Rei narrando Desci da moto na entrada da Rocinha com o coração acelerado. Já fazia um tempo que eu não vinha, e quando venho, nunca é em vão. Meu boné aba reta escondia metade do meu rosto, mas ali ninguém esquece quem eu sou. O Rei voltou, e o morro sentiu. O portão abriu assim que o segurança me reconheceu. Subi pelas vielas já conhecidas, sentindo o peso do que vinha fazer. Quando parei na frente da casa da minha mãe, o coração bateu mais forte. Ela apareceu na porta como se tivesse sentido minha presença. — O que houve, meu filho? Tu não é de aparecer aqui atoa. — ela perguntou, cruzando os braços e me analisando de cima a baixo com aquele olhar de mãe que vê tudo. Suspirei, tirei o boné, cocei a nuca, tentando achar as palavras certas. — Tô precisando trocar uma ideia com o Vesp

