A imagem de Gustavo segurando o rosto de Isadora à força não saía da minha cabeça. Eu podia estar em casa, no escritório, dirigindo meu carro pelas ruas iluminadas de São Paulo… não importava. Bastava fechar os olhos, e lá estava ele, com aquele gesto duro, aquele olhar frio, possesso, de quem não admite nem que a mulher ao seu lado respire em outra direção. Tentei me convencer de que era exagero meu. Ciúme, talvez. Eu ainda amava Isadora, isso era óbvio. Ver ela com outro homem sempre me deixaria desconfortável, não importava quanto eu tentasse fingir maturidade. Mas algo dentro de mim gritava que não era apenas isso. Já vi esse tipo de olhar antes. Já vi esse tipo de gesto. E sei que, muitas vezes, o que se mostra em público é só a ponta do iceberg. Naquela noite, deitado na minha cam

