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1474 Words
Sam narrando : Eu não acredito no que falaram pra minha filha. Eu já passei por isso, é constrangedor, humilhante. Alguém te julgar pelo tom da pele. Incrível, atos racistas acontecerem e algumas pessoas acham que é vitiminsmo. Mas não é. Certamente nunca foram barrados, apontados por ser preto/a. Mas eu não vou deixar isso barato. Não vou mesmo. Algum tempo conversando com Sarah, ela parecia está melhor. Mas eu sei que ela não estava, respeitei o tempo e o silêncio dela. —Sarah vamo brincar comigo ?—chama Lucca sorrindo com uns brinquedos na mão. —Vai Sarah.—digo sorrindo e ela vai com o irmão. Fico a sós com o Matthew. Ele me olha sorrindo e vem até mim. Me prensa na parede e beija meu pescoço. Sorrio, enquanto ele me beija. —As crianças estão aqui.—digo o olhando. —Elas estão brincando. Agora vem aqui vem.—beija meus lábios. Nosso beijo vai esquentando. Coloco meus braços ao redor do seu pescoço e puxo seus cabelos o fazendo gemer na minha boca. Suas mãos vão para minha cintura onde aperta com força, desce mais um pouco e para na minha b***a, apertando me fazendo arfar. —Gente não se esqueçam que tem crianças aqui na casa.—me assusto ao ouvir a voz de Betah. —Como tu entrou aqui coisa ?—me desgrudo de Matthew que reclama. —Ah minha filha, tenho meus meios.—da uma piscadinha pra mim. —Cadê Pérola ?—pergunto por minha afilhada. —Tá com o pai, daqui a pouco chega aqui.—ela m*l termina de falar e um furacão de cabelos castanhos invade a sala. —DINDAAAAA!—grita se jogando encima de mim. —Oi minha linda.—beijo sua bochecha.—Cadê o babaca do teu pai ? —É lindo né dona Sam falar m*l de mim na frente da minha filha. —Só verdades. Ele vem até mim e me dá um abraço. —Dinda, cadê a Sarah ? —Tá lá no quarto brincando. Vai lá. Ela sorri e sai correndo em direção à escada. —Sobe devagar mocinha.—adverte Betah. —Qual o motivo da visita de vocês ?—pergunto, já que eles não vem aqui com tanta frequência. —Não posso visitar minha irmã mais não?—fala Lucas.Olho pra ele.—A gente tá pensando em fazer uma viajem essas final de semana. —Espera aí que Paty e Thiago tão chegando. —Vai ter reunião na minha casa e eu não sabia.—coloco as mãos na cintura. —Cheguei meu povo lindo.—Paty chega fazendo uma dancinha engraçada. —Nem se acha.—comenta Betah baixinho. —Eu sou quirida, licença.—dá um beijinho no ombro jogando o cabelo fazendo todos rirem. —d***o tá é ousado.—digo rindo. —Qual o motivo da reunião de última hora ? —Tamos pensando em fazer uma viajem nesse final de semana.—diz Lucas. —Matthew tem uma casa na praia, a gente pode ir pra lá.—Eu fui poucas vezes lá, umas quatro vezes. —Pode ser uma boa.—concorda Thiago. —A gente sai que horas ?—pergunto. —Como a casa é em Angra, a gente sai daqui umas 6 horas da manhã e volta no outro dia.—sugere Matt. —Eu acho uma boa, as crianças se divertirem. Sarah principalmente, precisa esparecer.—suspiro um pouco triste pelo que aconteceu com minha filha. —O que houve com a minha sobrinha ?—pergunta Lucas. —Um episódio de racismo na escola. Ela está tão pra baixo. —Quem foi o filho da p**a que falou merda pra minha filha ?—Matthew explode. —Uma estagiária. —Ah mas eu pipoco a cara de quem falou isso, já pode se considerar morto.—ele dá um murro na mesa. —Eu te ajudo viu ? Nóis vai resolver esse B.O. —Deixa que eu cuido disso. Eu sei o que fazer, violência não adiantará nada.—passa a mão no rosto do Matthew. —Eu não vou esperar.—ele me olha, seus olhos estão cheios de ódio. —Deixa ela resolver cara, ela é advogada sabe o que fazer.—intervém também Thiago. —Tá bom, tá bom.—se dá por vencido.