Começamos a dançar a uma distância considerável, mas antes que eu o percebesse estava com o corpo grudado ao meu. Ele levou as mãos até as minhas cinturas e segurou forte a mesma me ajudando a mexer o quadril no mesmo ritmo da música e dele.
Leo tirou uma das mãos de minha cintura, levou a mesma até os meus cabelos, jogou os mesmos para trás e começou a dar beijos molhados em meu pescoço. Fechei os olhos e senti meu corpo todo se arrepiar em resposta aos beijos que eu estava recebendo.
Meu Deus, isso está tão... m***a!
Despertei de meus devaneios e dos beijos de Leo, dei um empurrão no mesmo e sai em direção à saída. Assim que cheguei ao estacionamento parei encostada no carro de Leo, fechei os olhos e respirei fundo diversas vezes para conseguir me acalmar.
"Hey, o que foi?" Escuto a voz de Leo e logo depois o sol que estava batendo em meu rosto desaparece.
Abro os olhos lentamente e vejo que está parado na minha frente. Seus braços estão cruzados e seu olhar fixado em meu rosto.
"O que foi? Por favor, não vem se fingir de desentendido para cima de mim." Forcei uma risada enquanto olhava para os lados e observava a ausência de movimento no local. "Não vou ter nada com você, não perde seu tempo."
"Quem disse que eu quero ter algo? Gata, eu posso ter a mulher que eu quiser." Percebo que os braços dele se descruzaram e agora estão largados ao lado do corpo.
"Ótimo, pegue a que você quiser, então. Desde que não seja eu, ela não deve te rejeitar." Digo ironizando a frase e contorno o mesmo indo em direção à calçada assim que vejo um táxi no final da rua.
"Sério que vai embora porque eu beijei o seu pescoço?" Percebo que o mesmo está vindo atrás de mim pois sua voz continua no mesmo volume de antes.
"Não. Eu vou embora porque chega de diversão por hoje." Fiz sinal para o táxi e o mesmo parou na minha frente. "Avisa para os meus amigos que eu estou indo para casa, tchau." Entro no táxi e fecho a porta antes que Leo consiga abrir a boca para falar mais alguma coisa.
Indico o local de minha casa para o motorista, logo após me encosto no banco e fecho meus olhos.
Ok, talvez eu exagerei um pouco. Mas ele não tem o direito de chegar beijando o meu pescoço assim. Tá, estávamos dançando, mas não era mais nada do que isso.
Mas pensando por outro lado... eu quero aqueles lábios de volta no meu pescoço. Tão macios, quentes...
[...]
Enfim, meu domingo acabou sendo normal. Passei o dia terminando de ler um dos livros que eu havia comprado na última semana e durante a noite fiz uma sessão de filmes com a Abby e o Aaron.
Hardin fez um novo grupo no snap com todos nós e adicionou o Leo, pelo visto agora ele será o nosso novo 'melhor amigo'.
Na segunda, eu, Abby e Aaron tomamos café no Starbucks. Depois, Abby foi para a empresa em que trabalha e eu, junto ao Aaron, fomos para a escola.
Assim que cheguei avistei Hardin, Ben e Leo conversando ao lado do meu armário. Me aproximei e forcei um sorriso para eles tentando ao máximo não fazer contato visual com Leo.
"O que é isso? Estão fazendo a segurança do meu armário?" Pergunto assim que consigo alcançar o mesmo e o abro. Pego o livro que precisarei para a próxima aula e logo depois o fecho novamente.
"Hahaha, engraçadinha. Estávamos te esperando mesmo." Ben diz enquanto me abraça de lado e eu deposito minha cabeça em seu ombro.
"Quais as aulas de vocês agora?" Hardin pergunta logo depois de cumprimentar um de seus parceiros do time de hóquei com um grito e um aceno.
"Química." Eu e Leo dissemos no mesmo momento em que Emma, Olivia e Ben dizem " Biologia."
"Maravilha, nesse primeiro tempo a Alexis vai ser a guia do Leo." Emma disse com um sorrisinho forçado no rosto.
