Capítulo LIV. Ameaça " A ameaça quando bate à porta é pior do que gatilho sendo acionado, mata aos poucos e mina com a sanidade." Cícero Cheguei à porteira exatamente às cinco, como prometido. Sempre detestei esperar, mas o que realmente me incomodava era imaginar minha mulher sob o olhar de outro homem. E ainda por cima, daquele tal de Eduardo Caldas Novas. Já ouvi rumores sobre ele — trinta e poucos anos, boa aparência, cheio de charme e proprietário de vastas terras. Agora, também era o responsável pelo local onde minha ruiva passaria o dia. Ela surgiu com um sorriso, os cabelos presos em um coque despretensioso, a blusa um pouco amassada, mas ainda exalando o perfume que tanto amo. Entrou no carro com aquele jeitinho doce que sempre me encanta. — Oi, meu amor, você esperou