—Mas se continuar eu acabo com quem fez isso. —Deixa que eu resolvo. A gente conversou mais um pouco. Mas eles tinham que ir embora. Matthew ainda está transtornado pelo que eu disse. Por isso que às vezes eu escondo as coisas dele, ele é muito explosivo. Mas fazer o que né ? Faz parte do pacote. —Você viu Sarah ?—Matthew me pergunta. —Deve tá no quarto dela.—digo e ele assente subindo as escadas. Fico imaginando o que será que ele vai conversar com ela. Ficar aqui imaginando não vai adiantar nada. Subo e vou atrás deles. Quando chego na porta do quarto, já ouço a voz dos dois. —Papai você acha que eu sou feia por causa dos meus cahinhos ? —Claro que não meu amor. Você é a princesinha linda do papai. Seus cachinhos são seu charme. —Mas ela disse que meus cachinhos são feios. —Ela queria ter cabelos cacheados, assim como você e sua mãe. —O cabelo da mamãe é lindo né ? —Sua mãe é linda. Você vai se parecer com ela quando crescer. Você vai ser uma menina linda meu anjo. —Minha mamãe é lindona. —Você é a versão mirim dela. —Assim como o Lucca é sua? —Isso mesmo. —Legal. —Quer que o papai faça um penteado nos seus cabelos ? —Vem eu te dou os lacinhos. Decido entrar no quarto e ver se o Matthew vai saber pentear. Observo eles da porta. Ela está sentada de frente pra sua penteadeira, e Matthew está atrás dela com um pente na mão. Pega uns lacinhos e coloca em seu cabelo. —Pronto. Gostou ? —Agora eu vou te maquiar, e te deixar lindão papai. —Vai, deixa o papai lindo.—afina a voz de uma jeito engraçado, fazendo nossa filha da uma gargalhada gostosa. Sarah pega suas mines maquiagens e começa a maquiar o pai. Pega um batom vermelho mate. —Faz assim oh.—junta os lábios pra ele fazer igual.—Papai tá lindão. —Ai bicha, você arrasou.—fica com a mão pendurada de um jeito engraçado. Eu estou gravando tudo, segurando a vontade de rir. —Olha no espelho papai, vê como o senhor ficou lindo. —Como eu tô linda.—fala com a voz fina. Não aguento mais e solto uma gargalhada, fazendo eles olharem pra mim. Matthew está com a cara toda pintada, com um batom forte, uma sombra toda borrada, uma base, rímel. Tudo que ele tem direito. —Sorri pra câmera bicha.—afino mais a voz como ele fez. —Assim você acaba com a minha fama de bandido mal.—ele diz sorrindo e eu rio mais ainda. —Papai tá lindo né mamãe ?—pergunta minha princesa. —Tá lindão mesmo. Dá uma voltinha aí amor.—digo e ele levanta e dá uma voltinha. —Tô gato num tô ?—me faz ri de novo.—Fica com inveja não, eu sei que sou linda. Eu não consigo segurar o riso. Gargalho alto. —Mamãe você vi...—me viro e vejo Lucca olhando pro pai com os olhos arregalados. —Tô linda ?—Matthew pergunta pra ele. —Super.—É a vez de Lucca cai na gargalhada. É tão bom ouvir o som de suas risadas. Minha família feliz não tem preço. —Dêem um tchauzinho pra público.—viro a câmera e eu apareço no vídeo. —Tchau pessoal.—diz Sarah animada. Finalizo o vídeo, Matthew tenta tirar a maquiagem do rosto, que agora se tornou um imenso borrão na cara. —Esse batom não quer sair Sam.—diz passando a mão na boca.—Me dá alguma coisa pra tirar aí. Pego o batom,e começo a rir de novo. —É mate esse batom viu ?—aviso e ele arregala os olhos e corre pro banheiro do quarto. Nós rimos do desespero dele. Com esse momentos felizes, eu me sinto a mulher mais feliz do mundo. Tenho um companheiro que é meu amigo, meus filhos que são tudo pra mim. Com essa brincadeira fizemos Sarah esquecer do episódio da escola. Amanhã mesmo eu irei lá. Não vou dá muito na cara, que sou formada em direito. Vou ver como vão me tratar por eu ser moradora da favela.
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