"Hm... eu acho que dispenso. O Hardin é melhor nesse cargo." Digo mandando um beijo para eles e saindo em direção à sala de Química que ficava praticamente do outro lado da escola.
"Hey!" Escuto o grito do Leo e logo depois ele aparece andando ao meu lado. "Desculpa por ontem, ok? Não era a minha intenção que você ficasse desse jeito."
"Já que não era a sua intenção, acho melhor você começar a rever seus atos antes de colocá-los em prática."
"Tá, pisei na bola. Mas não vai se arrepender, só esquece isso." Ele deu uma corridinha e parou na minha frente me fazendo parar a centímetros de mim. "Seus amigos são meus amigos também, temos que tentar essa relação de amizade também. Porque eu não pretendo me afastar deles e acredito que você também não."
"Eu posso simplesmente ignorar você." Arqueei uma de minhas sobrancelhas encarando-o nos olhos.
Ele se aproximou mantendo seu rosto a alguns centímetros do meu, senti minhas pernas babearem quando ele deu um sorrisinho e inclinou a cabeça para o lado.
"Tenho certeza que se você fizer isso irá se arrepender muito." Sussurrou bem próximo à minha orelha e todos os pelos do meu corpo se arrepiaram.
Fechei os olhos instintivamente e respirei fundo tentando me controlar. Ao abrir os olhos ele já estava parado na porta da sala com um belo sorrisinho nos lábios enquanto me olhava e esperava eu entrar na sala.
Passei por ele balançando a cabeça negativamente e soltando uma risadinha.
Como de costume, sentei na primeira bancada da fileira e logo depois Tucker veio se sentar ao meu lado. Ele me abraçou de lado e depositou um beijo em minha bochecha.
Tucker Hayes era um dos meus muitos amigos, ele era meu parceiro na aula de Química desde sempre e como esperado, esse ano isso não seria diferente.
Tucker é moreno, alto, com os olhos castanhos e a pela bem bronzeada. A maioria das meninas da escola babam por ele, mas ele não dá muita bola. Tem uma paixão antiga não superada ainda e prefere não se envolver muito com outras garotas. Então ele é aquele tipo de garoto que pega uma noite e depois nunca mais.
Não vou negar, já nos pegamos algumas vezes. Mas nada mais do que alguns beijos quando estávamos sentindo falta.
A aula de Química passou rápido, a Mrs. Daniels, nossa professora, passou o primeiro tempo de aula se apresentando e o segundo tempo passou uma revisão das últimas matérias passadas no ano anterior.
Não prestei muita atenção no Leo desde que a aula começou, mas vi que ele se sentou na última bancada da mesma fileira que eu e a Catherine se juntou a ele.
Eu e Catherine nunca nos demos muito bem, já tentei ser amiga dela, mas acho que ela não vai muito com a minha cara e eu agora não vou com a dela.
Ela sempre foi muito esnobe, rebaixa as pessoas que tem menos dinheiro do que ela (o que não é difícil de se encontrar porque ela tem muito dinheiro).
A maioria das pessoas aturam ela pelo simples fato de que ela é popular e capitã das líderes de torcida, então, ela acaba sendo idolatrada por muitas pessoas que não a conhecem de verdade e acham que ela é uma pessoa maravilhosa. Coisa que ela com certeza não é.
Me despedi do Tucker e sai da sala logo atrás dele, corri pelo corredor em direção à sala da aula de geografia.
Quando o sinal que indicava a hora do almoço bateu, eu esperei alguns minutos até que todos tivessem saído da sala e fui em direção ao meu armário.
Guardei todos os meus livros e me dirigi até o refeitório, chegando lá, logo avistei meus amigos sentados em uma das mesas no centro do salão, fui até lá e me sentei no único lugar vazio, que por falta de sorte era ao lado de Leo.
"Olha, a margarida apareceu." Leo disse apertando a minha bochecha, olhei f**o para ele e revirei os olhos. "Vamos ser amigos agora, lembra?"
"Que seja." Bufei e me escorrei na cadeira.
