Minha Nora e meus netos

1807 Words
Longínquas montanhas com uma floresta densa e imponente, essa era a província de Hayashi. Sempre fria e difícil de suportar, mas a única residência que a mulher e seus filhos pequenos conheciam e conseguiam manter, ou conseguiriam por mais algumas semanas quando o dono daquelas terras voltaria com a mesma proposta de sempre. Casamento ou despejo. Ela chorava na frente da casa, escondido os pequenos que dormiam embolados em mantas quentes, as únicas da casa perto do fraco fogo com a madeira seca que restara. Ela estava desesperada, mas não se casaria com aquele sujeito. Ela partiria, pois sabia que se aceitasse seus filhos com Seong-jin seriam punidos. Com as mãos no rosto e a cabeça pendendo para frente ela viu um par de botas alvas como a neve. Seus olhos subiram pelas pernas e então o robe verde jade para então o cabelo liso e sedoso na cor n***a antes de finalmente apreciar a face masculina que a encarava de volta. Santa Mãe Sagrada de alguém, exclamou ela em surpresa ao desconhecido trajando roupas nem um pouco baratas. -Com licença, estou procurando a Senhora Akira Min Ji-hye, sabe onde posso encontrá-la? – Perguntou o desconhecido com bastante educação e pausadamente – senhora? -Por quê? – Retrucou a mulher desconfiada para o homem bem vestido. Ela sentira na pele o que homens bem vestidos achavam sobre as outras pessoas, afinal ela havia perdido o marido por causa de homens desse tipo. Esperara por meses a sua volta, desejava e ansiava, mas tinha três filhos para cuidar e desejos e ânsias não os alimentava nem esquentava, então teve que aprender a desconfiar de tudo e todos. -Entendo a desconfiança, mas venho em nome da Senhora Akira Hana – Falou ele calmamente – me chamo Chen Ren e pela descrição que tive é a senhora não? Ela me disse que se me aproximasse e perguntasse por sua pessoa eu deveria tomar cuidado para não ser espancado. Ela sem esperar deixou escapar uma risada da expressão preocupada dele. De repente a porta atrás dela se abriu e uma criança de no máximo 8 anos apareceu. Ela se virou o vendo e fez uma cara f**a para a criança que se encolheu. -Fome – Murmurou a criança sendo pega no colo pela mãe triste e colocando as mãozinhas na barriga – muita fome, Quon tem fome. Chen Ren se agachou em frente as duas pessoas na altura dos olhos da criança e mostrou em sua mão uma maça. Os pequenos olhos infantis se arregalaram, mas ele se manteve parado. Ji-hye pegou a maçã e entregou a criança que deu uma mordida mastigando devagar antes de oferecer a fruta para a mãe que negou o abraçando com mais força. -Vou dar para Li e Chang – Anunciou a criança com animação saindo do colo da mãe e entrando na casa com um sorriso banguela. -Eu sei que não confia em mim, mas eu realmente conheço a Senhora Akira e ela me deu isto para provar – Disse Chen Ren tirando do bolso interno do robe um medalhão com o símbolo da Lua minguante – ela disse que são seguidoras de Mahina. -Shh – Exclamou a mulher desesperada agarrando a mão alheia e o levando para dentro onde três crianças dividiam no chão perto do forno uma maça – se alguém souber vai acabar preso. -Como? – Murmurou Chen Ren diminuindo o tom diante da preocupação da mulher em olhar pela janela. -Tudo relacionado a Lua é proibido, não sabia? – Contou Ji-hye nervosa sentando se a mesa – Akira Hana sabia disso, meu marido sabia disso, eu acho que foi por isso que ele desapareceu. -Seong-jin não foi a uma caçada? – Perguntou ele notando uma criança de 1 ano agarrado a sua perna puxando o robe. -Pa-pá – Grunhiu a criança um pouco rouca. Chen Ren se abaixou e pegou o no colo sem se importar com as roupas. A criança sorriu inflando as bochechas e a mulher na mesa sorriu antes de secar uma lagrima. -Meu marido... desapareceu na floresta de Hayashi, não se morreu, mas depois de um ano, o que mais devo esperar? Se minha sogra nos quer com ela, então vamos ainda hoje, nada me prende aqui além da lembrança da despedida do meu marido – Falou Ji-hye indo pegar o filho do colo do homem que já fazia caretas – Chang esses são modos? Quon, arrume sua irmã e tudo o que temos, vamos visitar a vovó. -Vovó – Comemorou uma menina de cabelos lisos e franga redonda aparecendo das cobertas, mas ainda envolta nelas – vovó? -Sim, vamos ver a vovó – Concordou Quon acariciando a cabeça da irmã que concordou se levantando e dobrando a coberta onde estava. -Não temos quase nada, mais mantas do que outra coisa – Prometeu ela com o bebê no colo – espero que a cidade não seja longe, as crianças não comem muito... -Vim com uma carroça e a cidade fica a algumas horas daqui, chegaremos ainda hoje – Tranquilizou Chen Ren tirando da bolsa um embrulho e dentro dele havia bolinhos – melhor comerem antes, a Senhora Akira vai querer conversar muito e você terá que ter energia. Ji-hye quase chorou ao ver suas crianças comendo bastante até que a pequena Li adormeceu juntamente com Chang que dormia com um sorriso satisfeito. Saíram depois de duas horas de arrumação e transferir o que dava para levar para a carroça que o homem havia trazido. Ela confiava