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Piratas

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Blurb

Amy e Matthew.

Ou como se conheciam quando menores: pequena e grandão.

Eram apenas duas crianças quando foram jogados em um navio e obrigados a trabalhar. E eram apenas dois adolescentes bobos quando foram separados por ele: o rei dos piratas

Matthew, agora capitão de seu próprio navio, visa uma única coisa: destruir aquele responsável por tirar sua pequena dele.

E Amy, que finalmente havia escapado das garras do homem, acaba se infiltrando na tripulação de um capitão peculiar com o qual começa a viver grandes aventuras para derrubar aquele que ambos odiavam

Embarque em uma história de reencontros onde o laço entre duas pessoas pode ser forte ao ponto de vencer não só distâncias, mas também o tempo.

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Capítulo I
Matthew on   -ACORDEM SEUS PIRRALHOS IMUNDOS! -grita o homem demônio- VOCÊS TÊM UM NAVIO INTEIRO PARA LIMPAR!   Cerro os punhos, irritado. Seguir ordens nunca foi meu forte. Sobretudo quando se é e*****o em um navio de piratas sequelados    -Calminha aí grandão-escuto a voz da única pessoa que me traz paz em tanta desgraça    -Oi pequena-digo me virando e me deparando com aquela que me faz rir desde que chegou aqui    Eu tenho 12 anos enquanto ela tem 10. Não sei o nome de verdade de absolutamente ninguém dentro deste navio e obviamente eles não sabem o meu.    Tudo isso baseado no conceito de que não somos ninguém, somos apenas ferramentas. Não há individualidade, não há identidade para pessoas como nós que somos submetidos às ordens de um capitão egoísta e ultrapassado.   Estou aqui há 7 anos, graças ao meu pai que me trocou por uma garrafa de rum e alguns cigarros. Excelente pai não é mesmo?   Desde os 5 anos sendo criado por marujos bêbados e um capitão i*****l que não dá as caras e não se preocupa com sua tripulação.    Foi então que em uma noite ela foi simplesmente jogada porta adentro. Uma garotinha de 6 anos, cabelos negros como a noite e olhos azuis como o mar.     O convés, repleto de crianças e até mesmo idosos na mesma situação que nós, ficaram assustados com a presença de uma garotinha naquele meio.    E então, quando um senhor foi ajudá-la a se levantar, ela o chutou bem no meio das pernas e gritou alto e claro: NÃO ME ENCOSTEM SEUS IMBECIS!    Eu, que não ria há anos, não contive uma estrondosa risada ao ver o pobre senhor se contorcendo na frente de uma garotinha de meio metro e os membros do convés se sentindo intimidados.   Óbvio que ela me olhou com um olhar mortal e depois disso viramos melhores amigos.   -Preparada para mais um dia de limpeza? -indago e ela revira os olhos   -Eu fico com a proa dessa vez-fala sorridente   -Nem a p*u! -falo irritado- e se o i****a do capitão aparecer na poupa e decidir falar: "SEU i****a, LIMPE O CHÃO ATÉ QUE POSSA VER MEU ROSTO NELE"-falo imitando a voz do homem que odeio e a garota começa a rir    -Aí você limpa o chão e o presenteia com um espelho-fala dando de ombros e essa é minha vez de rir    A pequena era inteligente e tinha uma língua afiada para uma garotinha de 10 anos. Com cabelos cacheados e negros e olhos azuis, poderia até passar por uma nobre. Mas com essa fúria e determinação? Nunca ficaria assentada sem fazer nada   -Eu fiz algo para você-falo antes que me esqueça   -Você? Fazendo algo pelos outros? Achei que só roubasse carteiras por aí quando atracamos-pontua cruzando os braços e eu reviro os olhos   -Eu roubo desde os 6 anos, pequena, não me venha com esse papo. Sou o melhor ladrão que esse mundo já viu-pontuo orgulhoso    A vida não era fácil para nós, pobres. Todos aqueles que nasciam fora dos palácios das ilhas eram simplesmente esquecidos e tratados como lixo   Meu pai nunca me quis e minha mãe morreu no parto. O que restou foi eu e um bêbado que que me usava para aplicar golpes    E quando isso não foi suficiente ele me jogou para trabalhar em um barco em troca de bebida e cigarro.    Todos nós que estávamos neste convés, amontoados e dormindo no chão com a presença apenas de um cobertor rasgado e pequeno, não tínhamos outra escolha a não ser trabalhar involuntariamente.    