TONY:
Ele respira, e olha tudo a sua volta, ele está totalmente deitado na cama, por conta do tiro no abdômen, então ele não conseguiria sentar assim, e nem sei se pode, ele tenta novamente, eu seguro-o e falo, colocando a mão dele no curativo:
- Você esta no hospital, agora sossega, não pode levantar, e sentar, olha, sente, a ferida do seu tiro, ainda não cicatrizou.
- Não me lembro direito o que houve na praia, Tony.
- Você não quis colocar colete, lembra? Tomou 3 tiros.
- Voce me resgatou? Podia ter fugido com Aurora, e me deixado la.
- Podia, mas não fiz, e você está vivo, e acordado para voltar a irritar-me, e agora, você me deve uma.
Ele tenta sorrir, e sente dor, então para e fala:
- No fundo, você me ama.
- Chega de falar, você esta com dor, vou chamar o médico e avisar a sua mãe, e Aurora.
- Ela ta aqui? Ela vai-me m***r, e Aurora, esta bem?
- Sim ela esta bem graças a você, que entrou na frente dela.
Saio, para Chamar o médico, e sim Luigi, gosto de você, antes de tudo, teria-te deixado na praia, sem Aurora, teria-te deixado, mas, agora, sou grato, por Aurora, ter-me feito te salvar, acho que esse seria meu maior trauma, não ter socorrido um irmão.
O médico o avalia, e explica tudo que fez com ele, e fala:
- Sr. Luigi, é espantoso, a rapidez que acordou, e como esta se recuperando, logo tera alta.
- Dr. posso-me sentar, e levantar, tomar um banho? Não suporto mais essa posição.
Voz dele sai bem fraca ainda, as enfermeiras levantam a cama levemente, Luigi perde a cor e fica enjoado, e sente dor, o médico logo fala:
- Por enquanto só isso que posso fazer, não dobre o seu abdômen, você ira sentir um pouco de desconforto, se tudo correr bem hoje, amanha talvez te levante.
- Obrigada Doutor por tudo, não vejo a hora de ir embora, e depois manda a conta para o Thomas.
- Luigi, já está tudo pago, seu irmão, além de Doar sangue para você, pagou as suas despesas, salvou a sua vida, só descanse, e se recupere.
- Ele não é meu irmão não Doutor.
- Vejo quem tem muito a conversar.
Ele sai, e Luigi olha-me, com o maxilar preso, e muito confuso, tenta falar algo:
- O que ele disse? Você me doou sangue?
Pego o seu celular na mesa de apoio, e dou a ele, ainda em silêncio, ele abre a mensagem da mãe dele e a lê, por completo, vejo, lágrimas caírem no seu rosto, transformado pela dor.
Fico estático, parado, com as mãos no bolso, olhando enquanto ele lê, ele limpa com dificuldade as lágrimas, e me entrega o celular, eu pego, e termino de ler, confesso, estava curioso.
“… não podia falar, mas Tony Ricci, é meu filho mais novo, lembra quando dizia, que sentia falta do seu irmão? Eu insisti que era sua imaginação, até você o esquecer, precisava, estava fugindo do Mário, e do Ludovico, que me proibiu de levá-lo, morri dia a dia, longe dele, agora, sem Mário e sem Ludovico, posso contar toda a verdade, espero, que me perdoe e me escute, EU AMO vocês, meu filho”
Agora eu solto algumas lágrimas, devolvo o celular, limpando o meu rosto, ele fala:
- Eu não sabia, nunca na minha vida toda, imaginaria isso.
Respondo:
- Eu também não... estou disposto a ouvi-la, são anos de perguntas, sem respostas, quando voltarmos, vamos conversar, espero que você também participe.
Ele fala um pouco impaciente, e os seus aparelhos ligados so peito, fazem um barulho, e mostram alteração:
- Eu perguntei muitas vezes, ela nunca se abriu comigo, não sei o que sinto, raiva, eu tinha para onde ir, e apanhei dia após dia, daquele... do Mário, eu perdi as contas das vezes que ele a violentou, e eu via tudo…
Respondo, ficando preocupado, com a sua alteração:
- Luigi, tenta se acalmar, quer alta não é?