nele, algo em sua pessoa a fazia se sentir acolhida e segura como estar com um irmão, um pai e um amigo de longa data. Alguém que ela sabia que não a machucaria. O caminho se fez longo e sacoleja-te, mas a sensação de liberdade e segurança os abraçava cada vez mais forte. A grandiosa floresta ficou para trás, sumindo logo em seguida por uma colina. Ela não estava triste por abandonar, mas por ter que recomeçar em outro lugar. Mesmo com as outras alheias muito caras ela sabia que a Senhora Akira deveria estar morando em uma pequena casa, mas tinha um emprego, senão ela não voltaria nem darias as caras. Algumas horas depois... Árvores altas. Árvores baixas. Pedras redondas. Pedras deformadas. Pedras pequenas. Borboletas. Flores silvestres. Abelhas. Pássaro vermelho com azul... aquilo lhe chamou a atenção, mas o cavalo relinchou e ela perdeu o belíssimo pássaro de vista. -Como conheceu a Senhora Akira? – Perguntou Ji-hye tentando tirar o tédio que se apossava de si no trajeto silencioso. -Ela me ajudou – Respondeu Chen Ren vendo o franzir das sobrancelhas da mulher – ela acreditou que eu precisava de ajuda e me ajudou sem pensar duas vezes, então acabamos nos tornando amigos e como um bom amigo fui buscar a família dela. -Bom amigo que acredito que vá partir – Disse ela olhando a paisagem e focando em uma placa – Cidade Hiraki? Nem sabia que existia uma cidade com esse nome. Ele não gostou daquilo, mas era a verdade. Um dia a Cidade Imperial de Hiraki havia sido o exemplo de riqueza e contatos. Até mesmo a família imperial, daí o nome, passava os verões ali naquele território, mas pelo jeito foi a muitos séculos. -O que o seu marido foi caçar? – Perguntou Chen Ren olhando por cima do ombro as crianças adormecidas entre mantas e objetos. -Não sei muito bem, mas pelo que pareceu, era algo relacionado as Estrelas, talvez uma criatura noturna com sangue azul – Comentou Ji-hye sem ver a expressão de espanto do homem que apertou a corda do cabresto em sua mão – são extremamente raros e muitos pagariam fortunas para ter algo assim. Sangue Azul? Comercializado? Caçado? Como poderiam fazer isso com algo tão sagrado? O maior símbolo de Mahina, Deusa da Lua? Aquilo era um absurdo tão grande. Mahina uma vez lhe dissera que o ‘Sangue Azul’ deveria ser escondido de certas pessoas, pois se descobrissem sua composição e poder seria muito r**m, para criaturas celestiais que visitavam a terra durante a noite, pois apenas aqueles ligados a Lua e a Noite detinham essa coloração. -Nossa – Exclamou J-hye o tirando da rede de pensamentos e o fazendo olhar para frente. Ao longe para dava para ver a mansão que havia construído. Era belíssima, tão grandiosa como um dia fora a casa de Tae Si Woo, na verdade era bem parecida até na colocação das árvores... -Quem é dono dela? – Perguntou Ji-hye curiosa – deve ser bem rico... o que está ocorrendo? Uma briga? -Briga – Repetiu Chen Ren confuso com a linha de raciocínio até avistar na frente da grandiosa residência a Senhora Akira e cinco homens. A mulher idosa era amparada pela proprietária da estalagem e um homem com uma mulher em alerta, em frente a Senhora Akira que balançava a cabeça com uma cara de desgosto que se desfez ao ver aqueles que esperava. Ela se afastou da multidão e puxou o casal para mais perto apontando para a carroça que parou. O homem foi segurar o cabresto e a mulher ajudou Ji-hye e as crianças, agora despertas menos Chang, a descerem do transporte com um sorriso no rosto. -Senhora Min – Cumprimentou a mulher com respeito deixando a outra nervosa – jovem mestre. Quon encarou a mãe e ficou em frente a irmã. Suas expressões diziam claramente ‘Que diabos está acontecendo aqui?’. Chen Ren deu ao homem o animal e este foi guardá-lo dentro da residência em uma casa reversa que ao invés de estar para dentro tinha uma porta para fora e uma passagem lateral para dentro. O homem de verde jade seguiu na frente tendo a nora e as crianças atrás. Ji-hye segurava Chang nos braços e ele já despertava faminto novamente já choramingando. -Senhora Akira – Cumprimentou Ji-hye notando rapidamente as vestias caras da mulher e as feições saudáveis – o que...? -Minha querida nora, meus netinhos – Comemorou ela indo abraçar o menino que agarrou suas pernas já emocionado – meu garoto nada de lagrimas que não sejam de alegria, Hui Ying, leve as crianças e minha nora para dentro, sim? Chame o médico também precisamos cuidar dos meus queridos herdeiros. -Sim senhora – Concordaram o casal em uníssono fazendo o ordenado. Ji-hye foi levada em direção a mansão e lá dentro notou as pessoas andando de um lado para o outro. Trabalhando e então a cumprimentaram pelo nome de ‘Senhora Min’. Aquilo era real? Sua sogra ficará rica? Quon segurava a mão da irmã que estava de queixo caído, mas seguiram a mãe até a Casa Principal onde descansariam. Os gritos do lado de fora foram ficando para trás e então desapareceram. Foi assim, as lagrimas vieram e Chang de apenas 10 meses as secou para a mãe que dessa vez chorava com um sorriso no rosto.
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