4 - Retorno

1876 Words
– Claire, por qual motivo você não me aceita? - Perguntou Rufos desnorteado. – Quantas vezes eu tenho que te dizer que eu não amo você? - Falou Claire impaciente. – Como pode saber se não me deu nenhuma chance? – Escute bem: EU NÃO SOU SUA NOIVA! Pare de espalhar boatos pela cidade... Você me traiu quando eu ainda era adolescente e continuou sendo um escroto, não amadureceu em nada e ainda por cima, fica atrapalhando a minha vida? - Falou Claire indignada. – Claire, eu juro que mudei. – Ah sim, quantas vezes você já me jurou isso antes? - Perguntou cruzando os braços. – Claire, isso não é justo! Foram somente algumas vezes que eu prometi. – Já chega! Se você continuar a me azucrinar, não terei outra alternativa a não ser contar para o meu pai. - Falou Claire com um sorriso maquiavélico no rosto. – Não Clair, tudo menos isso! - Suplicou Rufos. – Ahh meu pai vai adorar saber sobre as suas jogatinas e tramóias que armou para saqueá-lo. – Como você sabe de tudo isso? - Respondeu horrorizado. – Quer mesmo saber? – Não! Você não tem provas... – Ahhh se tenho... É só perguntar para o Daniel! – Por que me odeias tanto? - Perguntou Rufus segurando o braço de Claire. – Me solta! - Claire falou furiosa. – E se eu não quiser? - Respondeu Rufus com malícia no olhar. Claire não esperou as coisas piorarem, simplesmente sorriu para ele, se aproximou como se fosse o beijá-lo e o acertou nos "países baixos" (se é que me entende). Rufus despencou no chão por causa da dor e Claire abaixou-se próxima do seu ouvido e disse: – Nunca mais encoste em mim! Vou fazer questão em lembrá-lo dessa nossa "troca de carinhos". - Claire se levantou e saiu com ar de triunfo. Claire estava com tanta raiva que m*l ouviu seu pai chamando. – Claire! Você não escutou eu chamando 3 vezes. O que houve? - Perguntou papai com cara de preocupado. – Rufus! Preciso dizer mais alguma coisa? – O que ele fez agora? Quer que eu mande prendê-lo? – Quero ele bem longe da nossa fazenda e isso já será o suficiente. – Vou falar com ele. Ah! Antes que eu me esqueça, você poderia receber um convidado que acabou de chegar? – Convidado? - Perguntou Claire franzido o cenho e cruzando os braços na frente do peito. – Sim, amigo de longa data... Preciso conversar com ele, mas como vou resolver com Rufus primeiro... – Eu vou! - Claire interrompeu seu pai. - Onde ele está? – Na sala de recepção. – Perfeito então! Tô indo. - Disse Claire feliz que iria se livrar de Rufus indo em direção a sala de recepção da fazenda saltitando. – Isso será interessante, coitada de Claire, ela vai ter um ataque. - Falou Carlos dando risada. - Agora Rufus não perde por esperar. ********************************************** Quando Claire chegou na sala para receber o "tal convidado", ele estava de costas e parecia uma silhueta conhecida, mas Claire pensou que era algo da sua cabeça. Então forçou um sorriso (tudo pelo seu pai) e decidiu dar "Boa tarde". –Olá, boa tarde! - Disse Claire com o seu melhor sorriso. A silhueta virou e o coração de Claire parou por uns instantes. "Não era possível!" – Olá docinho! Sentiu a minha falta? - Eu disse. Claire recobrou a consciência, respirou fundo e decidiu revidar. – Ah, é só você... Se eu soubesse, tinha mandado um peão te receber. Perca de tempo! - Disse ela girando no calcanhares para sair. – Docinho, foi tão r**m assim ficar sem mim este tempo todo? - Falei segurando seu braço. Claire olhou para minha mão em seu braço com ódio, mas simplesmente se segurou, olhou para mim e disse: – Foi tranquilo ficar sem você, até arrumei um noivo! - Disse sorrindo com ar maquiavélico. – Eu fiquei sabendo e vou te dizer que não gostei nenhum pouco disso. – Você não precisa gostar, tem a sua vida e eu tenho a minha. Você se enrosca com quem quiser e eu faço o que quiser. Muito simples né? Ela estava tão linda que eu não consegui me conter, ainda mais por ela estar tão brava comigo. – Vamos ver se esse seu argumento é válido. Puxei-a para mim e cheguei com meus lábios bem próximos dos dela, beijei suas bochechas e nariz, afastei um pouco o rosto para analisar suas reações e vi o quanto eu ainda provoco nela. Derrepente ela voltou em si e eu senti uma dor terrível "entre as pernas" se é que me entende. – Hoje é o dia! Não deveria ter saído da minha cama! - Respondeu Claire saindo batendo os pés de raiva enquanto eu ainda estava caído no chão. – O que houve Misha? - Perguntou Carlos desesperado. Eu me recompus um pouco, deixei a dor cessar, sentei no chão e respondi: – Eu aprontei e Claire me puniu. - Disse sorrindo. – Ué, mas por qual motivo está sorrindo, meu rapaz? – Sogro, eu tive certeza de que ela me ama ainda! Isso para mim já basta, por hora. – Você não desiste mesmo! O que quer não deixa passar... – Eu sempre amei a Claire, mas por conta dos perigos que passei por causa do meu tio, não pude ficar com ela. Tentaram me matar ao menos 3 vezes, o que fariam se soubessem da existência de vocês? – Eu sabia que você gostava dela, isso era só questão de tempo até vocês se resolverem. – Olha, do jeito que eu conheço a peça, sei de certeza