"Tá..." Ben disse observando a mim e ao Leo com uma expressão estranha e logo depois voltou a atenção para outro assunto. "Cameron vai dar uma festa na casa dele sexta, estão dentro?"
"Claro." Todos responderam em uníssono, exceto eu.
"Sério, Alexis? Não vai querer ir à festa?" Hardin perguntou.
"Eu ainda nem abri a boca para falar nada!" Dou uma risada e retorno a falar. "Não sei se vou ficar muito tempo, tenho alguns compromissos no sábado."
"Tipo o que? Seus livros?" Ben perguntou fazendo careta e eu apenas afirmei de uma maneira envergonhada e todos riram.
Pode-se dizer que eu sou bastante diferente dos meus amigos. Não temos muitas coisas em comum, mas mesmo assim continuam sendo meus amigos. Acho que o nosso santo bateu.
Eles me julgam muito pelo fato de eu preferir ler um livro ao invés de ver um filme ou por preferir ir ao cinema em vez de ir à uma festa. Não que eu não goste de festas, mas eu só prefiro fazer outras coisas.
Como eu não bebo, as festas depois de um certo momento acabam não sendo tão divertidas para mim quanto para os outros. Porque depois de umas 2 horas todos estão caindo de bêbados e quase transando no meio da sala de estar.
Além de que, quando eu fico muito tempo acabo sendo babá dos meus amigos, porque todos eles normalmente ficam caindo de bêbados. Eu já falei diversas vezes que não apoio esse comportamento, mas eles não me escutam, dizem que é apenas "curtição" e que eu deveria aproveitar como eles.
Mas infelizmente -ou felizmente- eu não sou desse jeito.
Depois disso tivemos mais dois tempos de aula e fomos liberados, o resto da semana foi completamente normal assim como o final de semana, nada de diferente ou interessante aconteceu.
Comecei a conviver mais com o Leo e parece que estamos começando a nos entender, espero que continue tudo bem como está agora.
Depois de eu repreender ele umas milhares de vezes, ele aprendeu e não fica dando encima de mim ou olhando para o meu decote como sempre acabava fazendo para me irritar.
Terça-feira, na aula de história, que foi a última do dia, Leo estava comigo e acabamos sentando um ao lado do outro, conversamos sobre algumas coisas aleatórias durante quase a aula toda e gargalhamos muito ao reparar nos vários tiques do meu professor de história. Começamos a prestar atenção apenas no momento em que o Sr. Quentin falou a palavra "trabalho".
"Como esse será o primeiro trabalho em dupla, eu deixarei que vocês escolham. Não me peçam para fazer trio ou quarteto, será uma 'DUPLA'." O Sr. Quentin dizia enquanto anotava os temas para o trabalho no quadro.
"Hey, Leo." Catherine disse enquanto se encostava na minha cadeira e virava na direção de Leo. "O que acha de fazer o trabalho comigo?"
"Com você? Hmm... acho que eu dispenso." Se fingiu pensativo. "Vou ficar com a Lexiezinha mesmo. Agora, você pode nos dar licença?" Ele disse olhando f**o para ela, a mesma apenas fez um barulho parecido com um grunhido, olhou f**o para mim e se dirigiu na direção de sua melhor amiga.
"Quem te disse que quero fazer esse trabalho com você?" Perguntei arqueando uma de minhas sobrancelhas e encarando ele.
"Eu sei, baby." Ele se levantou, depositou um beijo em minha bochecha -que propositalmente pegou o canto de minha boca- e retornou a falar: "Faremos o trabalho outro dia, ok? Não sou muito de adintar esse tipo de trabalho." Logo depois que ele pegou a mochila sobre a cadeira, o sinal que avisava o fim das aulas do dia soou e a movimentação do lado de fora da sala aumentou assim que Leo saiu.
Comecei a balançar a cabeça negativamente enquanto tentava conter o sorriso que Leo havia provocado.
Guardei meus matérias, sai da sala e fui até meu armário. Peguei o que eu iria precisar para o trabalho e corri para a sala do meu irmão, quero dizer, diretor.