Ele balança a cabeça que sim, e os aparelhos parar de apitar, a enfermeira, já estava, na porta, faço um gesto para ela ir, e continuo:
- Somos irmãos, de famílias muito importantes, e agora temos muitos inimigos, os mesmos inimigos, se recupera, depois resolvemos o que faremos, vou tomar algo e fumar, e deixar você um pouco só.
Viro-me para sair, ele fala:
- Tony… não sei como agradecer, por ter me resgatado e doado o seu sangue.
- Jamais deixaria um irmão sem ajuda.
AURORA:
Acordo e não vejo Tony, algo importante aconteceu, deixou cigarro, bebida tudo na mesa, e saiu, vejo o recado no meu celular, ele foi ao hospital, vou deixá-lo, ter o seu momento com Luigi, levanto-me e doí tudo, estou exausta, sequestro, tiroteio, e depois horas de s**o intenso, tomo outra ducha, o sol já brilha.
Tomo café com Sara, Anne, Dante e Romeo, e faz-me bem, Sara, é uma mulher maravilhosa, posso sentir, muito amorosa, ela deve ter sim uma explicação ótima, por ter deixado Tony, trata-me com muito amor, e cuidado.
Ela percebe Tony não aparece e pergunta:
- Tony, não vai descer? E toma café da manha?
- Perdoa dona Sara, esqueci de falar, ele foi ao hospital, antes do dia nascer, nem o vi sair, ele ate gosta de café, mas se estivesse aqui, estaria bebendo whisky, a essa hora da manha.
Todos riem, pois sabem que é verdade, ela fala, vejo lágrimas nos seus olhos:
- Que bom que ele está lá, fico feliz, quero que eles se entendam.
- Ele estava diferente ontem, calmo, pensativo, o Tony de antes, quebraria tudo, gritaria com a gente, ele não sabe lidar com os seus sentimentos sem agressão.
- Como o pai dele minha querida, tudo era como ele queria, se não, ele surtava, e passava por cima de todos.
- Tony casou-se com Laura, a contra gosto, ele o forçou, mas já passou, não gosto de lembrar dela.
Achei que estava bem, mas ao lembrar de Laura, a vejo morta, as minhas mãos tremem, derrubo um pouco do café, Sara, segura a minha mão e fala:
- Vai melhorar, tenha calma, vamos mudar o assunto.
Sorrio, e disfarço, acredito, que a minha mente vai me sabotar mais vezes ainda, por um tempo, vou precisar curá-la, ou buscar ajuda para isso.
O meu celular toca, vejo que é Tony, ele me avisa que Luigi acordou e o médico o esta examinando, ficamos radiantes, e corro-me arrumar, Sara, chora muito ao receber a notícia e também se organiza para irmos até ele no hospital.
Romeo se despede de nos e volta a sua rotina, digo a ele, que vou voltar com Tony, para a Itália, ele concorda e diz que logo, ele e Anne irão me visitar, que resolveram assumir o namoro, fico muito feliz, parece que tudo esta dando certo dessa vez, Dante também me avisa que muralha já está em casa, também se recuperou milagrosamente.
Chego no hospital, e Tony e Luigi conversam vejo que choram, espero um pouco, vejo que Tony esta para sair, então não resisto e entro.
TONY:
Aurora chega, e entra, correndo até Luigi, me matando de ciúmes, tenta abraçá-lo, mas ele geme:
- Meu Deus Aurora, calma, estou bem.
- Desculpa Luigi, estou feliz, em te ver bem, obrigada, por me salvar, por tudo.
- Você esta bem? Isso é o importante.
- Estou, sim, graças a vocês, e agora, você é da família.
Ele fica sem graça, ainda é novo, e estranho, então falo:
- Amor, busca um café para gente, por favor.
Ela entende, beija a testa de Luigi, que fica sem ação, sei que ele sente algo por ela, deve ser terrível, mas ele mantém a pose, ela vem tem até mim, beija-me e vai, antes de sair e deixá-lo com Sara eu falo:
- Luigi, preciso-te falar algo, quando Laura atirou em você, Aurora ficou desesperada, e cheia de raiva, ela matou Laura, de forma agressiva, ela atirou várias vezes nela, foi até ela, e atirou na cara dela.
ele fica novamente preocupado:
- m***a! Todos morreram? Vicenzo, Axel, e Conrad?