E apesar disso, essa garota conseguia trazer uma leveza para as coisas e eu de alguma maneira me tornava um grande otimista perto dela   Minha primeira risada, meu primeiro sorriso, foi no dia em que ela chegou. A garota não sabe, e ficará com o ego inflado demais se souber, mas se não fosse por ela eu já teria me jogado no mar há muito tempo.   Bufo antes de levar minha mão ao bolso e retirar duas pedras preciosas: uma esmeralda e água marinha.   -Grandão... isso...-começa com a mão sobre a boca e olhos arregalados   Elas não eram grandes, na verdade eram apenas pedaços sem uma forma definida. Lascas, restos que não teriam valor nenhum aos olhos de um nobre ganancioso    -A verde é sua-falo entregando-a a pedra- e a azul é minha   Assim consigo sempre me lembrar de seus olhos quando a vir.    -Ela me lembra seus olhos-pontua baixinho enquanto passava os dedos pela pedra e tinha sua atenção voltada a mesma   -E a minha dos seus-falo sorrindo genuinamente    Ambos escondemos aquilo em meio às nossas roupas. Se achassem as pedras estaríamos extremamente ferrados   -EI, VOCÊS! -grita o apelidado homem demônio- ANDEM LOGO!   Bufo antes de cruzar os braços e subir até a parte superior do navio   E como sempre os esfregões já nos aguardavam e o sol já queimava nossos rostos   Horas depois   Finalmente desço em direção ao convés e caminho até o lugar onde sempre dormia. Depois de horas de limpeza, finalmente estava tudo terminado    Olho em volta à procura da pequena, mas não a vejo em lugar nenhum. Um aperto no peito se faz presente: ela sempre termina tudo antes de mim   Sempre   -Onde ela está? -indago alto suficiente enquanto olhava todos os presentes no convés que já haviam acabado seus serviços    A garota então aparece segundos depois sendo jogada no convés por dois marujos que antes a arrastavam pelos cotovelos.   Ambos saem logo de lá e eu corro para ajudá-la desesperadamente    -Pequena? -indago me ajoelhando no chão e erguendo seu rosto em minha direção   Os olhos da garota estavam cheios de lágrimas e vários hematomas se encontravam em suas faces e braços    A puxo para um abraço e ela não hesita em chorar em meu ombro de maneira dolorosa enquanto se agarrava em mim com força    Eu era tudo que ela tinha    Ela era tudo que eu tinha    Enquanto sussurrava em seu ouvido que tudo iria ficaram bem e fazia carinho em seu cabelo, pensava em diferentes maneiras de acabar com a raça de quem teria feito aquilo com ela    -Eu sabia que uma hora isso ia acontecer-fala sussurrando em meu ouvido- minha mãe sempre disse que essa era a única coisa que homens queriam.   Meus punhos cerram de maneira repentina e uma raiva absurda se faz presente em cada parte do meu ser    -Eu a odeio grandão-diz mais uma vez chorando e a maneira como ela me chamou pelo apelido partiu meu coração- odeio porque ela fez coisas horríveis comigo e você sabe disso. Mas eu não posso dizer que aquela mulher estava errada nessa   -Enquanto você estiver comigo nada disso nunca mais vai acontecer pequena-falo sussurrando em seu ouvido e beijo seus cabelos- eu prometo   Naquela noite eu não dormi.   Nem na seguinte    E nem nas próximas três    Eu simplesmente não conseguia    5 anos depois   -O que caralhos houve com você? -indaga minha pequena em um sussurro e eu sorrio de lado   -Não está acostumada a ver minha cara linda logo pela manhã? -indago   Ontem à noite uns caras estavam encarando a garota de maneira estranha logo que atracamos no porto de Genebra. Quando ela entrou em um bar para pegar as bebidas que o capitão encomendou, fui atrás dos idiotas para que eles a perdessem de vista    Digamos que só voltei para o navio hoje de manhã. Eles acabaram bastante com a minha fuça    Depois do que houve há 5 anos, eles tentaram levá-la mais uma única vez.   E isso resultou na morte de um marujo, meu primeiro -e por hora único- assassinato, e em enormes cicatrizes de chicotadas em minhas costas como punição pelo que fiz    Pelo menos não aconteceu de novo   Eu fiz uma promessa e vou cumpri-la    -Você é um retardado-fala rindo da minha cara e eu não evito sorrir- melhor ignoramos o treino de hoje?   