Julia narrando Mano… eu ainda tô com essa cena grudada na minha mente. A Dani saiu ontem furiosa, falando que ia pra boca resolver umas fita, e eu até tentei segurar ela, mas tu conhece a bicha… cabeça dura que só ela. Nem olhou pra trás. Só que o pior foi hoje. Era meio-dia em ponto quando ela apareceu na porta… ou melhor, quando ela desabou ali, toda fodida, parecendo que tinha sido atropelada por um caminhão. Tava roxa, cheia de marca, o rosto inchado… sangue no canto da boca, os olhos perdidos. Doeu em mim. — Me ajuda, Júlia… por favor… Levei ela pro sofá, corri pra pegar uma toalha, água, gelo, o que dava. E ela chorava, mas não era choro de dor, não. Era ódio. Era raiva. Aquele tipo de lágrima que escorre e queima a alma. Ela jurava vingança, falava baixo, com os dentes trincado

