Capítulo 73

1028 Words

Laura narrando Tem coisa que só quem é mãe entende. A dor que arranca a alma, que sufoca, que tira o ar. A vida perdeu o rumo pra mim no dia em que o fogo levou tudo. Não só as casas, os móveis, o pouco que a gente da comunidade tinha… Mas levou minha filha. Minha caçula. Minha Angélica. Já se passaram dezenove anos, e ainda parece que foi ontem. Lembro de cada detalhe como se tivesse sido agora. O grito das pessoas, o barulho dos tiros, a fumaça preta subindo pro céu feito maldição. Eu e Celso, na correria, ajudando os feridos, tentando conter o caos que virou o Alemão. Ele, com os vapores dele, colocando ordem na quebrada, e eu, fazendo curativo com o que dava. A gente deixou as crianças na casa da Marta, uma vizinha antiga. Pessoa que a gente achava ser de confiança. Que jurava amor

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