Confirmo com a cabeça   A pequena, agora com 15 anos, de fato cresceu. No final das contas ela não era uma verdadeira baixinha, eu quem era um verdadeiro gigante. Ela chamava a atenção por onde passava, mas sabia se defender de maneira excepcional   À noite, quando todos dormiam, treinávamos esgrima e de alguma maneira nunca sabíamos quem iria ganhar. Começamos com isso depois do acontecimento de 5 anos atrás e evoluímos em cada oportunidade   Víamos o capitão lutando em alguns confrontos e quando parávamos em algum porto aproveitávamos cada oportunidade de aprender    Conhecemos um homem uma vez. Seu nome era Jeffrey. Se tratava de um senhor de uns 60 anos de idade que simplesmente era imbatível na esgrima. Ele havia nos dado um livrinho com alguns movimentos e eu e a pequena sempre competíamos para ver quem o dominaria primeiro    Eram técnicas diferentes que estávamos ansiosos para aprender a cada dia   Ela conquistava o respeito de todos por onde passava e aqueles que não eram dignos de sua presença eram secretamente abordados por mim   Ela me ajuda e eu a ajudo, ponto final   Mas tudo acabou rápido de mais   Na mesma velocidade em que eu a vi chegando por aquela porta há 9 anos, eu a vi ir embora   Um grupo de homens a pegam pelo braço e dessa vez não eram simples marujos desse navio.   Os olhos da garota se arregalam e ela consegue chutar e socar os homens para se libertar e correr em minha direção    Mas foi aí que uma risada se fez presente bem na porta do convés    -Ora, ora, ora...-fala uma voz assustadora e eu logo o encaro    Ele era alto, forte e tinha barba e cabelo longo. Um chapéu grande estava em sua cabeça e seus dentes amarelos se mostravam em um sorriso macabro.   A figura segurava uma bengala com uma caveira desenhada no topo e suas mãos estavam cobertas de anéis e joias.    Sua roupa consistia em uma calça de couro, blusa e uma enorme capa repleta de pontos brilhantes   Ele não era qualquer capitão    -O rei dos piratas-escuto uma voz assustada vinda de um dos homens do convés   Coloco a pequena atrás de mim e meu coração dispara    -Tragam-na -fala o homem barbudo antes de virar as costas    Mais oito homens entram no convés e vem em minha direção   Luto com minha vida e logo sou espancado por um grupo deles que claramente conseguiam dominar um menino de 17 anos facilmente   -PAREM! -grita a garota e sei que ela está chorando pelo tom sofrido de sua voz   A última coisa que vejo é ela me encarando com olhos marejados enquanto era levada embora. E foi naquele momento que ela levou uma parte de mim juntoMatthew on   -ACORDEM SEUS PIRRALHOS IMUNDOS! -grita o homem demônio- VOCÊS TÊM UM NAVIO INTEIRO PARA LIMPAR!   Cerro os punhos, irritado. Seguir ordens nunca foi meu forte. Sobretudo quando se é e*****o em um navio de piratas sequelados    -Calminha aí grandão-escuto a voz da única pessoa que me traz paz em tanta desgraça    -Oi pequena-digo me virando e me deparando com aquela que me faz rir desde que chegou aqui    Eu tenho 12 anos enquanto ela tem 10. Não sei o nome de verdade de absolutamente ninguém dentro deste navio e obviamente eles não sabem o meu.    Tudo isso baseado no conceito de que não somos ninguém, somos apenas ferramentas. Não há individualidade, não há identidade para pessoas como nós que somos submetidos às ordens de um capitão egoísta e ultrapassado.   Estou aqui há 7 anos, graças ao meu pai que me trocou por uma garrafa de rum e alguns cigarros. Excelente pai não é mesmo?   Desde os 5 anos sendo criado por marujos bêbados e um capitão i*****l que não dá as caras e não se preocupa com sua tripulação.    Foi então que em uma noite ela foi simplesmente jogada porta adentro. Uma garotinha de 6 anos, cabelos negros como a noite e olhos azuis como o mar.     O convés, repleto de crianças e até mesmo idosos na mesma situação que nós, ficaram assustados com a presença de uma garotinha naquele meio.    E então, quando um senhor foi ajudá-la a se levantar, ela o chutou bem no meio das pernas e gritou alto e claro: NÃO ME ENCOSTEM SEUS IMBECIS!    Eu, que não ria há anos, não contive uma estrondosa risada ao ver o pobre senhor se contorcendo na frente de uma garotinha de meio metro e os membros do convés se sentindo intimidados.   