que não será fácil convencê-la de que a amo e de que ela me pertence. – Isso é forte demais garoto, se ela te ouve falando isso, com certeza você iria apanhar. – Eu sei, mas ela vale o risco. – Rapaz, tu não toma jeito! Ela não conseguiu te perdoar por causa das modelos que viu você saindo. – Eu tinha que manter as aparências, não dava simplesmente para deixar como "O puritano" de uma das maiores empresas multimilionárias do país. – Vai dizer que não dormiu com elas? - Perguntou Carlos sarcástico. – Sei de onde Claire herdou tamanho sarcasmo. - Falei rindo. – Já respondeu a minha pergunta. - Disse Carlos rindo. – Como disse, eu tinha que manter as aparências, mas nunca deixei prolongar porque sempre avisava que amava outra pessoa. – E isso era o bastante para elas desistirem? - Perguntou Carlos com o cenho franzido. – Tinha algumas que insistiam em querer me ver, mas nunca passei mais que uma noite com outra pessoa. – Por causa de Claire? – Sim, eu sempre pensava nela e não conseguia ir para frente com qualquer relacionamento. – O que exatamente aconteceu entre vocês, naquele dia que você decidiu se mudar? – Eu a beijei.   Carlos me olhou com espanto e ficou sem reação por alguns instantes.   – E foi por isso que eu não tive mais sossego na minha vida. Revivo este momento todos os dias. - Eu falei passando as mãos entre os meus cabelos. – Filho, realmente você vem se torturando durante esses 8 anos? - Falou Carlos com expressão chocada. – Não é assim que eu encaro, até porque me deu forças para lutar contra o meu tio e recuperar o meu império. Eu revivia este dia e surgia esperança de que algum dia, eu iria conseguir beijá-la novamente. Soa patético né? – Não, pelo contrário... Quem o vê, tem uma impressão totalmente errada do cara que está parado a minha frente expondo seus sentimentos. – Sério? Como você acha que a sociedade me vê? – Galanteador, mulherengo, frio, charmoso, poderoso... É o que está escrito neste artigo aqui! - Carlos tirou o celular do bolso e me mostrou a matéria. – Mesmo eu ter ido embora, você continuou seguindo as matérias que saem sobre mim? - Eu perguntei emocionado. - O senho não existe. - Eu falei o abraçando. – Rapaz, desta forma eu irei perder a compostura. - Disse Carlos se emocionando. – Você sabe que eu amo vocês e que sou grato por tudo que fizeram. Tive os meus motivos para ficar 8 anos afastado, mas falava com você sempre que podia. – Eu sei garoto e tenho orgulho pelo o que se tornou. Garanto que seus pais estão te olhando lá de cima com sorrisos nos lábios. Eu e Gina aprovamos você como genro há anos. – Oi? - Eu me afastei do abraço para olhá-lo com expressão de surpresa. Carlos riu. – Sim, já sabíamos que vocês se gostavam muito antes de vocês descobrirem tal sentimento. Te falei que dávamos a nossa benção a vocês naquela época. – Eu realmente não sabia o que pensar quando me disse, poderia ter se arrependido por causa dos casos que tive. – Vou te falar que não foi fácil olhar as manchetes de jornal, mas quando eu via, sempre havia tristeza em seus olhos. Sabia que "aquele Micha" todo poderoso, na verdade era uma farsa. – Sou tão expressivo assim? - Eu falei passando as mãos no cabelo. – Sim! Mas, me diz uma coisa: quando foi que você deixou esse cabelo tão comprido?   Eu comecei a rir.   – Por que? Não gostou? - Eu o provoquei. – Bom, não sou eu quem tenho que gostar. - Disse Carlos dando de ombros. – Isso seria estranho. - Falei dando risada. – Pai! Desculpa atrapalhar a sua reunião, mas preciso que venha dar uma olhadinha na Mimosa. - Claire entrou na sala de repente interrompendo a conversa. – O que houve com a Mimosa Claire? - Perguntou Carlos preocupado. – Ela está com dificuldades em ganhar os bezerrinhos. – Já chamou o Eduard? – Já sim, está a caminho. - Disse Claire saindo da sala. – Devo me preocupar com o veterinário? - Perguntei com o cenho franzido. – Digamos que Claire não tem olhos para ele. Ele já a convidou para sair várias vezes, mas ela negou todas. – Boa notícias! - Eu comemorei. - Mas já adianto, não gosto dele. – Eu não tenho nada contra o profissionalismo dele, mas não o quero como genro. Tudo bem que Claire é quem deverá escolher, mas ele é muito "mulherengo". – Vish, mas eu também estou nessa lista. - Eu falei desanimado e passando as mãos nos cabelos, preocupado. – Você eu tenho certeza que era só aparência.   Eu o olhei com os olhos arregalados. Sim, Carlos me conhecia muito bem. Nesses anos todos que haviam passado, eu até tive alguns casos, coisa de uma única noite, mas na maior parte do tempo, eu passava sozinho. Nunca tive muito tempo para pensar nisso, ou até mesmo me dar ao luxo de relaxar porque sempre havia alguém me espionando, tentando me matar e por aí vai. Quando eu podia e meu cérebro entendia a necessidade, eu sonhava com a Claire e acordava "ensopado" se é que me entende. Amadureci com o tempo, tenho mais experiência e sou descarado, mas ainda assim, não sei como vou conquistar a "fera". Ainda não sei, mas vou descobrir! Saí da sala seguindo Carlos com ar triunfante.
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