Cumprimentei a secretária, entrei na sala do Aaron e me sentei no sofá que havia ao lado da estante de livros.
"Vai demorar muito?" Perguntei enquanto pegava o meu celular e desbloqueava o mesmo.
"Não, estou terminando de resolver as coisas de uma das viagens." Ele disse tampando a parte de baixo do telefone.
"Oi? Viagens? Que?" Praticamente gritei e em um pulo eu estava parada ao lado dele.
"Espera..." Ele levantou a mão para mim esperando que eu ficasse calada enquanto ele terminava a conversa. "Certo, tudo combinado, então? Logo irei confirmar o número de aluno... Isso... Okay, obrigada. Tenha um bom dia." Ele colocou o telefone sobre a mesa e virou a cadeira na minha direção. "Não fala para ninguém, então, eu farei algumas viagens para a sua turma durante esse ano, por ser o último ano de vocês, acredito que tenham que se divertir e ter lembranças boas do último ano. Não apenas estudo pensando na faculdade." Ele disse com um sorrisinho no rosto sabendo que eu ficaria feliz em escutar tudo aquilo.
No ano anterior eu tinha dado essa ideia para ele, mas as pessoas do conselho não apoiaram a ideia, parece que dessa vez ele conseguiu convencer.
O abracei o mais forte que pude e dei alguns gritos enquanto pulava pelo escritório.
"Agora você fica com essa boca fechada, será uma surpresa!"
"A minha boca é um túmulo." Digo colocando as duas mãos sobre a mesma e começando a rir junto ao Aaron logo depois.
Depois disso, Aaron ficou mais alguns 40 minutos revendo algumas papeladas e fomos almoçar com a Abby em um restaurante que havia em frente ao seu escritório.
Ela começou a nos contar sobre um shopping que estavam planejando fazer em um grande terreno abandonado que havia perto da escola e que estava tendo grandes ideias para o projeto.
Não demoramos muito tempo, ficamos no restaurante por umas 2 horas e após isso Aaron me deixou em casa.
Ao chegar lá, o relógio marcava 15:30. Fui para o banheiro do meu quarto e tomei um banho rápido. Coloquei um short jeans, uma camiseta branca e prendi meus cabelos.
Passei o resto do dia estudando as matérias que os professores haviam passado naquele dia. Gosto de estudar um pouco todos os dias, só assim não acumulo matéria e quando chega a prova fico mais tranquila para estudar.
O resto da semana não demorou muito a passar e nem foi diferente dos outros dias. Todas as manhãs eu encontrava Olivia, Emma, Hardin, Ben e Leo na porta da escola.
Conversávamos até a hora do sinal bater e no horário do almoço ficávamos todos juntos também. A minha relação com O Leo está melhorando aos poucos, as vezes trocamos algumas farpas causadas por besteiras que saem da boca dele, mas nada que eu não consiga aturar.
Ele não é uma pessoa completamente r**m, só deve ter passado por algumas coisas que o deixaram dessa maneira. Os meninos me falaram que ele não costumava sorrir muito, mas por algum motivo depois que me conheceu passou a exibir mais os dentes quando eu estava por perto.
Não sei se eu fui exatamente a causa disso -acredito que eu não tenha sido- mas fico feliz por ele estar conseguindo melhorar seu humor. Espero que suas atitudes sigam o mesmo exemplo, pois as histórias que eu escutei sobre ele são umas piores do que as outras.
Só ano passado ele deve ter ido para a cama com mais de 15 garotas por mês, além de ter magoado 20 no mesmo período de tempo.
Me disseram que ele nunca namorou de verdade e quando tentou fazer isso, tirou a virgindade da garota e terminou com ela uma semana depois. Espalhou para a escola toda que tinha apenas ficado aquele tempo com ela para poder "comer" a garota.
Depois que eu escutei isso comecei a desejar que ele passasse por algo igual, espero que um dia alguém acabe com os sentimentos dele para ele entender como é r**m ser magoada.