–Outra vez, tive aquele mesmo pesadelo...– minhas mãos estava escorada contra meu rosto, na poltrona de coro.
Mary, com seus braços segurando uma prancheta e as pernas enlaçadas de um modo não s****l mais inevitavelmente sexy, me encarava por trás daqueles óculos redondos e sem graus, que jurava fazê-la parecer profissional. m*l sabe ela que fica mil vezes mais gata. Seus cabelos longos e ruivos, presos em um coque levemente bagunçados, me fizera perguntar se ela deixava assim de propósito
– Gostaria de compartilhar dessa vez ?– A pergunta em sua voz séria e blanda, despertou minha atenção de volta a consulta.
– Você já deve saber. É um boato, que embora silenciado, todos que interagem com a família Hiden, sabe.
– Eu não procurei as fofocas, e nem perguntei por aí. – ela ergueu a armadura de seu óculos de volta para o lugar. – Mas admito que ouvi algumas histórias.
A brisa fresca me distrai por um instante, quando serenamente, a carícia do ar, levanta os finos tecidos da cortina branca. É tão sereno. respiro fundo aproveitando o único momento em que minha vida não está tão agitada.
– Adam...– Ouço risadas perdidas de duas crianças brincando de pique-pega. uma das crianças é muito pequena para acompanhar os passos da mais velha, que chamava pelo seu nome. mas ambas tinham algo em comun. Ambas as duas percorriam o campo florido sem nenhuma preocupação preenchendo suas pequeninas cabeça.
Abro os olhos sem notar em que momento havia fechado. Mary me observava em silêncio.
– Eu nunca quis machucá-lo.– sussurrei mais para mim do que para Mary.
–Tudo bem, Adam. Você era somente uma criança.
– Ele não pensa desse jeito.– Voltei meu olhar para o chão. – Nossas famílias raramente se viram depois daquele dia.
– Que dia, Adam ?
– Você sabe.
– Mas é importante que diga em voz alta. Você precisa perdoar a si mesmo.
Agarrei o acento da poltrona ainda fitando o chão com um olhar longivo e tristonho.
– Porquê eu me perdoaria ? – sorrio. –Ele jamais me perdoou.
– Ainda sim, quero que diga em voz alta.
Ergo o olhar na direção de Mary. – O dia em que atirei no olho de meu tio.
O sol saiu de cena, dando espaço a um vento de c******r os ossos. Já não é tão tranquilo
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– Pará onde vamos, jovem mestre ?– perguntou o guarda costa para o homem de cabelos pretos, olho vermelho, utilizando um Terno escuro. A camisa social interna, aberta por alguns botões, revelava o inicio de uma tatugem acima da pele definida. Era a marca da máfia.
Jackie permaneceu calado por um bom tempo. Ainda não estava certo do que estava prestes a fazer. Mas derrepente, quando os fios de seu cabelo rossou sob o tampa olho marcado em seu rosto privilegiado, Jackie não possuía mais incertezas :
– Vamos fazer uma visitinha a minha velha irmã, e meus amados sobrinhos.
O homem tremeu sob a voz fria e monótono de seu jovem mestre. Jackie possuía 23 anos e não visita sua irmã a mais de 12 anos. O moreno guardava um forte ressentimento contra família de sua irmã, mesmo que a mais velha o visitasse uma vez ou outra. Ele a amava, mas tinha uma vingança pendente com seu filho caçula.
Jackie abriu as pernas sob o acento aconchegante da Mercedes preta. Ele retirou o palito revelando o colete e uma camisa social branca com alguns botões desabotoados. Jackie era um jovem com um rosto agradável e simpático, entretanto, o única detalhe que para os outros era muito atraente, foi a área que teve de se adaptar depois de longos anos de recuperação.
O único olho avermelhado que lhe restava, o encarava devolta no reflexo do vidro. Jackie passou a mão sob o tampa olho, seu semblante distorceu de jovem cálido e agradável, para um mafioso marcante e sanguinário.
– Já passou da hora daquele muleke arcar com as consequências de seus atos.—A imagem através da janela, se transformou em vários vultos que Jackie preferia ignorar.
