, Aurora é forte, e melhor seria deixá-la alerta.
- Você não a conhece, Luigi, se ela souber que esta sendo seguida, e Laura escapou, ela vai surtar, ficará assustada, deixando nos dois distraídos, nos precisamos estar alerta.
Ele sente que falo querendo mostrar-lhe, o quanto ele não a conhece, fecha a cara com raiva, mas não deixa a oportunidade passar e responde, criando um clima:
- Terei tempo de conhecê-la, quando ela estiver segura, se fosse eu, teria matado Laura e o pai dela, meses atrás, quando você teve oportunidade.
- Luigi Rossi, a fama da sua família é de não seguirem regras, julgamentos, e fazerem negócios proibidos, pela organização, não me surpreenderia você agir assim.
Ele fica bem irritado, senta, sorri, e não perde a pose respondendo:
- O meu pai morreu, lembra? Assumi agora, e vou mudar, tudo de errado que ele fazia, mas… jamais, alguém tocaria em quem amo, e sairia vivo.
- Penso igual, e fiz isso, com o seu pai.
A minha ama chega, nos chamando para comer, como se soubesse o momento certo para entrar, interrompendo a nossa discussão, e continua a olhar Luigi, de maneira estranha, Mateo, acalma-me:
- Tony, você é o líder, aja como um, não caia em provocação.
Todos vão comer, é até bom ver a casa cheia, e conversas amistosas, em outro momento seria prazeroso, agora não tenho fome, preciso de ar, e fumar, longe de Mateo, vou para cozinha com a minha ama, e aproveito para ver se ela esta me escondendo algo.
Coloco o cigarro na boca, quando vou acender, ela tira, joga no lixo, dá um leve t**a, no meu rosto e fala:
- Sem essa porcaria na minha cozinha.
- qual é, to precisando.
Ela olha-me seriamente, e segue arrumando tudo, Stella a ajudava, sai, quando me ve ali, ela sempre foge de todos nós, chega a ser engraçado, o medo que ela tem de Mateo, m***r alguém por olhá-la.
A minha ama disfarça, e evita olhar-me, nos olhos, depois a chamo e peço para sentar, ela não o faz, levanto e sento na pia:
- Tony, desce dai você não é mais uma criança.
- Vai me falar, o que houve quando viu Luigi? Ou de onde o conhece?
- Não foi nada meu filho, pensei ver outra pessoa, já disse, não o conheço.
- Não acredito, pois eu também o reconheço, e nem imagino de onde, e ando sonhando ama, com a minha mãe, e outro menino...
Ela assusta-se, e quebra um copo, eu pulo da pia, e corro pegar um pano, para limpar um corte, que ela fez na mão, ela segura o pano e antes de sair para limpar, ela fala-me:
- Meu filho, tem coisas que devem ficar no passado, você passou muitas coisas, que não merecia, isso te marcou, são só sonhos, esquece.
- Então, confirma-me indiretamente, que já conheço Luigi.
- O seu pai e Mário, já foram amigos, e a nossa casa vivia cheia de garotos, lembra, os negócios os afastaram, só isso.
- Eu vou buscar Aurora, e depois quando tudo tiver em ordem, vou descobrir, você querendo, ou não.
- Meu filho, só estou cuidando de você, eu amo você.
- Eu sei, eu também amo você.
A abraço, e saio, ela deixou-me mais tranquilo, quanto a minha paranoia, tem um fundamento, mas meu pai e Mário, amigos, essa não sabia, vou para o telhado, no solar, antes desço até a nossa adega, onde guardamos as bebidas, para pegar uma garrafa todinha para mim, escuto ruídos, saco a arma, desço na ponta dos pés, e espio, antes de entrar.
Deparo-me, com Mateo, com as calças, até os joelhos, agarrado as nádegas de Stella, que está entrelaçada a cintura dele, agarrada no seu pescoço, eles transam, intensamente, encostados na parede, no começo do outro lance de escadas, que descem para o porão da adega.