Óbvio que ela me olhou com um olhar mortal e depois disso viramos melhores amigos.   -Preparada para mais um dia de limpeza? -indago e ela revira os olhos   -Eu fico com a proa dessa vez-fala sorridente   -Nem a p*u! -falo irritado- e se o i****a do capitão aparecer na poupa e decidir falar: "SEU i****a, LIMPE O CHÃO ATÉ QUE POSSA VER MEU ROSTO NELE"-falo imitando a voz do homem que odeio e a garota começa a rir    -Aí você limpa o chão e o presenteia com um espelho-fala dando de ombros e essa é minha vez de rir    A pequena era inteligente e tinha uma língua afiada para uma garotinha de 10 anos. Com cabelos cacheados e negros e olhos azuis, poderia até passar por uma nobre. Mas com essa fúria e determinação? Nunca ficaria assentada sem fazer nada   -Eu fiz algo para você-falo antes que me esqueça   -Você? Fazendo algo pelos outros? Achei que só roubasse carteiras por aí quando atracamos-pontua cruzando os braços e eu reviro os olhos   -Eu roubo desde os 6 anos, pequena, não me venha com esse papo. Sou o melhor ladrão que esse mundo já viu-pontuo orgulhoso    A vida não era fácil para nós, pobres. Todos aqueles que nasciam fora dos palácios das ilhas eram simplesmente esquecidos e tratados como lixo   Meu pai nunca me quis e minha mãe morreu no parto. O que restou foi eu e um bêbado que que me usava para aplicar golpes    E quando isso não foi suficiente ele me jogou para trabalhar em um barco em troca de bebida e cigarro.    Todos nós que estávamos neste convés, amontoados e dormindo no chão com a presença apenas de um cobertor rasgado e pequeno, não tínhamos outra escolha a não ser trabalhar involuntariamente.    E apesar disso, essa garota conseguia trazer uma leveza para as coisas e eu de alguma maneira me tornava um grande otimista perto dela   Minha primeira risada, meu primeiro sorriso, foi no dia em que ela chegou. A garota não sabe, e ficará com o ego inflado demais se souber, mas se não fosse por ela eu já teria me jogado no mar há muito tempo.   Bufo antes de levar minha mão ao bolso e retirar duas pedras preciosas: uma esmeralda e água marinha.   -Grandão... isso...-começa com a mão sobre a boca e olhos arregalados   Elas não eram grandes, na verdade eram apenas pedaços sem uma forma definida. Lascas, restos que não teriam valor nenhum aos olhos de um nobre ganancioso    -A verde é sua-falo entregando-a a pedra- e a azul é minha   Assim consigo sempre me lembrar de seus olhos quando a vir.    -Ela me lembra seus olhos-pontua baixinho enquanto passava os dedos pela pedra e tinha sua atenção voltada a mesma   -E a minha dos seus-falo sorrindo genuinamente    Ambos escondemos aquilo em meio às nossas roupas. Se achassem as pedras estaríamos extremamente ferrados   -EI, VOCÊS! -grita o apelidado homem demônio- ANDEM LOGO!   Bufo antes de cruzar os braços e subir até a parte superior do navio   E como sempre os esfregões já nos aguardavam e o sol já queimava nossos rostos   Horas depois   Finalmente desço em direção ao convés e caminho até o lugar onde sempre dormia. Depois de horas de limpeza, finalmente estava tudo terminado    Olho em volta à procura da pequena, mas não a vejo em lugar nenhum. Um aperto no peito se faz presente: ela sempre termina tudo antes de mim   Sempre   -Onde ela está? -indago alto suficiente enquanto olhava todos os presentes no convés que já haviam acabado seus serviços    A garota então aparece segundos depois sendo jogada no convés por dois marujos que antes a arrastavam pelos cotovelos.   Ambos saem logo de lá e eu corro para ajudá-la desesperadamente    -Pequena? -indago me ajoelhando no chão e erguendo seu rosto em minha direção   Os olhos da garota estavam cheios de lágrimas e vários hematomas se encontravam em suas faces e braços    A puxo para um abraço e ela não hesita em chorar em meu ombro de maneira dolorosa enquanto se agarrava em mim com força    Eu era tudo que ela tinha    Ela era tudo que eu tinha    Enquanto sussurrava em seu ouvido que tudo iria ficaram bem e fazia carinho em seu cabelo, pensava em diferentes maneiras de acabar com a raça de quem teria feito aquilo com ela    -Eu sabia que uma hora isso ia acontecer-fala sussurrando em meu ouvido- minha mãe sempre disse que essa era a única coisa que homens queriam.   