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O som estridente do salto alto de bico fino de Hanna Hiden, batia apressado no chão liso e branco de sua casa. um sobretudo bege pousado sob seu finos ombros, escondia parcialmente o conjunto de macacão preto refinado com suas mãos repolsadas sob os bolsos. o óculos que protegiam seus olhos do sol, guardava um olhar verde e bastante expressivo, destacando seus curtos cabelos loiros e o batom avermelhado marcado nos lábio.
No rosto da mulher aparetemente requintada e severa, havia uma densa nuvem de preocupação. Seu extinto materno dizia para ela se apressar ou algo r**m poderia ser inevitável de acontecer.
– Senhora, por favor! um pouco mais devagar.– Disse sua secretária tentando acompanhar os passos da poderosa mulher, que para o seu desafortunio, era mais alta que si. Dinda observou as pernas longas de sua patroa tentado não perder o ipad preso em mãos, enquanto corria atrás dela. Ela tinha uma profunda queda por aquela mulher, mas...
– Não posso. Estou com um m*l pressentimento.– Mas devido as sensações obscuras que gira em torno da família Hiden, Dinda jamais demonstrou seus sentimentos diante a patroa.
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–Bom..– Após minutos de silêncio, Adam finalmente disse : – Acho que podemos considerar nossa sessão encerrada por hoje.
Adam levantou-se esticando a mão para maçaneta, mas Mary o interrompeu :
– Espero que possa compartilhar o motivo pelo qual atirou no rosto de seu tio, na próxima sessão.
Adam abriu a porta sem da uma resposta definitiva. fechando-a do lado de fora, escorou contra ela, respirando fundo. Mas não se permitiu manter-se assim por muito tempo, pois o som do salto alto de sua mãe, fez esconder a postura decadente com um sorriso falso, porém reluzente
– Oi mãe! onde este...– A mulher não deixou que ele encerra-se. Em questão de segundos, de olhos fechados, tomou o filho em seus braços.
Dinda até apreciaria o momento mãe e filho, se não estivesse morrendo. A mulher repousava as mãos no joelho, respirando feito um fumante velho prestes a ter um infarto. Ela ergueu o dedo para o par de mãe e filho, pedido um descanso.
Adam após vê o estado da secretaria, não sabia se acariciava as costas da mãe, ou se perguntava se o mundo estava acabando lá fora.
– Fiquei tão preocupada. – Sussurrou a mulher em seus braços. – Pensei que algo houvesse acontecido contigo. – Adam sem entender muito bem, apenas acariciou as costas da mãe finalmente permitindo-se aconchegar em seu abraço.
– Falar nisso,– A mulher afastou-se novamente voltando com seus passos ansiosos. – Devemos entrar em contato com seu irmão mais velho e checar se ele está bem.
Adam não compreendia o que estava acontecendo, mas ainda sim seguiu a mãe. Dinda ainda recuperando o fôlego atrás deles, olhou para mulher aterrorizada :
– Senhora! tenho certeza que jovem mestre Dylan, está em uma das praias de Dubai aproveitando a vida.– Disse Dinda correndo atrás de Hanna e Adam.
– Ficarei mais tranquila se vê com os meus próprios olhos.– respondeu. – Felizmente, já sei que Adam está bem.
Dinda queria chorar. Adam sorriu meigo para ela tentando comprá-la com solidariedade.
– Isso não vai bastar dessa vez.– Os olhos ferozes de Dinda estavam postos em Adam, que escondendo a condescendencia, riu.
– Eu tinha de tentar.– respondeu entre risadas e esquivos dos tapas da mulher que tentava o acompanhar.
Hanna, fixa no m*l pressentimento em seu peito, que a cada segundo aumentará, abriu a porta do escritório deixando Adam e Dinda, que corriam um atrás do outro, entrarem primeiro.
Os olhos de Dinda ficaram esbugalhados, ao avistar a figura atrás de Adam. O sorriso do loiro morreu quando percebeu que a mulher já não estava brincando.