Meus punhos cerram de maneira repentina e uma raiva absurda se faz presente em cada parte do meu ser    -Eu a odeio grandão-diz mais uma vez chorando e a maneira como ela me chamou pelo apelido partiu meu coração- odeio porque ela fez coisas horríveis comigo e você sabe disso. Mas eu não posso dizer que aquela mulher estava errada nessa   -Enquanto você estiver comigo nada disso nunca mais vai acontecer pequena-falo sussurrando em seu ouvido e beijo seus cabelos- eu prometo   Naquela noite eu não dormi.   Nem na seguinte    E nem nas próximas três    Eu simplesmente não conseguia    5 anos depois   -O que caralhos houve com você? -indaga minha pequena em um sussurro e eu sorrio de lado   -Não está acostumada a ver minha cara linda logo pela manhã? -indago   Ontem à noite uns caras estavam encarando a garota de maneira estranha logo que atracamos no porto de Genebra. Quando ela entrou em um bar para pegar as bebidas que o capitão encomendou, fui atrás dos idiotas para que eles a perdessem de vista    Digamos que só voltei para o navio hoje de manhã. Eles acabaram bastante com a minha fuça    Depois do que houve há 5 anos, eles tentaram levá-la mais uma única vez.   E isso resultou na morte de um marujo, meu primeiro -e por hora único- assassinato, e em enormes cicatrizes de chicotadas em minhas costas como punição pelo que fiz    Pelo menos não aconteceu de novo   Eu fiz uma promessa e vou cumpri-la    -Você é um retardado-fala rindo da minha cara e eu não evito sorrir- melhor ignoramos o treino de hoje?   Confirmo com a cabeça   A pequena, agora com 15 anos, de fato cresceu. No final das contas ela não era uma verdadeira baixinha, eu quem era um verdadeiro gigante. Ela chamava a atenção por onde passava, mas sabia se defender de maneira excepcional   À noite, quando todos dormiam, treinávamos esgrima e de alguma maneira nunca sabíamos quem iria ganhar. Começamos com isso depois do acontecimento de 5 anos atrás e evoluímos em cada oportunidade   Víamos o capitão lutando em alguns confrontos e quando parávamos em algum porto aproveitávamos cada oportunidade de aprender    Conhecemos um homem uma vez. Seu nome era Jeffrey. Se tratava de um senhor de uns 60 anos de idade que simplesmente era imbatível na esgrima. Ele havia nos dado um livrinho com alguns movimentos e eu e a pequena sempre competíamos para ver quem o dominaria primeiro    Eram técnicas diferentes que estávamos ansiosos para aprender a cada dia   Ela conquistava o respeito de todos por onde passava e aqueles que não eram dignos de sua presença eram secretamente abordados por mim   Ela me ajuda e eu a ajudo, ponto final   Mas tudo acabou rápido de mais   Na mesma velocidade em que eu a vi chegando por aquela porta há 9 anos, eu a vi ir embora   Um grupo de homens a pegam pelo braço e dessa vez não eram simples marujos desse navio.   Os olhos da garota se arregalam e ela consegue chutar e socar os homens para se libertar e correr em minha direção    Mas foi aí que uma risada se fez presente bem na porta do convés    -Ora, ora, ora...-fala uma voz assustadora e eu logo o encaro    Ele era alto, forte e tinha barba e cabelo longo. Um chapéu grande estava em sua cabeça e seus dentes amarelos se mostravam em um sorriso macabro.   A figura segurava uma bengala com uma caveira desenhada no topo e suas mãos estavam cobertas de anéis e joias.    Sua roupa consistia em uma calça de couro, blusa e uma enorme capa repleta de pontos brilhantes   Ele não era qualquer capitão    -O rei dos piratas-escuto uma voz assustada vinda de um dos homens do convés   Coloco a pequena atrás de mim e meu coração dispara    -Tragam-na -fala o homem barbudo antes de virar as costas    Mais oito homens entram no convés e vem em minha direção   Luto com minha vida e logo sou espancado por um grupo deles que claramente conseguiam dominar um menino de 17 anos facilmente   -PAREM! -grita a garota e sei que ela está chorando pelo tom sofrido de sua voz   A última coisa que vejo é ela me encarando com olhos marejados enquanto era levada embora. E foi naquele momento que ela levou uma parte de mim junto

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